domingo, 20 de dezembro de 2015

LULA E DILMA: A BAGUNÇA DESTES TEMPOS


Quantas vezes já me referi a isso: estava na fábrica da Chrysler Santo André – depois adquirida pela VW – nas greves de 1978, 1979 e 1980 movimentos que guindaram Lula a elevado patamar político.

Ele era o líder sindical autêntico

Em 1989, conversando com um velho representante de relações trabalhistas americano revelei a minha absoluta descrença de que Lula um dia poderia chegar à Presidência da República.

Mas, o americano discordou do meu ceticismo. O que sabia ele sobre essa possibilidade?

Talvez soubesse que nos bastidores militares, se Lula um dia vencesse, ele assumiria.

Já me referi muitas vezes ao pensamento de Ernesto Geisel por ocasião das greves de 1978 em São Bernardo do Campo.

Veja uma síntese desse posicionamento no meu artigo neste blog:


Naqueles idos, principalmente nas greves de 1979 quando Lula foi preso a solidariedade dirigida ao líder sindical era notória tanto em círculos políticos como empresariais (estes agindo nos bastidores tentando sua libertação e a sua volta ao sindicato). Na de 1980 a mesma postura.

O prefeito de São Bernardo do Campo de então, Antônio Tito Costa deu todo o apoio politico e logístico possível ao líder Lula. Há esta foto memorável – quão difícil me foi resgatá-la! – da Folha de São Paulo de 1º de maio de 1979, na qual aparecem lado a lado, Vinicius de Moraes, Tito Costa e Lula, na missa daquela dia, sob a sombra de uma cruz.



Eu mesmo por conhecer as origens, sua autenticidade e luta nos meus artigos passados fui bastante condescende com Lula já na Presidência.

Folha do ABC de 26.07.2003:

“Entre nós, a democracia reconquistada a duras penas pós 64 está consolidada.
E Lula com seus discursos, queiram ou não, vem emocionado às pessoas mais simples. Nos contatos que tenho feito aqui ou acolá, raramente há críticas, apenas apontamentos de erros, como esse de colocar o boné do MST, pelo momento em que tal gesto ocorreu.”

Folha do ABC de 15.05.2004:

Nessa linha, critica até mesmo o “plano real” que foi decisivo para o combate à inflação. Mas, afinal, toda sua política econômica austera criticada veementemente por alas de seu próprio partido, não tem entre outros, exatamente, o objetivo de manter o poder de compra do real, com o controle da inflação?
Eu gosto dos discursos simples, sinceros e otimistas de Lula...”

Mas, sempre o mas...

Já começara então os atos de corrupção envolvendo sobretudo o PT, seus principais dirigentes que se apossaram da Petrobras – já nem falo do “mensalão” – e por conta de seus altos contratos, de valores elevados, começou a ser explorada de modo sempre mais abusado e descontrolado. A instituição aberta da propina.

Perderam esses dirigentes a noção de valores e do como desviá-los dos cofres da empresa. Não se contentavam com valores em reais já elevados, mas em dólares, com contas na Suíça e onde mais pudessem.

E queiram ou não, queira ou não Lula ou a Dilma – essa figura singular e incompetente – fazendo vistas grossas, avalizaram até pela omissão a essas falcatruas inomináveis.

Foi adquirida a Usina de Pasadena, numa canetada. Não se cogitou, pelo que se constatou, de que negócio tão ruim, incerto nas cláusulas, poderia trazer prejuízos à Petrobras como se deu.

E há os que defendem esse “negócio” como se refere o ex-presidente Sergio Gabrielli que esteve na empresa exercendo função muitíssimo acima de seu nível de incompetência.

E Lula nada sabia, a culpa e dos “companheiros” e Dilma a tudo conformava.
Vieram as eleições e Dilma teve a desfaçatez de anunciar a redução do preço da energia elétrica que causaria pouco tempo depois um rombo nas contas públicas.

Hoje, a Petrobras está desmoralizada, é o pivô da operação “lava jato”, a inflação sobe, as taxas de energia sobem sem que Dilma venha a público explicar o que mudou desde antes das eleições, os combustíveis sobem, a inflação sobe, o desemprego sobe e sobe o desavergonhamento dela e do seu partido.

Insiste no seu discurso mole, muitas vezes sem sentido ou equivocado e sem expressão porque nada do que fala acontece.

Disse dia desses o ministro Jacques Wagner que a política econômica é ditada por ela. O novo ministro da fazenda será aquele que dirá “amém” aos seus desmandos e à sua incompetência.

Seria melhor que ela saísse, que renunciasse ou até remotamente pelo impedimento e Lula saísse de cena para usufruir de sua fortuna no apartamento no Guarujá ou onde fosse.

Seria melhor para o Brasil se assim fosse.

Ah, sim, lembram-se do que disse do prefeito Tito Costa, jurista, especialista em Direito Eleitoral que protegia Lula ao lado de Vinicius de Moraes em 1979?

Em entrevista ao “Jornal do Advogado” de novembro de 2011:

P. Quando o senhor declara que o ex-presidente Lula perdeu a oportunidade histórica de ser o verdadeiro líder do país, a que o senhor se refere?

Tito Costa: Estou me referindo à grande chance que ele teve como líder inconteste do PT. Ele poderia ter aproveitado essa oportunidade para se fixar num linha reta de comportamento de governo e se tornar o operário estadista, mas ele perdeu essa oportunidade. Lula desviou-se do caminho que propusera quando criou o PT e trouxe toda essa bagunça que aí está e ficou no meio do vendaval. Acho que será difícil o Lula recuperar a confiança da população”.

O ex-prefeito continua condescendente com Lula. Com efeito, certamente que quando disse “toda essa bagunça que aí está”, penso eu, queria se referir a toda essa corrupção que aí está.

Dirão os petistas e os que apoiam isso tudo por mais graves que sejam os fatos e as revelações que se sucedem, escudados em subterfúgios, casos menores que desviam do cerne da “bagunça”, que ele também virou “coxinha”.