segunda-feira, 24 de abril de 2023

LULA E SUAS VACILAÇÕES

TRÊS TEMAS: 

ESPERO NÃO ME REPETIR... MUITO

 1. AINDA A POSIÇÃO DE LULA NA INVASÃO RUSSA NA UCRÂNIA

Lula em Portugal








Lula com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Lula ouvi do português firme posição condenando a Rússia.

Os defensores da invasão procuram argumentos falsos para justificar a criminosa invasão russa: ● na Ucrânia haveria células nazistas incentivando a guerra ● a Otan instalaria bases na Ucrânia e maisNão é pouco mas muita desfaçatez e distorções.

2. DESMATAMENTO ZERO NA AMAZÔNIA ATÉ 2030

Os discursos de Lula reafirmam o compromisso de desmatamento zero até 2030. Ma,s se não implantadas medidas urgentes HOJE, até 2030 o que restará da Amazônia?

3. CRÍTICAS DO GOVERNO AO MST

Agora o governo Lula critica as invasões do MST. E eu volto a perguntar: o que fazia Stédile na comitiva de Lula na China? Pois não fora ele o principal mentor das invasões e predações de propriedades. "Que Lula embale sua criação... e troque as fraldas".


 1. AINDA A POSIÇÃO DE LULA NA INVASÃO RUSSA NA UCRÂNIA

Já disse isso no meu canto de encantos e desencantos.

Tenho para mim como insuportáveis, comentários de Lula sobre o tema Ucrânia no qual se insere uma conduta criminosa da Rússia de Putin.

Fica Lula fazendo comentários em prol da paz mas até há pouco era notório seu  desvio para os interesses russos, tanto quanto fora Bolsonaro na sua "neutralidade". O que veio fazer aqui, afinal, o chanceler russo Sergei Lavrov há pouco?

Esse tipo de neutralidade é uma farsa porque o lado MUITO mais forte faz ataques genocidas e não há apelo humanitário que sensibilize a cessação dos ataques que atingem áreas civis ucraniana desesperadas.

Comentários ignorantes tentam justificar esse massacre porque na Ucrânia haveria células nazistas incentivando a guerra, a Otan, com a adesão da Ucrânia, propiciaria a instalações de áreas extensivas da Organização em seu território. Ou como ouvi, a Rússia defendendo seu "direito" de invadir a Ucrânia como fizeram os Estados Unidos no Iraque. Um comentário distorcido: a despeito dos erros da invasão americana, não houve apropriação de territórios iraquianos.

Esses comentários são "dolorosos".

Pois bem, Lula em Portugal, à pressão Ocidental e dos governantes portugueses, condenou a invasão russa meio sem convicção ao assinar acordos com o presidente português Antônio Costa, num deles neste termos:

"Os chefes de Governo enfatizaram o seu compromisso com o direito internacional, a Carta das Nações Unidas e a resolução pacífica de conflitos. Deploraram a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e a anexação de partes do seu território como violações do direito internacional", lamentando "a perda de vidas humanas e a destruição da infraestrutura civil, bem como o imenso sofrimento humano e o agravamento das vulnerabilidades da economia mundial causados pela guerra", ressaltando, ainda "a necessidade de promover uma paz justa e duradoura..."

Mesmo com esse discurso chocho de Lula proclamando a paz, a Rússia não demonstrou qualquer receptividade em cessar seus ataques genocidas aos civis e sem renunciar às suas pretensões de conquistas territoriais.

A Rússia, no meu modo de ver não merece condescendência nenhuma só o repúdio. 

O que Lula deve fazer daqui para frente é se calar. O recado da paz ele já deu e se insistir que não seja com acenos e graças à Rússia que é a invasora criminosa.

2. DESMATAMENTO ZERO NA AMAZÔNIA ATÉ 2030

Eu não tenho a menor dúvida que o governo Bolsonaro desmantelou de modo radical os órgãos de controle ambiental do governo federal, deixando a mercê de bandidos, garimpeiros, madeireiros criminosos e grileiros a Amazônia.

Há, ainda, nestes meses, a consequência da insensibilidade, da irresponsabilidade de um governo nefasto que felizmente foi derrotado.

O governo bolsonarista engavetou cobrança de multas ambientais e, como mostruário perverso que o mundo viu, o garimpo em terras yanomamis que produziu além da devastação na florestas, a morte por inanição daqueles indígenas abandonados e sob  a truculência daquela corja que, parece, foi expulsa.

Uma pergunta que já fiz: o que foi feito de todo o ouro amealhado nos garimpos em terras yanomamis?

Lula em seus discursos de defesa da Amazônia sabendo do avanço da devastação que se acentua nestes meses de seu governo, insiste em repetir a disposição de desmate zero até 2030.

Mas, esse discurso já não convence. Se nada for urgenciado, pouco da floresta restará até 2030.

Lula tem que dizer HOJE, AGORA, o que está sendo feito para combater essa tragédia ambiental; quais os programas, os projetos, as ações sendo preparadas para, a curto prazo, serem implantadas de maneira a coibir as ações predatórias criminosas. 

Porque em não fazendo e só prometendo, tende suas promessas a caírem no descrédito.

3. CRÍTICAS DO GOVERNO AO MST

Já falei sobre esse tema que muito me incomoda há anos porque disse e digo que esse pessoal provoca invasões há mais de 15 anos. 

Voltou o PT de Lula e esse movimento se aguça, desafiando o próprio partido do qual tem vínculos fazendo uma oposição que demonstra desequilíbrio.

E, então, o governo, agora, por seus ministros criticam as invasões, porque no seu bojo, há muito de irresponsáveis e oportunistas inconsequentes. E não é que invadiram área da Embrapa?

E, eu me pergunto, ou volto a perguntar: O que fez o João Pedro Stédile, o mentor até há pouco das ações ilegais e predatórias do MST, na comitiva de Lula na visita à China?

Assessor do quê?

Que Lula embale sua criação... e troque as fraldas.



 



terça-feira, 18 de abril de 2023

E ENTÃO, O LULA PRÓ-RUSSIA. TAMBÉM O ESPALHAFATO DO MST E A CHINA

I — Guerra russo-ucraniana: os excessos de Lula e o aceno à Rússia

 Aqui neste meu canto de encantos e desencantos, vejo que Lula, na sua ambição em se tornar o "paladino da paz" na agressão que a Rússia promove contra a Ucrânia e não se solidariza com a sua tragédia e sem esconder o lado se volta para o mais forte o do invasor genocida...

E nesse passo, o presidente do Brasil, com seu argumento falacioso, dando uma de independente para impressionar o mundo, diz que nessa guerra de Putin, criminosa, a culpa é tanto quanto da Ucrânia e não somente do país invasor que, por incrível que pareça, demonstra ranços do stalinismo pelos atos de crueldade que vem praticando.

A posição de Lula, no meu modo de ver, é vergonhosa. Há um deslumbramento inconsequente dele e, como tal, ausência de senso crítico.

Ou está tentando amenizar declaração anterior, dada em 16.02 quando disse que a invasão russa fora um "erro histórico"?

Retomem-se os fatos bem conhecidos:

Em março de 2014, Putin "oficializou" a anexação da península da Criméia ao território russo;

A partir daí a Ucrânia, que ensaiara oficializar o pedido de ingresso à Otan, por essa disposição após os atos russos, foi atacada em 24 de fevereiro de 2022 porque o país invasor  "discordara" de uma decisão que só à Ucrânia cabia decidir.   

A partir da truculência russa e seus crimes, a ameaça que se constitui aos países vizinhos — e não há como negar isso — é que a Finlândia se associou à Otan há pouco.

A culpa é da  Finlândia por ter agora se associado à Otan? Ora, claro que não!

É é bom lembrar que antes da invasão russa, a Otan se constituía, digamos, numa força bélica "burocrática". 

A Otan foi "restaurada" com a invasão russa. O que acontece agora? 

O planeta, se faltar um pouco mais de juízo das partes, principalmente da Rússia, pode se deparar com um conflito nuclear com graves consequências.

Internamente, a Rússia não permite críticas à agressão que promove contra a Ucrânia. Os corajosos que assim agem em seu território, são severamente punidos com prisão. É, ainda, a mentalidade stalinista.

É, pois, falso o que diz Lula: os Estados Unidos não incentivam a guerra. Eles, mais a União Europeia ajudam a Ucrânia a se defender. É a Rússia a invasora e quem faz ataques cruéis a um povo desarmado. Como estaria a Ucrânia sem essa ajuda? 

Mas, eu percebo a "solução sindical" de Lula: permanece com a Rússia a Península da Crimeia a qual foi incorporada ao seu território, para manter sua a "honra" não se fala de suas ações criminosas e a guerra se encerra. 

Claro que o estrago material que promoveu não ficará por conta dela. E as milhares de vítima, ora essas já estão sepultadas.

O que posso dizer sobre a posição do governo brasileiro, sobre a guerra e o aceno à Rússia: VERGONHOSA.

Atualização

Depois de forte pressão dos Estados Unidos e Europa, Lula reforma o que disse e, entre outros argumentos tenta arrumar o estrago internacional que praticou (18.04.2023):

“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito”.

II —  O MST ataca agências do governo que lhe dá guarida

Para mim foi uma surpresa a presença de João Pedro Stédile na comitiva de Lula que visitou a China.

Desde logo eu o tenho como espécie de fanfarrão dado a arroubos de "valentão".  

Nas invasões do MST a terras particulares às quais ele liderou, houve excessos, afrontas e atos de vandalismo.

Lula o apoia mesmo que esses movimentos caracterizem um tipo de lembrete do fracasso havido nos vários governo petista em conduzir uma política agrária eficiente.

Eu reputo, então, essas invasões, inclusive em agências do INCRA e à sede da EMBRAPA que é uma empresa brasileira de pesquisa agropecuária como um espalhafato, ato insano. Desculpem, uma palhaçada.








Dá-se a invasão e a Justiça defere a reintegração e os "sem terra" saem pelos cantos sem qualquer consequência. E na maioria, deixando predações e desarranjos.

Até quando isso? Quantos anos isso já perdura? 15 anos, mais que isso? Já é hora de desenvolver o governo petista, depois de tantas gestões, uma política agrária para encerrar esses movimentos descabidos.

Porque a continuidade deles, em relação ao governo atual, é de oposição.

Uma contradição grotesca. Ridícula.

► Uma observação quanto à presença de Stédile na comitiva que foi à China: nem posso criticar muito porque o seu correspondente "evangélico", Malafaia, também fez parte da comitiva de Bolsonaro à Londres por ocasião do enterro da Rainha Elizabeth. Ele mesmo não soube dizer o que lá fazia. Creio que Stédile também não deve saber a que foi à China...

III — China

 A visita de Lula aos Estados Unidos da parte dos americanos, foi burocrática, sem referências a comemorar.







Na China, a recepção foi calorosa, bem preparada pelo governo chinês, como um modo de impressionar um governo ainda sem posicionamento seguro do que quer que não seja o discurso de "independência" inconvicto e, nesse diapasão, sugerindo concessões extemporâneas.








Então, Lula ataca o dólar como moeda de troca no denominado BRICS que, no momento, não parece viável.

Qual seria, não sendo o dólar, a moeda prevalente, o yuan chinês? 

Na verdade o mundo raciocina em dólar. Há países que fizeram do dólar sua moeda nacional. 

Mesmo que a China supere economicamente os Estados Unidos, e eu nem sei se isso já não se dá — e já escrevi sobre isso — é um afago precipitado de Lula. (*)

Esse tipo de medida não pode se dar num discurso de afogadilho e até demagógico para demonstrar independência.

Lula, que se diz democrata assentiu que a China tome para si a  ilha de Taiwan, incorporando-a ao seu território mesmo contrariando os taiwaneses, que têm luz própria ("uma única China").

Até porque "ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China", disse Lula em reunião com Xi Jinping.

Como a China, digamos, "não brinca em serviço" até no reflorestamento ela se impõe, tanto que Marina Silva destacou terem os chineses, recomposto 70 milhões de hectares de florestas, o que não é novidade.

Marina se refere a essa experiência para chegar ao desmatamento zero na Amazônia. E o reflorestamento nas áreas degradadas é uma necessidade imperiosa.


(*) Referências sobre a China - artigos que já escrevi

A CHINA E SUA ECONOMIA ABRANGENTE

EU PRECISO FALAR SOBRE ISSO DE NOVO (TRECHO)

O QUE ESPERAR DA CHINA?


segunda-feira, 10 de abril de 2023

CEM DIAS E NÃO MIL DIAS DE LULA

Há críticos com timbre bolsonarista, desde a posse de Lula que, nestes 100 dias de governo, exigem medidas como se fossem depois de 1000 dias. Mas, há um zero a menos nesse tempo de governo: são apenas 100 dias.

Não foi fácil. Tenho falado muito sobre isso. Lula conseguiu derrotar um inconsequente e, com ele, todo o poderio de seu governo e verbas à sua "disposição" para se reeleger, os golpistas exacerbados incentivados diretamente pelo candidato derrotado, os comentaristas da Jovem Pan detratores e ávidos em convalidar "fake news", a farsa do voto de papel e outras falácias sobre as urnas eletrônicas, a adesão dos "evangélicos", até "proféticos" e, quando não, julgando seu líder político como ungido. E setores das Forças Armadas que deram suporte àqueles acampados que ofereceram cenas cômicas de marcha na frente dos quarteis. Porque nelas, nas Forças Armadas, havia os golpistas que foram vencidos em suas pretensões nefastas por quem optou naquele momento grave, pela legalidade. Como ignorar isso?

O que esperar dessa gente, dessa mentalidade presente nos dias atuais? Que ignoram, a bem de seu líder o escândalo das joias que confirma a sua mente aética? 

Todo esse aparato levado de roldão por Lula, chegando mesmo ao ponto de desmoralizar o próprio ex-juiz Sergio Moro e seu cavalheiro de aventuras o hoje deputado Denton Dallagnol.

[Quero lembrar que num dado momento tinha Moro como um bom nome para a 3ª via. Hoje a distância para mim é o que há de melhor — não posso esquecer o que disse ele quando se exonerou do Ministério da Justiça e a adesão posterior a Bolsonaro do modo mais deslavado].

Pois bem, o governo Lula chega a 100 dias.

Nesse lapso, antes de se falar em governança, Lula nem bem empossado, se deparou com a greve crise da depredação dos prédios em Brasília que tumultuou por dias qualquer ato da atividade governamental e, pior, se deparou em seguida com a tragédia yanomami que exigiu ação imediata para impedir as mortes dos indígenas na sua reserva, naquele processo genocida dos garimpeiros incentivado pelo governo omisso derrotado.

Notem quão severo têm sido os críticos o que seria compreensível nas hostes bolsonaristas, mas não entre aqueles de quem se esperava bom senso.

Vou explicando, tomando por base o jornal "O Estado de São Paulo".

Na edição de 8 de abril em nota de primeira página desinforma o seguinte:

"Sob Lula, desmate na Amazônia tem o 2ª pior trimestre da série histórica".

O jornal de modo a pretender independência de posicionamento, "esqueceu" de lembrar a história verdadeira do que se passou na Amazônia nos 4 anos do governo Bolsonaro entregue como fora aquele bioma aos ilegais, madeireiros, grileiros e vândalos. 

Essas quadrilhas não serão expulsas no curto prazo e facilmente, porque sabem que atos do governo podem ser superados por ações clandestinas que podem perdurar até que localizadas pelo aparato capaz de lhes dar combate com efetividade. A liberdade que dispunham nestes anos todos esses bandidos, deu-lhes know how. Vejam o que ocorre na reserva yanomami entre a tragédia humana e ambiental. As sequelas ainda lá estão.

Esse mesmo jornal critica a falta de atitude do governo que "pouco aprovou" e conta com comentaristas que às vezes me lembram os bolsonaristas nas redes sociais  que criticam as abóboras volumosas que estariam substituindo a picanha, indivíduos desqualificados que sabem que a carne não dá em horta e mais, pelo que se constata, o "consumo" dos ossos deixou de ocorrer.

Um deles, bem a propósito, o exacerbado J. R. Guzzo um comentarista raivoso do jornal que desde os primeiros dias da posse procura argumentos descabidos porque a veia dele é bolsonarista. E, como tal...

E assim outros. Querem o milagre mas não se lembram da predação ética, a desumanização prevalente e a devastação ambiental herdada tudo com severas consequências. 

O governo derrotado foi uma tragédia e afirmo, haverá muito tempo para ser corrigida. E não em cem dias

Na área econômica Fernando Haddad, um nome que não me agradara como ministro da Fazenda porque parecia "prêmio de consolação" porque derrotado nas eleições em São Paulo, apresentou o seu ministério um projeto, o denominado "arcabouço fiscal" de controle das contas públicas que foi desde logo criticado sem ser devidamente estudado.

Mas, há quem bem o tenha aceitado.

Haddad tem sido coerente com suas intervenções.







O ministro promete para breve projeto de reforma tributária e há que lembrar que o Congresso está praticamente parado com disputas internas entre os presidentes do Senado e Câmara ainda nestes dias.

No Congresso, por enquanto não se aprova nada e o jornal se faz de desentendido tentando demonstrar imparcialidade que é falsa.

Já disse isso antes: imaginem 513 deputados e 81 senadores sentados na sua inoperância e contando com as mordomias. Tanta gente! Os Estados Unidos com cem milhões de habitantes a mais têm, proporcionalmente, menos senadores e deputados ("representantes") do que o Brasil. E com menos mordomias.

Sim, há muito que realizar e corrigir no decorrer do mandato, dar novos rumos que este país sofrido espera.

Antes de encerrar estas longas linhas vou comentar três pontos que me incomodam:

1.) A pose de Lula se apresentando como paladino da paz e, após qualificar há dias a invasão russa na Ucrânia como um erro  grave, agora como proposta para o encerramento da guerra, propõe manter a Península da Crimeia como território da Rússia. Deve ficar claro que essa "conquista" dos russos desencadeou a intenção ucraniana de se filiar à OTAN. Por causa dessa guerra nestes dias a Finlândia — o país mais feliz do planeta — se filiou à Otan...

Melhor que falasse na paz mas sem esse tipo de concessão. Porque em pleno século XXI ainda se depara com invasão territorial de um país que na sua fraqueza ética eleva a soberba e a violência genocida;

2.) A volta tolerada das invasões do MST que significam negação da política agrária do governo recém empossado. Flagrante contradição.  Os bolsonaristas não fariam melhor oposição;

3.) Comentários de palanque proferidos por Lula, importunos, desnecessários que fazem seus detratores, até com razão, ao o criticar duramente, mudar o foco das prioridades nacionais e até trazendo para o seu lado, ambiente de ódio o mesmo sentimento negativo que condena do lado adversário.

Vou parar por aqui esta análise que já se estendeu demais.

E, então, não vou esperar 1000 dias para rever posições do governo atual como pode ser interpretado o título destas considerações, mas 180 dias. Convido os precipitados e críticos sem convicção a fazerem o mesmo.






quinta-feira, 6 de abril de 2023

NESTES TEMPOS DO ÓDIO E DA BARBÁRIE


A Humanidade nunca se viu livre de atos trágicos de ódio. A barbárie é histórica.

Mas, nestes tempos a intolerância e o ódio, com tantos recursos modernos disponíveis não seriam mais esperados. Mas, esses maus sentimentos estão presentes.

A comunicação se expandiu como nunca e ampla como é, difundiu também, a discórdia e o ódio.

O posicionamento do ódio é tão presente nestes tempos que até a inteligência artificial que está em franco processo de aperfeiçoamento assusta. Sim, porque ela pode refletir os sentimentos se não dos seus criadores do que ela pode captar no volume de informações posto à sua disposição.

As notícias se avolumam pelo mundo, mas particularmente entre nós, percebo a falta de espiritualidade mas no seu sentido da interioridade, da busca de valores que não estão em meros sermões de religiosos que mal se situam no que pregam e falam e, em casos múltiplos, deixam escapar o antagonismo e, com ele, um sentido de discórdia. 

Valho-me para melhor explicar o que afirmo estes versículos dos Provérbios 6:16-19

16. Estas seis coisas aborrecem o Senhor e a sétima sua alma abomina:

17. Olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam  sangue inocente;

18. Coração que maquina pensamentos viciosos, pés que se apressam a correr para o mal;

19. Testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.

Nessas pregações que "pastores" proferem alguns muito ricos, identifico condutas praticadas por eles em linha com esse Provérbios,  mesmo que veladamente.

Na questão da espiritualidade - e eu que não sou religioso  mas cheguei a essa conclusão - venho anotando, talvez pela idade, que há respostas na medida em que buscada corretamente.

Qual outra saída? 

Já se disse e eu confirmo que hoje, a presença de Deus vem sendo ignorada. Talvez há muito esteja assim. Não adianta a oração da "boca para fora" com se faz em grandes templos, nessas sessões nas quais há sempre um impulso econômico. 

Acho que buscar a verdadeira interioridade tem-se como princípio que pode variar segundo os caminhos do buscador em Mateus 6:6:

Mas, tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; o teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.

Faz um dia ou algumas horas mais que os assassinatos brutais de crianças de 4 e 7 anos em Blumenau (SC) e que causaram espanto e comoção em todo o país.

Não há explicação lógica. Mas, a explicação não estão na lógica.

Tantas vezes tenho dito que este planeta se identifica, rigorosamente, pelas diferenças. Aqui convivem sábios e bandidos.

Há indivíduos deslocados de sentimentos de solidariedade e, no seu ambiente, eclodindo condições favoráveis, um "gatilho" eclode o ódio gratuito.

Pode faltar no âmbito familiar mensagens de amor, de carinho e até de oposição aos pensamentos agressivos que esses indivíduos externam.

Mas, nestes tempos de discórdia onde os ódios, as distorções e mentira são incentivados todo esses cuidados poderão ser insuficientes  a esses indivíduos influenciáveis por esse tipo, digamos, de mensagens repetitivas ou simplesmente buscadas por eles.

Uma boa definição de ódio, encontrei no velho Dicionário Caudas Aulete: 

Repugnância que se sente por alguém ou por alguma coisa, aversão, antipatia profunda, repulsa, horror.

Há mais de um ano se assistem imagens dolorosas. os ataques russos em cidades diversas da Ucrânia. Esses ataques destroem prédios de moradia e soterram não só adultos como seus filhos, crianças.

Ora, qual o sentimento que essa tragédia traz que não seja o de se acostumar com ela. O evento morte, violento, como rotina,

Essas imagens provocam aos que chamo de "deslocados" que fazem o crime, simplesmente porque fazem, sem causa. São os criminosos de guerra no seu quarto. Os genocidas. Os nazistas de porão. E se orgulham do que fazem porque valentes perante o espelho. Passam a contar nas estatísticas.

► A política recente que pode incentivar a violência

Nesse quadro que expus acima coloquei alguns pontos que se resumem à educação e na busca de valores inspiradores fora das redes sociais. Então, do ponto de vista político não pretendo culpar o governo derrotado nas últimas eleições.

Mas, há questões que não  podem ser ignoradas.

Desde logo vou informando que não acredito nos "evangélicos" que trafegaram à sua volta. 

Os motivos: volto aos Provérbios acima transcritos.

Por um deles, o pior de todos, ao afirmar o candidato vencedor que não precisava de pastores e padres para orar, inspirando-se, creio, em Mateus 6:6 foi duramente criticado. 

É fácil julgar, todos sabem disso, mas a maioria deles se aproveitou para se firmar um volta do "poder" omitindo-se no projeto de seu comandante a não se compreender, à obtenção de armas por quem facilmente habilitado e, nesse passo, aqueles gestos em imitar os tiros no ar. 

O cinismo desses seguidores foi ao ponto de, em nome do suposto ungido - aquele que espantaria a iminência do comunismo se vencesse - uma farsa - ignorar a política das "fake news" nas quais o ódio e as dissenções em seu bojo eram manifestos. 

Essas mensagens obscuras do "nós contra eles" levou ao rompimento de velhas amizades e até animosidade no âmbito familiar por esse ódio irradiado.  

Quando se propõe alguma medida, alguma ação, uma propaganda ela tende a influenciar determinado público e até a aquisição de um produto.

E as armas incentivadas serviriam para exatamente o quê? 

Elas não se prestam a substituírem quadros numa sala.

Elas contém o disparo e a possibilidade latente da morte, do assassinato.

E entre a suposta autodefesa e o crime, este vence de longe.

Por essas é outras razões, o governo anterior foi derrotado porque se somam a esse equívoco o descaso, em muitas oportunidades, com a preservação da vida, porque o "comandante", com receituário de drogas ineficazes nos tempos da pandemia que fizeram vitimas, simplesmente não era "coveiro".

As coisas são muito sérias para serem tratadas com gracejos e irresponsabilidades como se deu ao longo do governo.

Segundo o jornal "O Estado" nos casos anotados de tragédias iguais ou semelhantes a essas havida em Blumenau, desde 2019:

13.03.2019 - Suzano (SP): 8 mortos e 11 feridos

04.05.2021 - Saudades (SC): 5 mortos

26.09.2022 - Barreiras (BA): 1 morto

25.11.2022 - Aracruz (ES): 4 mortos e 13 feridos

27.03.2023 - São Paulo: 1 morto e 4 feridos

05.04.2023 - Blumenau (SC): 4 morto e 5 feridos

Anteriores a 2019 desde 2002 foram contados seis casos. (*)

Pretendi nesta matéria começar fora do âmbito político do dia a dia e pensar num contexto mais amplo de mudanças a partir de uma volta à espiritualidade ou busca de valores não encontrados nas redes sociais, cuidados com a educação, mais atenção às condutas daqueles jovens e os nem tanto que qualifico de "deslocados"  timbradas pela simpatia aos falsos heróis e à violência. Essa tarefa e difícil, reconheço. 

Pior é nada tentar.



Citação:

(*) "O Estado de São Paulo" de 06 de abril de 2023.