domingo, 12 de janeiro de 2020

A IGREJA CATÓLICA E O ISLAMISMO. A VISÃO DE JOÃO PAULO II EM 1993





Publicação católica Christo Nihil Pareponere (“A nada dar mais valor do que a Cristo”) de 20 de novembro de 2017 divulgou visão do papa João Paulo II que revelara que o “o Islã invadirá a Europa”.

Nenhuma novidade porque os muçulmanos já invadiram a Europa e até discutem a introdução da “sharia” – a lei islâmica baseada no Alcorão e nas pregações de Maomé – e a preservação da indumentária “padrão”, especialmente a burqa para as mulheres o que significa o corpo todo coberto com vestimenta preta.

Disse o papa naquele ano de 1993, revelada pelo  Mons. Mauro Longhi, sacerdote da Prelazia do Opus Dei que teve estreita relação de amizade com João Paulo II (Trecho...):

"O Santo Padre acrescentou: “Invadirão a Europa, a Europa será arruinada, uma sombra do que foi outrora, como uma lembrança de família. Vocês, Igreja do terceiro milênio, têm o dever de conter esta invasão. Mas não com armas: elas não são suficientes; antes, com a sua fé, vivida integralmente”.

Eis o precioso testemunho de alguém que durante anos esteve em contato direto e estreito com o Santo Padre, com quem concelebrou inúmeras vezes. Não é preciso ressaltar que a confissão do Papa Wojtyla remonta a março de 1993, há vinte e quatro anos, quando a presença islâmica na Europa era, social e numericamente, muito diferente.

Não é por acaso que na hoje em dia tão esquecida Exortação Apostólica Ecclesia in Europa, de 2003, João Paulo II falava claramente de uma relação com o Islã que deveria ser, ao mesmo tempo, “correta”, conduzida com “prudência, com clareza de ideias acerca das suas possibilidades e dos seus limites” (n. 57). Apesar da linguagem típica de um documento magisterial, sóbrio e contido por natureza, o Santo Padre parecia implorar que os cristãos conhecessem “de modo objetivo o islamismo.” (*)

No primeiro parágrafo do item n° 57 da Exortação Apostólica  Ecclesia in Europa (Ecclesia = Reunião) se lê:

“Trata-se ainda de deixar-se estimular a um melhor conhecimento das outras religiões, para se poder instaurar um colóquio fraterno com as pessoas que aderem a elas e vivem actualmente na Europa. De modo particular, é importante um correcto relacionamento com o islamismo. Tal relacionamento, como várias vezes ao longo destes anos se deram conta os Bispos europeus, «deve ser conduzido com prudência, com clareza de ideias acerca das suas possibilidades e dos seus limites, e com confiança no plano salvífico de Deus em relação a todos os seus filhos». Para além do mais, é preciso ter consciência da notável diferença existente entre a cultura europeia, que tem profundas raízes cristãs, e o pensamento muçulmano.”

Nessa publicação referida, muitos católicos leitores preocupados emitiram opiniões alguns fazendo severas restrições ao modo como a Igreja caminha nestes tempos tormentosos:

 O papa Francisco é comunista, o papa Francisco não é comunista; estranhamentos a atitudes de condescendência de João Paulo II em relação ao Islã no seu pontificado; “O Papa Francisco disse que o Islã é a religião da "Paz" – Então a palavra paz mudou de significado"...

Mas, parece que o posicionamento atual da Igreja é manter o quanto possível um sentido de “convivência” com o islamismo que vai se assenhoreando da Europa.

Mas, o arcebispo italiano, Mons. Carlo Liberati, deu esta opinião recentemente;


“Dentro de 10 anos seremos todos muçulmanos por causa da nossa idiotice. Na Itália e em boa parte da Europa vive-se como se Deus não existisse. Fazem leis que vão contra Deus e cultivam suas tradições pagãs. Toda essa decadência moral e religiosa favorece o Islã.”

Sem medir palavras, sentenciou: “Temos uma fé cristã fraca. A Igreja hoje em dia não funciona bem e os seminários estão vazios. Precisamos de uma verdadeira vida cristã. Tudo isso abre o caminho para o Islã. Além disso, eles têm muitos filhos e nós, não. Estamos em pleno declínio”. (**)

"Fazem lei que vão contra Deus": por aqui se debocha do cristianismo em cenas da mais sórdida concepção.

 Em linguagem bem acessível eis em linhas gerais o que é o islamismo:

 A forma “Islã” é derivada do árabe “assalã”, que significa paz, harmonia, confraternização. Islã exprime, afinal, resignação à vontade de Deus.

Para o árabe muçulmano, a denominação de infiel é dada a todo indivíduo não-muçulmano, isto é, ao indivíduo que não aceita os dogmas do Islã e não segue a trilha do Alcorão, que é o Livro de Allah. (*)

Um muçulmano piedoso, sincero, quando se refere a um infiel (cristão, idolatra, pagão, judeu, agnóstico ou ateu), isto é, quando cita o nome de um servo de Allah que viveu no erro, nas trevas do pecado (depois da revelação do Alcorão), por não ter sido esclarecido pela fé muçulmana, acrescenta este apelo:

- Allah se compadeça desse infiel!

Ou recorre a esta fórmula, que é, igualmente, piedosa:

- Com ele (o infiel) a misericórdia de Allah!

Aceitam os muçulmanos, como dogma, que o infiel, depois da vitória do Islamismo, tendo vivido na heresia, longe da verdade, estará, fatalmente, depois da morte, condenado às penas eternas. É preciso, pois, implorar sempre para os infiéis (especialmente para os sábios), a clemência infinita de Allah, o Misericordioso. (**)

Temos que há vertentes do islamismo que não são misericordiosas, mas cruéis que sacrificam cristãos, intolerantes e terroristas e que querem levar os infiéis (e até mesmo fieis) desde logo “às penas eternas” do modo mais doentio, hediondo. Há os fiéis soberbos, certos de que o islamismo dominará o mundo ocidental a partir exatamente da Europa.

Todos, olhados de longe, pela sua roupa e modo de vida transmitem falta de alegria, não são descontraídos e, por isso, apenas por esses detalhes, há um choque cultural, choque cultural que deve ser compreendido de modo bem amplo.

Já se disse, é e certo, que há muitos muçulmanos piedosos que vivem ou viveram ao lado de muçulmanos cruéis e se mantem silentes assumindo uma cumplicidade tácita e tocando a seu modo, a vida pra frente no dia seguinte.

Com tudo isso, nas minhas meditações sobre o mundo a caminho do caos, tenho pensando positivamente em relação à Igreja Católica – sem a professar. Porque com todos as seus defeitos e virtudes após dois mil anos, período no qual chegou a implantar o terror com a inquisição, hoje ou há muito todos sabemos como ela age. Sim, há contradições e os papas têm atos falhos ou mudanças de atitudes quebrando tradições, muitas vezes criticados sem que se busque as razões. É um modo de enfraquecê-la.

Todos os que a condenam ou não aceitam seus dogmas, criticam o papa Francisco que foi escolhido para mudar seu modo de agir no mundo, especialmente o combate à pedofilia, uma chaga que precisa ser extirpada do seu corpo e, para tanto, aboliu os ditos “segredos pontifícios ".

Por quantos papas esses segredos escabrosos foram acobertados?

É por isso que o papa Francisco tem diante de si tarefas árduas.

A Igreja ainda é forte, sempre aberta. Não me canso de relembrar:

Quando ia muito a São Paulo "descansava" um pouco na Catedral da Sé, sempre aberta, sempre receptiva às suas vibrações ou ao seu silêncio a despeito do tamanho da metrópole. Chegava a me emocionar com pessoas geralmente humildes ou não tanto, que se ajoelhavam no chão, na frente de imagem qualquer e então, de cabeça baixa e olhos fechados oravam por alguns minutos. E, depois, saiam discretamente.

Não sei, não professo a religião de minha infância há muito passada, mas me parece que é também no catolicismo silencioso, que faz bem para tanta gente. Uma Igreja aberta para os que quiserem entrar.

Por aqui, ao acharem defeito em tudo no catolicismo, engrandecem essas igrejas sem fé que pululam e se multiplicam por aí. Uma delas já tem espécie de "exército" que não é o da salvação. Como estarão daqui a uns 20 anos? Multimilionárias e politicamente influentes? Quem as controlará? Qual a sua "ideologia político-religiosa"? Qual será seu contraponto?

Na América Latina há essa outra espécie de invasão tão perigosa quanto: a religião ideológica sem fé, abarcadora, descaradamente adoradora do tal bezerro de ouro. 

É preciso cuidado, muito cuidado, perante a quem se ajoelha...

O seu contraponto é o catolicismo que precisa ser fortalecido por aqueles que não se negam ou tem inteligência para entender estes tempos incertos.

Mas, em menor escala podem contribuir outras religiões em que a fé cristã é o princípio essencial - e não a riqueza de seus fundadores.

Apêndice:

"O relatório final da reunião episcopal, realizada em outubro passado, sugere que homens casados, com liderança reconhecida pela comunidade e preferivelmente indígenas sejam ordenados na Amazônia para administrar os sacramentos. Essa seria uma forma de combater a escassez de padres na floresta, o que abre espaço para o avanço de igrejas neopentecostais e impede que fiéis recebam a comunhão com regularidade. (ANSA)"

Referências:


(**) Todo o texto em itálico foi extraído do livro “O Homem que calculava” de Malba Tahan (Edição de 2005 – Editora Record).


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