domingo, 28 de novembro de 2021

PREÇO DO ETANOL E DA GASOLINA. A PETROBRÁS, A TRÁGICA

A Petrobrás por causa dos preços exorbitantes dos combustíveis, dirigiu nos meios de comunicação há pouco “campanha de esclarecimentos”, falando da composição de um litro de gasolina a R$7,00.

Então, para a Petrobrás, dos R$7,00, amealha algo em torno de R$2,33 de cada litro vendido do combustível, porque os demais valores se referem à mistura do etanol considerado um custo adicional, mais distribuição e revenda e impostos, destacando o porcentual variável do ICMS.



Hoje (em 28.11.2021) em preço promocional a gasolina fora anunciada num posto a R$6,00 e o etanol a R$4,88, isto é, a diferença porcentual entre um e outro de apenas 18,67% (em Reais, R$1,12).

Considere-se que até há pouco era vantajoso o etanol se o preço por litro em relação à gasolina, fosse de 70% no máximo. Mas, essa proporção foi eliminada pela administração da Petrobrás, sem dar explicações sérias. Nesse caso de hoje, a porcentagem é de 81,33%,

Afinal, qual a composição do preço por litro do etanol com o monopólio da Petrobrás? Como pode ser explicado o aumento do valor da gasolina com a mistura do combustível da cana mais barato no porcentual de 25%?

Não duvidem se o valor do etanol for se aproximando aos poucos do preço da própria gasolina. O que hoje ocorre com o preço elevado do etanol constitui-se prática inaceitável porque no tocante a ele não se sustenta o argumento da extração no fundo dos mares.

Nem o dólar eclodindo como agora eclode explica essas "variáveis" de modo convincente.

O que me parece é que há aí, como tudo neste (des) governo das meias verdades e das meias mentiras, ou apenas mentiras, algo a mais nessa história do preço dos combustíveis, não explicado.

O que é verdadeiro é a garantia dos lucros exorbitantes da Petrobrás, que lucra na mistura do etanol com a gasolina e pelos preços escorchantes que vem praticando em relação ao combustível da cana.

Em resumo, trata-se do combustível explorando a todos porque dá-se como decorrência o aumento da inflação e do custo de vida – realidade perversa aos mais carentes  e a Petrobrás acima de tudo, “soberana”, intocada, trágica.


PS: me retrato se houver alguma manifestação que me convença.










quarta-feira, 4 de agosto de 2021

BOLSONARO E O VOTO DE PAPEL. E OUTROS

 


A alegada fragilidade das urnas eletrônicas foi corrigida pelo TSE 

que, aliás, submeteu o programa a especialistas em informática, com 

a vantagem de que o sistema, em si, não é ligado à internet na hora 

da votação. NEM O CAPITÃO CLOROQUINA COM TODA SUA 

“INTELIGÊNCIA” apontou fraude. É um mentiroso contumaz. Há, 

aqui, um estado de desvio de rumos, porque se fraude houve e 

haverá seguramente, será nas apurações voto a voto.


Este país é estranho, muito. Chegando a 500 mil mortes e o 

desajustado continuava defendendo a cloroquina. Morriam adeptos 

dele, tomando cloroquina, ivermectina e sabe mais o quê e o tema 

continuava em pauta (e dai?), Ora, as vacinas naquela sua mente 

fraca, eram ineficazes.


Agora o país com inflação alta, combustíveis em valores nunca visto 

(a “culpa” é dos governadores) mesmo com a mudança demagógica 

do presidente da Petrobrás por um militar que manteve a política dos 

preços internacionais, alto desemprego, fila dos ossos (padrão 

Venezuela até porque lá os militares sustentam o regime pela 

remuneração elevada, o que já ocorre por aqui), e ficamos neste país 

infeliz, discutindo tal qual a cloroquina, formas de votação por 

injunção do mesmo ‘elemento’, cujo governo é medíocre.


O país se houvesse competência e seriedade deveria estar discutindo 

reformas estruturais, formas de diminuir o desemprego, baixar a 

inflação, programas educacionais e culturais pós pandemia que 

parece estar se materializando pelos efeitos da vacinação.


Mas, não, ficamos discutindo votos de papel por quem teme ao 

pesadelo, ser derrotado de modo fragoroso. E isso porque sua 

incompetência e insanidade estão propiciando “a volta dos que não 

foram”. Não me encham o saco com essa pequenez.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

O QUE ESPERAR DA CHINA?



Homem segura garota no colo e posa para foto em frente a um grande mural que retrata o presidente da China, Xi Jinping (no centro), e outros líderes chineses em uma praça pública em Lhasa, na Região Autônoma do Tibete  na base do Palácio de Potala em 1º de junho de 2021  (O Tibete foi invadido pelas forças da China de Mao em 1950). Foto: Getty Images via BBC - G1 de 23.07.21


Lembro bem, no inicio da década de 80, compartilhando um escritório com um advogado muito religioso, aqueles que nos fins de semana saíam com a Bíblia debaixo do braço procurando fiéis, disse-me ele, dentro de sua crença, que a China seria o agente do mal para o mundo, a mente do anticristo o qualificativo que ele dava, então.

Pois não fazia muito, a China com a mão de ferro de Mao Tse Tung, falecido em 1976 com sua violência e reformas fracassadas, levaram o imenso país ao caos, significando perseguições políticas ou não, nestes os intelectuais, milhares de mortos pelo regime e, principalmente, a fome generalizada.

Ninguém me disse, mas minha conclusão elementar é de que vêm daqueles tempos morcegos e ratos, escorpiões no espeto e baratas como alternativas alimentares. E ainda hoje, nos seus mercados a céu aberto se constata quão nauseantes são alguns alimentos oferecidos, locais sem higiene. E até digo sem medo de errar, qualquer animal era ou é oferecido e alguns trucidados na frente do freguês.

Mas, então, já com Deng Xiaoping no poder, ele começa a mudar radicalmente toda a estrutura caótica de Mao. Em 1979 visita os Estados Unidos e não é possível avaliar o que pensara ao ver de perto a modernidade americana naqueles tempos, aquelas cidades suntuosas, o progresso técnico, a modernidade, a liberdade.

Então, voltando aos primeiros anos da década de 80, mostro ao meu amigo religioso, a manchete estampada no jornal que daqui a poucos anos completará 150 anos de circulação:

"A China abre-se para o mundo!"

E assim, nessa luta pela abertura de mercado, pelo que eu me lembre, vinha da China tudo quando era quinquilharia, de má qualidade, mas tenho comigo uma frase de Sun ‘Tzu no livrinho “A Arte da guerra”:

Aparente inferioridade e provoque a arrogância do adversário”.

Com o passar dos anos, a China foi se inserindo no mercado em todas as atividades econômicas, apreendendo as prioridades do mundo globalizado e partindo para dominar muitas atividades de interesse para o mundo e avançando para a alta tecnologia.

Nestes tempos de pandemia, a par de acusações que lhe são feitas de que o vírus escapara de algum dos seus laboratórios, a China se tornou referência no fornecimento de insumos sem os quais as muitos milhões de vacinas não poderiam ser produzidas. Neste ano de 2021, seu pequeno veículo “rover” pousou com êxito em Marte como já fizera e faz a NASA.

A China, pode-se dizer, produz tudo, inclusive veículos de qualidade. O país não perde tempo em conhecer e criar tecnologias.

Essas são realidades notórias hoje.

Mas, e a atuação politica de modo global?

Marx e Hengel, presenciado a classe trabalhador aviltada pelo capital nascente em meados do século 19, desenvolveram a tese que seria conhecida como marxismo, que consistia no controle dos meios de produção pelo Estado que propiciaria um quadro de vida mais saudável ao proletariado, inclusive com educação gratuita para todos. E esta ameaça:

"Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar."

Essas ideias de um modo ou outro tiveram influência em todo o mundo. Com o passar dos anos, melhoras foram sendo introduzidas no mercado de trabalho capitalista por força de teses socialistas.

Em 1917 eclodiu a Revolução russa que implantou o comunismo que pouco tempo depois se constituiria num regime ditatorial violento, comandado por Stalin. Para ele, a solução para seus opositores era a assassinato. Opositor importante, Trotsky exilado no México, foi assassinado em 1940.

Com a morte de Stalin, em 1953, seus sucessores voltaram-se gradativamente para o Ocidente, mas sempre mantendo o regime comunista centralizado. Com o passar do tempo, porém, com o desmantelamento da União Soviética em 1991classifica-se hoje o regime russo como uma republica. A Rússia não é mais comunistas? Não é, mas tem ranços após décadas de um regime cruel imposto pelo stalinismo e sucessores mais moderados. Putin de um modo ou outro está no poder desde 1999 mas pode disputar a reeleição mais duas vezes podendo governar até 2036 (!)

E a China? Voltemos a ela, agora que o Partido Comunista Chinês completa neste ano, um século. Da China do pragmático Xi Jinping.

As notícias que de lá vêm dão conta de que o regime, autoritário como é, tem se voltado a um processo de oferecer uma melhora na vida do povo chinês como por exemplo, aboliu os impostos rurais a par de criar "um sistema de bem-estar que fornece pensões e assistência médica subsidiada a todos”, mesmo que com limitações, mas agradando a maioria. Afirme-se, contudo, que a jornada diária de trabalho chinesa ainda é extensa.

E mais,

Se a declaração de independência dos EUA diz que os homens livres devem buscar a felicidade como lhes parece melhor, a mídia chinesa afirma que o partido busca “felicidade do povo” algo que virá de cima para baixo.” (“Estadão” via “The Economist” de 07.07.2021),

[Não dá para comparar a China de hoje, com o comunismo sufocante de antes que se mantém na Coreia do Norte, país que o povo tem que chorar quando o ditador “chora”].

Eu acho que esse socialismo do bem-estar como se desenha na China, ou como apregoado, pode ser sintetizado pelo que disse o embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming:

"No primeiro centenário, o país construiu uma sociedade modernamente próspera. Inicia no segundo a transformação num país moderno e poderoso. O socialismo com características chinesas é o caminho assentado em sintonia em sintonia com a realidade nacional e a tendência dos tempos. Os diferentes percursos históricos deram origem  a uma profusão de culturas e sistemas sociais, o que faz com que existam vários modelos de democracia. Para 2049 (100 anos da República Popular), o governo cria um novo paradigma de desenvolvimento e eleva seu nível de reforma e abertura ao exterior. Sozinho, nenhum país estará imune aos riscos e desafios globais". ("Estadão" de 18.07.2021),

O embaixador ainda fala na preocupação chinesa com as severas alterações climáticas destes tempos e também: "Solidariedade e convivência harmoniosa são a única alternativa para a humanidade. A China trabalhará com todos os países do mundo para promover os valores comuns de paz, progresso, equidade, justiça, democracia e liberdade, praticar um verdadeiro multilateralismo,,,"

Esse socialismo de bem-estar, nem sei se imaginado por Marx-Engel nesses termos, aliado à sua tecnologia excepcional, seu poderio econômico, suas necessidades de alimentos para mais de 1 bilhão de chineses, tolerante com algumas regiões, principalmente as de sua tradição, de que modo influenciará a mundo todo, considerando que não parece querer mudar seu regime comunista autoritário?

E o confronto com os Estados Unidos que, tudo indica a China os superará brevemente nos campos tecnológicos e econômico?

Porque diz o Partido Comunista da China que merece governar por causa das coisas incríveis que faz. 

Ainda não esqueci a preocupação  daquele advogado religioso que vaticinou a China como o grande vilão espiritual do planeta.

Talvez não chegue a tanto. Uma incógnita  que os próximos anos poderão responder. 

 











sexta-feira, 18 de junho de 2021

A VOLTA DO VOTO IMPRESSO

Este tema está, na melhor gíria, "bombando". Já comentei essa volta aos tempos do Fiat-147, máquinas de escrever Olivetti, cópias em carbono e tal. Há vozes autorizadas criticando o projeto de emenda constitucional. Então, decidi repaginar minhas impressões de modo mais resumido. A minha presença surda e solitária em apontar um país que não tem jeito nem jeitinho:

(Gazeta de Piracicaba de 13.06.2021)

Texto completo:

O voto impresso, aquele que no passado, antes de 1996 indicado na cédula com um “x” ao lado do nome do candidato era, sim, neste país imenso, naqueles rincões nos quais o Sol também brilha, sujeito a fraudes porque tudo era computado manualmente, com máquina de somar, muitas com rolos de papel e os mapas e as atas das urnas eram, igualmente, preenchidos a mão após a contagem dos votos.

Gostaria de dizer que fui escrutinador nos tempos do voto de papel, em São Caetano do Sul, na década de 70. De lá até a década de 90 nada mudara. Claro que ninguém naquela cidade do ABC pensaria em fraudar votos nas várias bancas instaladas, responsáveis por abrir as urnas confrontando com o número de votantes constantes da respectiva ata.

Causava estranheza, por exemplo, numa determinada urna a contagem de dezenas de votos a um mesmo candidato a vereador. A explicação é que se tratava de urna de determinado bairro no qual o candidato era popular...

No voto impresso podem até negar, mas estava presente o convite à fraude.

Eis que a implantação das urnas eletrônicas deram agilidade às eleições e aos resultados. Não houve qualquer denúncia de fraude que pudesse comprometer os resultados finais anunciados nas várias eleições. Metaforicamente, seria o efeito das vacinas contra a covid-19 em relação à cloroquina, ineficaz – no caso o voto de papel.

Então, a volta do voto impresso qualquer que seja a modalidade, é um retrocesso, é negar a eficiência tecnológica implantada. Tecnologia que vai regendo o Planeta.

O projeto de emenda constitucional que deve ser aprovado pela Comissão Especial da Câmara, de n° 135 é de autoria da deputada Bia Kicis, que nas suas justificativas se refere aos inúmeros projetos frustrados de controle das eleições pelo voto eletrônico. Essa PEC acrescenta o §12 no art. 14 da Constituição:

§ 12 No processo de votação e apuração das eleições, dos plebiscitos e dos referendos, independentemente do meio empregado para o registro do voto, é obrigatória a expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas, de forma automática e sem contato manual, em urnas indevassáveis, para fins de auditoria.

Na regulamentação desse dispositivo, a urna eletrônica emitará a comprovação do voto em papel, cabendo ao eleitor introduzi-lo numa urna de material acrílico, como se comenta.

Ao fim da votação, a urna eletrônica emite um relatório que é confrontado com a contagem dos votos introduzidos na “urna acrílica”.

Com tudo isso, para que, então, a urna eletrônica? Não bastaria a contagem dos votos em papel como no passado? E se houver divergências, sempre possível, haverá acertos na ponta da caneta? Não fora assim no passado?

Claro que isso tudo implicará em atrasos significativos na divulgação dos resultados finais. Essas propostas, pois, são a negação dos sistemas eletrônicos predominantes que vão se aperfeiçoando.

Tem razão o ministro Luiz Roberto Barroso, presidente do TST aos ataques às urnas eletrônicas, como disse há dias:

"O sistema brasileiro de urnas eletrônicas é auditável do primeiro ao último passo. O papel da Justiça Eleitoral é zelar pela segurança do sistema. Agora, o país é livre, e as pessoas falam o que pensam. Já passou o tempo de golpes, quarteladas, quebras da legalidade constitucional. Ganhou, leva. Perdeu, vai embora. (Donald) Trump, nos Estados Unidos, esperneou muito, mas está na Flórida, não em Washington", que ressaltou ser “mentirosa a afirmação de que as urnas eletrônicas não permitem recontagem de votos."

Há, ainda alguma esperança que essa proposta cuja implantação é muito cara ao final seja rejeitada pelo Congresso porque as urnas eletrônicas têm sido um êxito no Brasil e, melhor, sem comprovação de fraudes. As denúncias sem provas até agora, para muitos que as fazem, tem um cunho eleitoral porque deixam espaço para tentar o tumulto como se deu nos Estados Unidos de Trump.

Mas, pelo andar da carruagem, por isso, o país retrocede aos tempos das máquinas de escrever Olivetti.


quinta-feira, 20 de maio de 2021

BOLSONARO É A TRAGÉDIA BRASILEIRA

1. Os motivos do título

Dezessete meses de governo e nada de relevante pode ser relacionado pelo "administração" Bolsonaro que possa ter relevância para o futuro, como uma referência.

Trata-se de um governo medíocre.

E é medíocre a partir do que fala, do que faz. Há afirmações tão desqualificadas que afetam até mesmo o mercado econômico e, por tabela, o mercado de trabalho. E até a fabricação de vacinas por aqui.

Foram seus asseclas que introduziram as fake news, com sua aquiescência nas ditas redes sociais,  alimentando seus seguidores incautos e ignorantes que tomaram tantos absurdos como verdades a serem compartilhadas.

São fanáticos, com timbres de acefalia. Há o seu principal "pastor" que o endeusa tal qual os judeus no Èxadus que adoravam o bezerro de ouro, Para esse "pastor", gritão e histérico, mala feita ele adora o boi...sonaro. Quais seus interesses nessa adoração não cristã?

Há nisso tudo, um sentido forte de falsidade que vem sendo insistentemente alimentado.

Esses "pastores" vulgarizaram, pelo lucro, os Evangelhos e versículos bíblicos. São recitadores. São os pregadores de porre.

E Bolsonaro exulta, os apoia, se ajoelha perante eles, faz orações não se sabe a quem. Uma farsa em nome de Jesus Cristo. 

Para marcar posição: em tudo no que Bolsonaro mexe ou piora ou estraga.

Acessar: Agente do mal

2. Atitudes de revanche desequilibrada

Em termos de pandemia, fora e tem sido Bolsonaro um irresponsável.

Fazendo beicinho e tentando tirar a bola do jogo da qual pensava ser o dono, assim agiu após a decisão do STF que compartilhou o combate à pandemia com ações integradas do governo federal com estados e municípios. Sob coordenação do governo federal.

O seu discurso em rede nacional, repetindo o "diagnóstico" daquele médico da Globo que fala o que não tem o que falar no caso anunciando a pandemia como uma gripezinha sem qualquer base científica - e a partir dai tripudiando de modo sistemático aqueles que, com bom senso incentivavam o uso das máscaras, o isolamento e evitar aglomerações.

O que fez o Bolsonaro? Nada do que foi recomendado e saiu por aí, a ponto de limpar o nariz e dar a mesma mão a um seguidor deslumbrado sem máscara.

Na sua mente desfocada, sugeriu, num dado momento, quando a pandemia passava a preocupar, o isolamento vertical, isto é, somente os idosos seriam afetados pela medida, ficando todos os demais, supostamente fora do grupo de risco, mantendo atividades normais.

As mortes aos milhares revelaram que tal medida seria um desastre maior do que o ora vivido.

Acessar: Atos diabólicos

3. A cloroquina e as vacinas desprezadas

Como todos sabem nos primeiros impactos da pandemia e o aumento das mortes, a reação de Bolsonaro fora de desdém: "E daí?", "Não sou coveiro" e por aí seguiram suas insanidades verbais.

Mas, na sua teimosia não sei se por incentivo do seu ainda ídolo americano, Trump, passou a defender a cloroquina de modo até ridículo e outras drogas como a ivermectina e a hidroxicloroquina como capazes de resolver os efeitos da covid-19. 

E, nesse diapasão, desprezou a vacina que o mundo buscava intensamente. Assim, em meados do ano passado, fez comentário tolo sobre a corovanac - que no final das contas aplicada com sucesso em todo o território brasileiro - e ignorou o quanto pode a oferta da vacina da Pfizer.

Considerando o número de mortos e a ineficácia absoluta das drogas que receitava e exigia dos ministros da Saúde sua defesa, para não reconhecer seu erro primário, continua defendendo o chamado "tratamento precoce" porque se assumir o erro,  reconhecerá, inevitavelmente, sua irresponsabilidade.

Defendendo essas drogas, apoiado por alguns médicos negligentes, Bolsonaro vai mantendo ativa sua farsa,  vai, então, mantendo esse receituário, a alegria das farmácias, que o afasta da acusação formal de genocida. 

Mas, fora ele o gênio do mal.

E o ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello? De general perante Bolsonaro foi reduzido a sargento, submisso a mais não poder,  um ministro absolutamente deslocado do cargo, extravasando incompetência.

Honras ao glorioso Exército brasileiro!

Há dias, em mais um ato de absoluta desnecessidade, sua irresponsabilidade verbal voltou a atacar a China acusando-a de produzir em laboratório o vírus da covid-19. Resultado: tanto o Butantan - que produz a corovac que tem comprovação positiva no combate ao vírus da covid-19 - como a Fiocruz que produz a AstraZeneca ficaram sem o IFA - Insumo Farmacêutico Ativo para continuar a produção. Seria uma retaliação chinesa? Os bolsonaristas negam mas tudo indica que sim.

Melhor que o "elemento presidente" calasse a boca, mas ele não tem preparo para a autocrítica, elementar que seja. É, sobretudo, um amoral.

CPI da Covid: os bolsonaristas condenam essa CPI qualificando-a de ridícula e coisa afins. Ridículo foi exibir caixa de cloroquina às emas nos jardins do Planalto. Há, nos depoimentos da turma do "governo", uma disputa ao mais mentiroso.

4. A distribuição de "lixo" em forma de fake news

Com a chegada de Bolsonaro à Presidência, foram incrementadas as fake news de modo exacerbado um modo de alimentar, nas redes sociais, seus seguidores e asseclas.

Nessas falsidades,  destacam-se seus filhos que o "assessoram" agravando o quadro de insanidades.

Essas falsidades, de modo insistente, foram e tem sido estampadas e repetidas à exaustão e esses incautos a tem como verdadeiras. E mesmo quando desconfiam da veracidade, as compartilham irresponsavelmente como se fosse uma missão em nome do "mito", um qualificativo descarado, porque de mito ele não tem nada.

E eis que numa foto, vertendo lágrimas, sob olhos azuis que nem mesmo os escandinavos ostentam...

Quer pelas fake news, quer pelo ataque que engendra o bolsonarismo radical, dá-se o conflito dos que rejeitam seu modo de agir e os que apoiam, se estendem até no âmbito familiar.

 Não, ele não tem a mentalidade do entendimento. Ele representa o conflito, a discórdia. Mesmo ao lado dos seus pastores ele tem sido qualificado de "anticristo". Bobagem? Se sim, pior e muito do que isso, são as mentiras que ele profere, as  farsas que divulga como se fosse um "escolhido".

Pela suas atitudes desastrosas, demorará muito para o país se recuperar dos seus desmandos. Do desastre.

5. Os combustíveis e o preço dos alimentos

Naquela sua linha de estardalhaço e obter o aplauso de seus asseclas e seguidores com máscaras nos olhos, ao constatar os preços dos combustíveis praticados pela Petrobrás, decidiu Bolsonaro a demissão do então presidente Castello Branco e indicou um militar para seu lugar.

Imaginava-se que os combustíveis tivessem outra forma de fixação de preços, mas tal não se deu: o novo presidente da empresa, um militar disse há dias que a Petrobrás, continuará balizando seus preços pelas variações internacionais do produto (?). E isso com o dólar em torno de R$5,30!

Esse tipo de comportamento ambíguo, faz parte do seu perfil que, no fundo, explosivo, apenas revela seu despreparo.

No tocante aos preços dos alimentos, quer pelo dólar alto, quer pelo elevado preço dos combustíveis Bolsonaro nada diz, aliás, há dias num churrasco comemorativo, estampou nacos de carne de valor elevado. O que pretendera ele demonstrar àquela parte da população com fome, vivendo da caridade? Ora, mateus, primeiro os meus.

Pessoas humildes com quem tenho conversado, começam a se perguntar, se tudo isso tem a ver com o governo. E qual a resposta que eles mesmo chegam? Será preciso reproduzir? 

Dizem, utilizando o chulo, que tudo está a mesma m...

E o ministro Paulo Guedes? Quem? Transformou-se num figura patética no governo e para se manter, na linha do chefe, tem dito bobagens. De seus discurso, palavras ao vento, na verdade uma brisa que mal se sente. Está num processo forte de desmoralização.

6. Geisel e Bolsonaro, o "mau" militar

No livro de memórias, "Ernesto GEISEL" do qual são organizadores Maria Celina D'Araujo e Celso Castro, diz o ex-presidente ao se referir a militares que ingressaram na política o seguinte sobre Jair Bolsonaro:

"Não contemos o Bolsonaro, porque o Bolsonaro é um  caso completamente fora do normal, inclusive um mau militar,"

Todos os militares dos tempos da ditadura morreram no padrão classe média.

Hoje, os militares no governo do primeiro escalão, vivendo espécie de mamata, submissos aos desmandos do chefe tiveram reajustes nos seus salário que ultrapassam em muito o teto constitucional que é de R$39.293,32. O vice Hamilton Mourão, o Gal. Ramos Netto passarão à maior remuneração em torno de  R$63.500,00. 

Hoje Geisel deve estar se remoendo no túmulo ao ver o que faz o "mau militar" na presidência da República. E os seus seguidores.

7. Voto impresso

Para desviar a atenção de seu governo caótico, Bolsonaro e deputados que o apoiam e que não se dão conta do equívoco, tentam que as eleições sejam por voto impresso.

Que se saiba, não há qualquer dado significativo que tenha havido fraude nas máquinas de votação.

Gostaria de dizer que fui escrutinador nos tempos do voto de papel, em São Caetano do Sul. Claro que ninguém naquela cidade sequer pensaria em fraude nas várias bancas instaladas, responsáveis por abrir as urnas confrontando com o número de votantes constantes da respectiva ata.

Mas, imaginem a contagem manual, registrando os votos naqueles mapas meio sem efetiva fiscalização o que pode sair desse procedimento nos rincões do Brasil "sem culpa".

No voto impresso, há o convite à fraude.

E esses deputados, apoiando o discurso retrógrado de Bolsonaro, vão de modo impensado voltando ao passado nestes tempos de alta tecnologia.

Como é possível? Turma do gado...

GAZETA DE PIRACICABA de 13.06.2021

Projetos de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados, sobre a emissão de voto impresso pelas urnas eletrônicas.

1. Projeto de ementa constitucional n° 135. A justificativa explanada pela deputada autora, Bia Kicis, se refere aos inúmeros projetos de controle das eleições, não confiando totalmente nas urnas eletrônicas que, diga-se de passagem, os resultados nunca foram contestados de modo sério nas eleições anteriores, culminando com este PEC, que acrescenta o §12 no art. 14 da Constituição:

§ 12 No processo de votação e apuração das eleições, dos plebiscitos e dos referendos, independentemente do meio empregado para o registro do voto, é obrigatória a expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas, de forma automática e sem contato manual, em urnas indevassáveis, para fins de auditoria.

2. Projeto de lei n° 1175/2015 de autoria do deputado Marcelo Squassoni e outro, que de certo modo “regulamentaria” o teor da emenda constitucional proposta pela deputada Kicis. Esse projeto, porém, não está tramitando. Os debates se dão sobre o projeto de EC nº 135. 

Os princípios desse projeto:

a) A urrna eletrônica emitirá prova do voto em papel, devendo o eleitor colocá-lo em urna lacrada “tradicional” (?) havida no local da votação;

b) Em audiência pública, após o encerramento da votação, o juízo eleitoral fará um sorteio de 2% delas para cidades com até 200 mil habitantes e 4% para cidades com mais de 200 mil habitantes auditando os votos encontrados na urna na qual foram depositados, comparando com os registrados na ata das urnas eletrônicas. O juiz eleitoral pode também assim agir se surgirem suspeitas de irregularidades nalguma votação;

c) O projeto não se refere à solução às eventuais irregularidades encontradas. Havendo divergências, qual o votos que prevalecerão?

Na cidade de São Paulo, com milhares de urnas (cerca de 100 mil), 4% delas auditadas se constituirá, praticamente, numa nova "apuração"? Voltando, pois, à burocracia e aos tempos do "fusca-62" que ainda funciona, quase que puxado por bois, porém.

Claro que isso tudo implicará em atrasos significativos na divulgação dos resultados finais. Essas propostas são a negação dos sistemas eletrônicos, talvez pelo histórico havido no passado de fraudes denunciadas em eleições, antes das urnas eletrônicas.

Esses projetos tramitam com forte oposição do Tribunal Superior Eleitoral. O Ministro Luiz Roberto Barroso, aos ataques às urnas eletrônicas, disse há dias:

"O sistema brasileiro de urnas eletrônicas é auditável do primeiro ao último passo. O papel da Justiça Eleitoral é zelar pela segurança do sistema. Agora, o país é livre, e as pessoas falam o que pensam. Já passou o tempo de golpes, quarteladas, quebras da legalidade constitucional. Ganhou, leva. Perdeu, vai embora. (Donald) Trump, nos Estados Unidos, esperneou muito, mas está na Flórida, não em Washington", disse Barroso, que ressaltou que é mentirosa a afirmação de que as urnas eletrônicas não permitem recontagem de votos."

Acessar: Bolsonarices

8. O descaramento nos cuidados ao meio ambiente

Em discurso evasivo para os principais líderes do mundo, recentemente, em "lives", prometeu medidas de combate ao desmatamento para, no dia seguinte, cortar verba vultosa do Ministério do Meio Ambiente.

Se não cortada, nem sei se essa verba serviria para alguma coisa tendo como "responsável", o ministro Ricardo Salles. Talvez Salles seja a causa do corte, até porque há denúncias provindas da Polícia Federal que apresentam indícios ou mais do que indícios sua condescendência com madeireiras ilegais. O acusam de dar legalidade à devastação crescente. As investigações estão andamento do STF. 

Bolsonaro, na sua insânia, prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

Até 2030, o que restará da Amazônia? 

É essa a promessa de quem não está preocupado com o meio ambiente. 

Acessar: A destruição da Amazônia e a hipocrisia

→ Professor Silvana (dos quadrinhos do Shazan), o vilão

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terça-feira, 16 de março de 2021

UM MISTO DE AGENTE DO MAL E DO GRANDE IRMÃO

Há muito que escrevo neste blog. O tempo vai passando e o entusiasmo diminuindo. Se há os que o acessam o blog sempre? Sim, há, não muitos. Mas, nestes tempos de pandemia severa, há em princípio esse recuo em transmitir alguma coisa e porque as atitudes políticas não mudam.

Porém, cheguei à conclusão que com esse quadro grave de obscurantismo que se vive hoje, a luta para tentar mudar, por qualquer meio que seja o desastre do 'governo' atual, deve continuar.

Das irresponsabilidades do capitão-presidente já se disse tudo:

● Que ele se pôs a receitar drogas com efeito zero no tratamento da pandemia, beirando o ridículo internacional;

● O descaso com as vítimas da covid-19 – em março deveremos chegar a 300 mil mortos – e o capitão-presidente dá de ombros naquela sua linha de deus dos destinos, morre quem tinha que morrer, conceito equivocado porque a vida tantas vezes precisa de ajuda para… viver!




● O descaso com as vacinas, adiando a compra quando o mundo já sabia que para salvar vidas não havia outro remédio que não a vacina. Tripudiou a coronavac obtida de modo providencial pelo governador de São Paulo que, de certo modo, como se diz, "livrou sua cara" do capitão em responder por tragédia maior;

● A humilhação que impôs ao ministro da saúde, um general a quem desautorizou o que pôde, tornando-o um mero soldado raso;

●  Não parece que projetos importantes sejam materializados no seu mandato. O capitão, desde a posse pensa em 2022 além de proteger seus filhos, todos com denúncias graves de prevaricação;

●  Neste seu primeiro mandato, foram introduzidas as denominadas fake news, desviando a atenção para temas essenciais com distorções e ataques a reputações, um modo de amenizar seus atos intempestivos e o baixo calão.

E por aí vai.

Em 27.11.2020 escrevi um artigo, com o título “Agente do Mal”. (*)

A abertura desse artigo fora assim:

Aqueles que onde pisam ou mexem pioram ou estragam...

Após resenhar o livro “O Anticristo” de Nietzsche (**) fiz buscas no Google para copiar uma capa melhor que aquela que dispunha no meu volume.

Para minha surpresa, entre tantos “anticristos”, apareceu em diversas buscas, a foto de Jair Messias Bolsonaro.

Ele seria se não o “anticristo”, o agente da discórdia.

Que eu me lembre ele nunca mencionou a palavra ‘paz’ até porque seria uma contradição ao “empunhar” sempre armas fictícias, em gestos que fazia e faz com as mãos. Também com armas verdadeiras...

Uma característica do anticristo de Nietzsche é a ausência de compaixão. Essa virtude muito humana, significa para o autor alemão, sobretudo, um sentimento de fraqueza. Sem compaixão, eis aí o homem superior.”

Eu tenho pensado muito nisso, porque com outras palavras ele chegou a falar sobre sua superioridade por ter sido atleta e não seria uma gripezinha que o abateria.

E o pior nisso tudo é que seitas religiosas, de cunho comercial porque enriquecem seus “pastores” o apoiam de modo incondicional. Falam em Jesus, o Cristo, em Deus como forma de impressionar os pobres crentes que acreditam nas posturas soberbas desses pregadores cuja “sermão”, todavia, é de falsidade na fé, por agirem como agem.

Com esse quadro atual, além da classificação que dou, de “agentes do mal” tenho prestado muita atenção na irradiação da figura do capitão, o que ele transmite.

E fico preocupado.

No dia 14 de março de 2021, em várias localidades do país, houve carreatas demonstrando apoio ao seu governo, certamente que para minimizar o “fator Lula” posto de volta na cena política por obra de trapalhadas do STF que dirá o que pensa sobre o capitão daqui para frente.

Então, esses partidários do capitão-presidente, desafiaram o que há de elementar nos cuidados em relação à pandemia, promovendo aglomerações e desprezando as máscaras porque assim propõe o capitão e seus agentes no Planalto, naqueles desvios que são imaginados nos seus subterrâneos sem luz.

Por mais que a realidade agrida, esses adeptos estão cegos. E ainda gritam, “mito”, “mito”.

Por mais que se denunciem as farsas e as falsidades divulgadas nas ditas redes sociais por seus agentes esses apoiadores insistem em as repassar.

E, dentro do possível, esse contingente fanatizado, agride os que se opõem e só recua quando exposto à ignorância notória, às mentiras reveladas, a desinformação que divulga e o ódio que transmite.

É ele tão perigoso esse estado atual de divergências, nos embates que se dão em sua defesa ou de oposição, que há divergências sérias no âmbito familiar. Alguém que provoca tal fenômeno não pode ser “normal”.



(***)

Então, nessas meditações, repensando o livro 1984 de George Orwell encontrei elementos nesse livro festejado identificados à personalidade do capitão-presidente.

Nessa obra, a presença do “Grande Irmão” controlava todos os habitantes por um sistema de “teletela” que propagava todos os êxitos do governo, distorcendo os fatos, usando uma língua limitada para transmitir informações, a novilíngua.

O Grande-irmão, o mito: “O Grande Irmão zela por ti”.

E os que se opõem a esse controle absoluto do “Grande Irmão”?

Orwell não dá esperanças: Winston, o herói "dissidente", submetido a todas as torturas e sofrimentos, "espontaneamente", com convicção, se convence que "dois e dois são cinco". O seu axioma antes fora: "A liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro; admitindo-se isto, tudo o mais decorre".

A “teletela” tem o uso que atribuo às redes sociais nas quais os “assessores” do capitão-presidente divulgam suas distorções e mentiras. E todos os que amam o mito, as repetem como se fossem verdades absolutas – não questionam, não pesquisam. Novilíngua bolsonarista.

No livro 1984, para ajustar a história o Times eram reescrito tantas vezes necessárias para equilibrar as informações no interesse do poder.

Havia a categoria dos proles, uma comunidade à margem do poder, alienados e distantes da proteção do governo que nada significavam porque não tinham qualquer possibilidade de acuar o “Grande Irmão”.

Concluindo:

Digo isso tudo para ratificar esses tempos perversos, turvos e torpes constatando que há milhares os que amam o "mito" cegamente por mais distorcido e desqualificado que seja ele proclamando esses ignaros que a liberdade é aquela que gritam sem pensar, de boca cheia, que dois e dois são cinco.


Referências:

(*) Acessar: AGENTES DO MAL

(**) Acessar: O ANTICRISTO

(***) Acessar:1984