domingo, 12 de agosto de 2012

INSANIDADE AMBIENTAL NO CONGRESSO



Emenda ao Código Florestal transformará em pastos, estradas ou roças os rios intermitentes que secam por períodos no ano. Desastre ambiental anunciado num alto nível de degradação. Inclui Notas Curtas.

Há implacável degradação ambiental no Brasil.
Nestes dias, tem se ressaltado a diminuição do desmatamento na Amazônia e a consequente diminuição das emanações de CO2,
O INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em estudo próprio informa que a diminuição do desmatamento amazônico resultou na redução desses gases em 57%. Mas, essa constatação não incentiva qualquer comemoração porque o desmatamento em várias frentes prossegue implacável com efeitos ambientais devastadores, inclusive emissão de CO2 em excesso. (1)
Nesta época de seca, tema recorrente todo ano, são imensos os focos de queimadas claro que não por combustão espontânea mas por ação irresponsável ou criminosa de predadores e de agricultores gananciosos.
O mesmo INPE, por seu pesquisador que acompanha as queimadas:
Para o pesquisador do INPE Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de queimadas, há três fatores que levam ao aumento dos focos de incêndio: o clima seco, a expansão agropecuária e a fiscalização deficiente. Ele avalia que várias regiões do Brasil estão passando por falta de chuva, o que influencia no aumento das queimadas. (2)
No que concerne à ação predatória de agricultores, há explicações de que mais predam recentemente porque esperam ser anistiados com a resolução final do Código Florestal ainda no Congresso.
Por conta desses desastres é catastrófica a falta d’água no N./NE., a sede para homens e animais se tornou realidade brutal num país ainda com grande mananciais. Mas, é sempre bom lembrar que essas áreas semi-desertas são resultado de atos predatórios do passado, não havendo perspectiva futura de melhora. E hoje, essencialmente, por falta de políticas que apresentem soluções sérias para minimizar o sacrifício anual impreterível daquelas pessoas infelizes. (2)
A  tendência é o agravamento desse quadro amargo, de sede, incentivando aquela população tão sacrificada a abandonar suas propriedades e sua cultura de subsistência, deslocando-se para regiões onde passam sobreviver, ainda que precariamente, mas não mais preocupada com a sede e com a seca inclemente.
Mas, é no Congresso Nacional que, menos que insensatez, mas a estupidez se materializa nesses embates entre o grupo ruralista e o grupo ecologista em torno das discussões do Código Florestal.
Aqueles pensam somente no presente, no vil metal, na pose de “celeiro do mundo”, mesmo com essa secura toda aumentando ano após ano no país.

Mas, a bancada ruralista, nas disputas que se dá na comissão do especial que examina a Medida Provisória do Código Florestal, aprovou uma emenda simplesmente inacreditável: os rios intermitentes – assim considerados aqueles que durante um período do ano secam – poderão ser convertidos em estradas, roças e pasto.
Claro que à primeira vista o tema pode ser considerado irrelevante.
Mas, não é assim. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 80% dos rios do Piauí são intermitentes e no Distrito Federal, 70%.
O senador Jorge Viana (PT-AC) que considerou “a mais desastrosa votação já feita contra rios e águas brasileiras em todos os tempos” esclarecera que “os rios intermitentes é que mandam a água para os perenes. Sem eles, todas as bacias hidrológicas ficarão comprometidas”.
Essa proposição é de autoria do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) cujo objetivo será a de dar “maior clareza à lei e buscar um tratamento isonômico com os olhos d’água perenes”. (3)
A notícia tem esse teor, pelo que engrandece a estupidez da emenda aprovada.
Como suportar essa irresponsabilidade no silêncio, na omissão nacional?
Toda essa predação e o avanço das queimadas, além dos prejuízos humanos praticamente irreversíveis, dá-se o extermínio da fauna e da flora do modo mais cruel, porque desrespeitadas como elementos descartáveis. (4)
Clamo, sim, num deserto iminente, em (de) formação.

NOTAS CURTAS.

 “Julgamento do “mensalão” não vai dar em nada”:
Aporto em São Paulo para expediente numa “descentralização” do Tribunal de Justiça, na altura do n° 850 da Brig. Luiz Antonio.
Entro num taxi. No dia anterior fora o auge das defesas dos réus do “mensalão”. Deu-se o seguinte diálogo:
- Esse “mensalão” não vai dar em nada, puxa conversa o taxista.
- Não sei. Será complicado “não dar em nada”. Em todo caso, vamos esperar...
- Esses caras do PT...
- E o Lula recebeu alta e não vai nos deixar em paz.
- Ele se tratou no Sírio-Libanês
- Você queria que ele fosse ao SUS, como sugeriu um atriz da Globo?

·       Indagação que nunca cala (só sussurrada, normalmente):
Do advogado Délio Lins e Silva, de Antonio Lamas denunciado no “mensalão":
“Por que Lula não foi denunciado? O fato é que não tem nenhum depoimento dizendo que Lamas sabia. Mas o fato é que tem um depoimento dizendo ‘o senhor (Lula) sabia’”. (5)

·       “Frente fria”
“Frente fria: O ministro Aldo Rabelo chega hoje cedo de volta a Londres. A previsão é do Escritório Britânico de Metereologia.” (6)
Percebe-se em comentários dispersos, qualificativos diversos ao ministro Aldo Rebelo, especialmente de ‘esquisito’.
Realmente ele flutua aqui e ali não muito, nem pouco, numa linha média mui discreta. Talvez seja notado porque fora predador implacável como relator do novo Código Florestal. Seria bom se, quando voltasse ao Brasil, trouxesse a frente fria britânica despejando chuva no N./NE.

·       R$3,99
Compro uma quinquilharia por R$3,99. Dou R$4,00 e exijo o troco de R$0,01. A vendedora perplexa ri imaginando que faço piada. Insisto. Ela não tem R$0,01. Dá-me R$0,10. E eu pergunto:
- Tem cabimento esse negócio de R$X,99? Quem se engana com isso?
Ela me responde de pronto:
- A Casas Bahia vende televisão por R$999,99.
Embolsei meus R$0,10.

·       “Humorista”
Vejo fotos de Rafinha Bastos, mui badalado pela mídia, com aquele jeito arrogante do tipo: “eu grito e arrebento”. Humorista? Prefiro o Calvin, o “recruta zero”. Eu, hem!

·       Mediocridades
Essas “músicas” que fazem sucesso até no exterior, “se te pego”, “eu quero Tchu...”
Calo-me diante dessas “preciosidades” musicais tal o sucesso.
Recolho-me na minha mediocridade por não entender essas...coisas (epa!).

LEGENDAS:

(1) Jornal “O Estado de São Paulo” de 11.08.2012
(2) Portal “G1 Natureza” de 11.08.2012
(3) Jornal “O Estado de São Paulo” de 09.08.2012
(4) V. meu artigo “Queima de cana: uma decisão “ecológica” de 21.07.2012
(5) Idem de 11.08.2012
(6) Idem de 10.08.2012, coluna "Tutty Humor" (Tutty Vasques)

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