sábado, 22 de fevereiro de 2020

VARIEDADES TEMÁTICAS VI

1. AS CRISES SEMANAIS DO CAPITÃO BOLSONARO

Em primeiro lugar quero dizer que publicamente Bolsonaro tem agido, no contato com a imprensa, como o capitão Bolsonaro. Ele não assumiu a dignidade da presidência da República. Ele foi eleito para esse cargo e não para reeleição da patente de capitão.

Ele não entende isso. Que alguém com urgência o inculque que ele não é mais capitão, mas presidente do País.

De regra suas reações ao contato com a imprensa são de capitão contrariado que  no interior dos sanitários do quartel, profere desatinos contra tudo e contra todos.

O problema não está nas ilações jocosas que fazem seus adeptos radicais lambe-botas de suas tolices

São suas afirmações torpes que repercutem dentro e fora do país: "fazer cocô dia sim dia não para ajudar a preservar o ambiente"; "o Greenpeace é um lixo", "furo que queria "dar" referindo-se a jornalista da Folha", fez gracinhas tolas com a esposa de Macron, já idosa - que nada tinha com as críticas à sua deplorável política ambiental. E por aí vai...

Envergonhando!

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[Quero deixar claro que nunca votei no PT e não há menor possibilidade que o faça, até pela minha idade atual. E eu acompanho a "evolução" do partido desde sua origem nos passos grevistas no ABC].

2. O PARADIGMA É O LULA E O PT

Bolsonaro foi eleito como um fato novo reação aos escândalos petistas, às atitudes desqualificadas do partido, seus membros corruptos e, principalmente, do próprio Lula.

Ora, tudo que se referia a petismo haveria que ser esquecido e severamente repudiado.

Eis que para justificar suas afrontas públicas, os bolsonaristas trazem à tona as próprias declarações e atos de Lula, em tudo que continha de desabonador.

Vejam só, aquilo que seria um passado a ser rejeitado se tornou um paradigma constante para justificar o que Bolsonaro faz ou diz nestes "novos" tempos: o gesto da banana, afirmações de cunho sexual desrespeitoso...

E tem ido muito além de Lula, ex-operários metalúrgico.

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3. BOLSONARO: BANANAS À IMPRENSA QUE ELE AMA

E ele que diz desprezar a imprensa, não há dia em que na saída do Alvorada não encosta nos jornalistas de plantão e destila aleivosias. Ele "despreza" mas ama a imprensa e é nesse momento que comete seus desregramentos para se afirmar.

4. LULA E O PAPA: TORRENTE DE IMPROPÉRIOS

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Não sou católico, mas gosto do catolicismo, não só pela sua "estrutura religiosa" como não receio, depois de mais de 2 mil anos, a despeito de seus excessos, como se deu na inquisição e mais recente o escândalo da pedofilia e os sempre mencionados desvios de fundos no Banco do Vaticano.

Eu sei como o catolicismo age pelo seu histórico de mais de 2 mil anos. 

O que tenho dúvidas ou receios se refere ao fortalecimento político-religioso dessas religiões ditas "evangélicas" que não são uma instituição consolidada mas "dirigidas" por donos.

Daqui a alguns anos, mais fortalecidas e mais ricas, qual a influência política que adquirirão? O que exigirão? O que controlarão?

Então, vejo no catolicismo purificado, um contraponto importante.

O papa Francisco, herdou esses dois últimos escândalos que envergonham a Igreja há décadas.

Que se saiba, nenhum dos seus antecessores enfrentou com determinação a resolução dessas pendências, especialmente os abusos da pedofilia intramuros porque seriam "segredos papais".

Ele enfrenta pressões de alas conservadores que querem que a Igreja fique como está, perdendo fiéis.

Ele, como "ser humano" tem cometido alguns excessos quando recepciona alguns políticos, como no caso do beijo nos pés, em nome da paz, de líderes do Sudão do Sul.

Mas, a repercussão recente por aqui, fora receber o ex-presidente Lula.

Há uma horda de ignorantes bolsonaristas e fiéis desqualificados que fizeram das redes sociais meios de ofensas irresponsáveis ao papa adjetivando-o até de 'fdp'. Mentes ultrapassadas mas que ostentam nível cultural, destemperadamente chegaram a afirmar que o encontro fora "criminoso", que esse papa é comunista - alguns quando indagados sobre o significado político da palavra não responderam.  

Foram atitudes exacerbadas, atitudes da ignorância que rejeitam o modo de trabalho de Francisco em prol de novos ares no catolicismo.

Mas, o papa já dissera que dentro de certas condições, ele receberia a todos e, eu acrescento: especialmente aqueles ditos pecadores que sentem no íntimo precisar de um alento religioso-papal, como no caso de Lula que, na verdade, nada tinha a dizer ao religioso. E Lula já não tem sequer o que dizer por aqui, salvo se as coisas com a direita hoje no poder  continuarem nesse rumo de crises morais semanais.

O papa Francisco é dos melhores das últimas décadas e precisa ser compreendido a partir de suas origens. E, ao ser compreendido, ajudado e como tem pedido, que orem por ele os católicos fiéis.

5. TENSÃO ENTRE PODERES

O gabinete próximo de Bolsonaro conforme mudanças últimas, concentra somente militares de alta patente.

No Congresso, embora não revelem seus principais mandatários, assumem uma sombra de preocupação.

Tanto Rodrigo Maia da Câmara, como Davi Alcolumbre do Senado, certamente que para manter o domínio das respectivas casas, não propõem nada para reduzir os custos de manutenção do Congresso, que no conjunto é suportado com altos encargos, por todo o povo brasileiro.

O Congresso tem muitos parlamentares, é gordo e a maioria é realmente vagabunda sem tirar nem por. Ademais se tomada a proporção com os Estados Unidos, com mais de 100 milhões de habitantes do que o Brasil, a Câmara não comportaria mais do que 300 deputados e o Senado, cerca de 58 senadores. (*)

Então, há um sobrepeso que não parece mude algum dia.

Nesse meio entre o Executivo, repleto de militares, e o Congresso, a tensão vem aumentando porque os parlamentares não mudam o modo pantagruélico em mirar o dinheiro público pelas emendas no orçamento e dele se aproveitar para fins eleitorais se ficar somente nisso...

O Gal. Heleno se queixou desse descaso, afirmando que o Executivo sofre chantagem dessa gente que domina o Congresso, ávido em obter 30 bilhões de verbas do orçamento rejeitando veto de Bolsonaro.

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E todo o gabinete militar de Bolsonaro e todo o povo - milhares sem emprego - sabem dos abusos vergonhosos do Congresso Nacional no trato do dinheiro público.

E todos se perguntam se um dia haverá correção de rumos e de que modo isso poderia ocorrer. Porque por iniciativa dos próprios congressistas é algo impensável.

Todos, todos sabem que essa estrutura para um país pobre é uma aberração mas que ninguém "mete a mão" por causa da democracia - mesmo que vilipendiada - embora esta em nada impeça mudanças estruturais nesses desvios vergonhosos.

Outro ponto de conflitos se refere ao Supremo Tribunal Federal. No seu corpo há ministros que não têm e nunca tiveram qualificação para serem ministros. No STF a mudança desse quadro sofrível também demorará muito porque aí a idade é de 75 anos para se dar a exoneração compulsória. E há ministros como Gilmar, Tóffoli, Lewandowiski que perturbarão o clima no Tribunal por muito tempo. Há perplexidade nisso, mas como resolver se não se esperar tantos e tantos anos o implemento da  idade desses ministros?

Isso explica, aproveitando os militares no governo, aspirações antidemocráticas de muitos que se manifestam livremente nesse sentido.

Referências no texto: