quinta-feira, 14 de setembro de 2023

O ESQUERDISMO RETRÓGRADO DE LULA. INCONSEQUÊNCIAS

 



Tribunal Penal Internacional em Haia - Países Baixos






"Conheço" bem o Lula, dos tempos do sindicalismo no ABC. As negociações que conduziu com os patrões na greve de 1978 o projetaram nacionalmente. (*)

A partir dai, sua atuação politica, sem ser político, então, ajudou no esvaziamento gradativo da ditadura.

Estive pelo menos uma vez assistindo a assembleia no Estado de Vila Euclides, aquela multidão ansiosa esperando uma solução para as greves deflagradas, especialmente a de 1979 e 1980.

Então, eu ouvi muito de suas posições e suas ideias nesses movimentos todos.

Incisivo, mas negociador.

Hoje me surpreende posições ideológicas que assume. Seu esquerdismo tem sido constrangedor, tudo indica ainda inspirado em Fidel Castro de quem não parece se libertar.

Eu explico

1. Venezuela e Nicarágua

Lula tem repetido constantemente que a democracia é o melhor regime, não há outro que represente melhor a vontade do povo.

Todavia, na Venezuela, com acusações comprovadas de manipulação do resultado nas eleições e candidatos da oposição impedidos de concorrer, o que disse Lula quando questionado sobre a ditadura venezuelana de Maduro? "Que o conceito de democracia é relativo para você para mim" e que a Venezuela é problema dos venezuelanos. 

Para seus companheiros, ditadores,  o seu conceito de democracia é "relativo".

O mesmo em relação a Cuba e Nicarágua!

No tocante à Nicarágua, em visita  que fez em junho/23 ao papa o religioso do catolicismo pediu a Lula que falasse com o Daniel Ortega para que libertasse os padres presos, Lula prometeu falar com o ditador nicaraguense mas não se sabe se ele falou ou fez algo do que prometera ao papa.

E assim, essas ditaduras prosseguem firmes mas Lula se preocupa mesmo em confrontar os Estados Unidos.

Incoerências do esquerdismo retrógrado.

2. Questionamento ao dólar como moeda de comércio no planeta

Então Lula que em fevereiro 2023 visitou os Estados Unidos, discutindo com Joe Biden a defesa da democracia, a crise climática e a guerra da Rússia se portou de modo "elegante" e não saiu do protocolo.

Mas, em abril, visitando entre outros a China, fez sua média com aquela grande economia e, então, = voltou a criticar o dólar como moeda internacional de pagamentos.

Não parece que  a própria China esteja preocupada em fazer de sua moeda, uma concorrência ao dólar. 

Nesse contexto, chegou Lula ao absurdo de propor, com a Argentina, o uso do yuan, moeda chinesa em suas relações comerciais. A proposta não foi aceita pelos argentinos.

Muito bom. se adotado, o yuan iria para os cofres oficiais e o que se faz com essa moeda obtida? Ah, sim, converte-se em dólar!

Alias, o candidato da extrema direita na Argentina,  Javier Milei, com chances de ser eleito em outubro tal a deterioração da economia e da moeda de seu país que anunciou  a possível adoção do como moeda nacional.

Na América Latina três países usam o dólar como moeda nacional: Equador, Panamá e El Salvador.

E o Lula para fazer careta aos Estados Unidos, defende uma moeda na América do Sul para seus negócios.

Não será o Lula, nessa insânia que verterá para o mundo oriental a cultura ocidental que por séculos nos influencia, mesmo a americana.

Da cultura russa, destaque aos escritores Leon Tolstoi e Fiódor M. Dostoiévski. E o que mais de sua cultura a ser ponderada.

3. A guerra russo-ucraniana. Posição irresponsável.

Em comentário anterior identificara a simpatia de Lula a Putin por manter ainda, em seu "espírito" aqueles "ideais" de Fidel Castro e sua ditadura em Cuba que teve forte influência na América Latina a ponto de, por pouco, em 1962, não ter se tornado pivô de conflito de grandes proporções entre Estados Unidos e União Soviética.

Então, Lula, nesse seu deslumbramento ultrapassado, retrógrado, se volta para Putin que promove contra a Ucrânia, uma guerra de conquista de território perversa, assassina e, por isso, insuportável.

Ele deseja uma saída honrosa para Putin e pelo que já se ouviu mantendo os territórios conquistados pela Rússia à Ucrânia nessa guerra vergonhosa.

E, como qualquer esquerdista com dificuldade de raciocínio, coloca sempre a culpa nos Estados Unidos esquecendo que o povo ucraniano já deu mostras cabais de que quer pertencer à Europa fora da influência russa.

O pedido de filiação à Otan fora nesse sentido.

E há pouco a Finlândia se associou temendo o avanço russo.

Essa a realidade.

Sendo uma ameaça de um autocrata desequilibrado como Putin na sua ambição de conquistas territoriais, a Europa civilizada ajuda  a Ucrânia, tanto quanto os Estados Unidos para derrotar a Rússia, hoje um país no padrão da Coréia do Norte. 

Esses países tem hoje a mesma sintonia obscurantista.

A que ponto chegou a Rússia!

4. Cúpula do G20

De dezembro de 2023 até novembro de 2024 o Brasil presidirá a Conferência do G20, que congrega as 19 maiores economias do planeta.

A Cúpula no Brasil, está marcada para novembro e 2024 no Rio de Janeiro.

Wladimir Putin, por causa dos crimes de guerra na Ucrânia, tem mandado de prisão expedido Tribunal Penal Internacional com sede em Haia ao qual se submetem todos os países signatários incluindo o Brasil.

O que fez Lula na sua megalomania de estadista de São Bernardo do Campo?

Incluiu Putin entre os convidados e afirmou que no Brasil o russo não seria preso porque há que prevalecer a soberania nacional.

Depois, se retratou em parte da gafe, mais uma, e disse que caberia à Justiça decidir sobre a prisão de Putin.

Antes de mais nada: se Putin vier para a Cúpula do G20 quais dos outros líderes presentes irão dele se aproximar? De um pária?

Ele será persona non grata, salvo para o Lula, no seu deslumbramento esquerdista retrógrado.

Para o Brasil, a presença de Putin será, sobretudo, um estorvo, uma aberração.

Mas, a grave situação de desencontros não para por aí, porque o ministro da Justiça, Flávio Dino, submisso ao seu chefe, disse que o Brasil revisaria a adesão do  Brasil ao referido tribunal.

A que ponto de tolices estamos atingindo.

Bom que se esclareça que a Constituição Federal, no artigo 5º/LXXIX - § 4º estabelece:

"O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão."

Essa dispositivo foi introduzido pela EC nº 45 de 12/2004 no primeiro mandato de Lula. A adesão ao tribunal se dera havia dois anos, em junho de 2002.  

Ele alegou desconhecer a adesão do Brasil aos Tribunal Penal Internacional, mas não é verdade.

E quanto ao Ministro da Justiça, espera-se que ele tire essa ideia de sua pauta, tal o descabimento.

CONCLUSÃO

Eu votei no Lula e ponto. Razões eu expliquei à exaustão. Mas não sou lulista. Se o fosse imitaria o que há de pior no bolsonarismo, acéfalo, aético.

O QUE LULA FALA -— ATÉ AQUELA DE QUE NO STF OS VOTOS DOS MINISTROS DEVERIAM SER SECRETOS — TEM GERADO PROFUNDA IRRITAÇÃO. LULA TEM QUE SE CALAR E CUIDAR DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS, ESSES SIM RELEVANTES.

O QUE POSSO DIZER É QUE LULA COM ESSAS POSTURAS INSENSATAS, ESTÁ SAINDO DA LINHA DIPLOMÁTICA, PARA INGRESSAR NA DE BOBO DA CORTE.


Citação

(*) Acessar: GREVE DE 1978 NO ABC




domingo, 10 de setembro de 2023

STF, DECISÃO DE TOFFOLI E UMA INTERPRETAÇÃO HETERODOXA

A decisão do então juiz Sérgio Moro de Curitiba levara Lula à prisão por corrupção que ele cumpriu por 1 ano e 7 meses (04.2018 a 11.2019). Foi libertado pela mudança de entendimento do STF a não aceitando, mais, a prisão com decisão em 2ª Instância.

Em março de 2021, o Min. Edson Fachin, decidiu e o plenário do STF confirmou, pela anulação das decisões de Sérgio Moro nas ações da “lava jato” sob o argumento de que era incompetente a 13ª Vara de Curitiba, remetendo o processo à Justiça Federal de Brasília que seria o foro competente para o julgar.

Com a decisão de Fachin, Lula se torou elegível.

Numa entrevista, e já me referi a ela, ao vencer as eleições no segundo turno por margem pequena (2,139 milhões de votos a mais que Bolsonaro) afirmou Lula que fora perdoado pelo povo brasileiro.

Se foi perdoado, qual fora seu pecado? (*)

Superando todos os percalços, a tentativa de golpe e o vandalismo no dia 8 de janeiro praticado pela horda bolsonarista contra os prédios dos três poderes, Lula tem se esforçado muito para governar superando mesmo o ranço bolsonarista que com tudo o que dispunha seu ídolo, mesmo assim foi derrotado. Também já disse muitas vezes: a derrota de Bolsonaro para mim era esperada havia meses, pelo modo como agia.

Nessa tentativa forte em apagar a figura melancólica do derrotado, Lula se aproximou dos líderes mundiais e tem sido muito bem recebido.


G20- a partir da esquerda: pres. do Banco Mundial, Ajay Banga;  Lula;  primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; pres. da África do Sul, Cyril Ramaphosa; pres. dos EUA, Joe Biden. Foto: Evan Vucci/Pool/AFP


Esses líderes revelam até alívio em não ver mais a figura patética de Bolsonaro em suas relações internacionais.

Mas, parece permanecer no ambiente internacional essa questão da prisão, os julgamentos anulados, a denúncias de manipulação processual da dupla Moro — Dallagnol não bem esclarecida. Nesse imbróglio todo, porém, ficam os acusadores proclamando que a corrupção apurada na lava jato não estava resolvida.

Então, em 6 de setembro, o Min Dias Toffoli anulou todas as provas obtidas no acordo de leniência da Odebrecht qualificando-as de imprestáveis para utilização em qualquer Instância jurisdicional, sejam de natureza criminal, cível, eleitoral e no âmbito administrativo.

E, nesse diapasão, a par de acentuar a parcialidade de Moro-Dallagnol e o modo até desrespeitoso como membros do MP se referiam aos acusados declarou Toffoli sobre a prisão de Lula:

Pela gravidade das situações estarrecedoras postas nestes autos, somadas a outras tantas decisões exaradas pelo STF e também tornadas públicas e notórias, já seria possível, simplesmente, concluir que a prisão do reclamante, Luiz Inácio Lula da Silva, até poder-se-ia chamar de um dos maiores erros judiciários da história do país.

Mas, na verdade, foi muito pior.

Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem,”

Eu li a entrevista de Ives Gandra no jornal “O Estado” de 07.09.23, que se revelou cauteloso ao tratar dessa decisão de Dias Toffoli. Ele se referiu ao julgamento do TRF4 que confirmara a decisão de Moro, sendo “desembargadores extremamente dedicados, juristas” perguntando, então, se não teriam eles constatado as irregularidades havidas no processo?

Não sei! Há um momento que advogados se assombram com decisões até dos tribunais superiores que ignoram elementos essenciais que constavam dos Autos.

E naquele momento havia um fator, digamos, psicológico.

Não teriam sido os excessos na condução do processo em Curitiba revelados depois da condenação?

Essas indagações ficam para os recursos eventuais que se instaurarem contra a decisão de Dias Toffoli.

Quanto ao Lula no seus contatos internacionais que tendem a se acentuar — até porque há a agenda ambiental clamando por cuidados urgentes — essa decisão do STF constitui-se um fato importante para garantir sua autoridade.

Até para se posicionar a favor de Putin que patrocina guerra insana de conquista de território e, para tanto, devasta a Ucrânia matando seus cidadãos. Mantém seu esquerdismo retrógrado.



(*) Acessar: LULA PERDOADO




sexta-feira, 8 de setembro de 2023

SETE DE SETEMBRO SEM O “IMBROCHÁVEL” (2023)

Eu já devo ter falado do “discurso” de Bolsonaro nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil em 2022.

Não creio que alguém se lembre de algo dessas comemorações que seria tão especial que não seja o discurso patético que proferiu o ex-presidente não reeleito que naquele seu oportunismo desqualificado, gritou que o povo estava do “lado do bem” (!), agradeceu a Deus por uma segunda vida e em seguida surpreendeu a todos com o “mantra”, “imbrochável”, “imbrochável”.

Das comemorações do bicentenário, então, pouco há que lembrar. O brilho esperado fora empanado.

Mas, há que lembrar que, à medida que vinha Bolsonaro perdendo as eleições ao logo dos meses que a antecediam, saiu para as ruas uma horda de “patriotas”, que se instalaram na frente dos quartéis, principalmente, e em outros logradouros e ensaiaram as cenas mais ridículas jamais vistas: idosos marchando empunhando a bandeira, reverências a um pneu não se sabe simbolizando o quê — sob os acordes do Hino Nacional —, gritos histérico pedindo intervenção militar numa farra insana, uma maroteira jamais pensada.

Com a derrota oficializada, com a mentalidade desses “patriotas”, incentivados por muito tempo por Bolsonaro principalmente pelos ataques às urnas, eclodiu o 8 de janeiro...

Então, este 7 de setembro de 2023 foi a comemoração que não se dera em 2022.



Lula e o alto escalão militar. 7 de setembro de 2023




Significou um aceno à volta da normalidade até porque as Forças Armadas participaram normalmente como não poderia deixar de ser.

E um governo que precisa governar com todos os esforços para acertar.  

A “insanidade patriótica” ficou em casa vendo as comemorações pela TV.

Lula ganhou pontos com esse resultado.

Com o escândalo das joias que envolve Bolsonaro e esposa, seus ajudantes de ordem, advogado, esses conluios descarados, o País só voltará à normalidade após encerradas essas investigações e, como decorrência, espero, relegando Bolsonaro ao ostracismo.

Ele significa a discórdia, o sustento da ignorância até “religiosa” como se comprovou antes e no dia 8 de janeiro. Por isso, repito mais uma vez a frase que há bom tempo venho proferindo: “porque onde ele mexe ou piora ou deteriora”.