sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

OS DIAS SEGUINTES DAS ARRUAÇAS E OMISSÕES










Faço um novo relatório mesmo sabendo que muito ainda vai ser produzido após a depredação dos vândalos bolsonaristas que, rigorosamente, tinham em Bolsonaro a inspiração golpista

1. GOLPE FRUSTRADO: Não se deu porque os militares, embora muitos o apoiassem, receavam a reação internacional. Alguns mais lúcidos – e não me refiro ao general Heleno, claro – não tinham o apoio até bélico dos Estados Unidos como se deu em 1964. Não havia a crise dos mísseis e nem o avanço soviético na América Latina via Cuba comunista, nem Fidel Castro e sua influência.

2. BOLSONARO: Ele se rodeou de militares – elevou o soldo dos mais próximos -, premiou-os até em funções civis para se garantir no poder e fazer o que bem entendesse, falasse as aberrações que quisesse, sabotasse as vacinas no pior momento da pandemia, propagando aos seus acéfalos naquele discursos ridículo de que a covid-19 não passava de uma gripezinha. E falasse seguidamente de golpe, criticando sem base as urnas eletrônicas e, inacreditável, chegando a pleitear a volta do voto de papel. No item golpismo, ele foi ajudado até por jurista de renome como Ives Gandra Martins, que inventou o poder moderador das Forças Armadas com base no artigo 142 da Constituição. Gandra, bolsonarista de agora viu nele a incorporação dos ditadores pós 1964 dos quais ainda tem saudades pelo que demonstrou.

3. MILITARES: não aceitaram participar do golpe mesmo se lambuzando nas mordomias, inclusive a livre obtenção de viagra. Eu tenho para mim que o discurso de Mourão no dia 31 foi claro: os militares pagavam o preço de suportar os acampamentos na frente dos quartéis mas não pensavam em golpe que sempre esteve na cabeça deturpada de Bolsonaro. Aqueles acampados golpistas, “salvadores da pátria” pensavam ter a proteção do Exército. Hoje se constata a tolerância dos militares a eles, mas nunca prometeram nada. Com toda a desconfiança do Governo Lula aos militares, as omissões veladas que lhes são atribuídas, eles se mantém silenciosos. E é bom que assim permaneçam.

4. “RELIGIOSOS”: Bolsonaro teve o apoio de “evangélicos” desequilibrados, hipócritas que o elegeram “ungido” das Divindades. Brincaram com Elas, fizeram profecias torpes pela reeleição. A cena mais patética impossível, foi a esposa Michele ajoelhada ouvindo a profecia de uma pastora que garantia a reeleição do marido porque ouvira o “deus” ...dela. Uniu-se a ele um sujeito como o Silas Malafaia, o arauto do antievangelismo e com ele convivia como se fosse, o Mafalaia, o seu protetor contra os “inimigos”. Mas ele espantou Deus se formos pensar em religião com a glória que deve ser pensada.

5. “JOVEM PAN E SEUS COMENTARISTAS”: essa emissora de rádio e TV caricata foi o voz dos golpistas, com comentaristas não só radicais como desequilibrados e mentirosos: Augusto Nunes se transformou numa figura raivosa que acreditava e acredita nas tolices que engendra. Mas, o pior deles é Rodrigo Constantino, valente de Miami, que rigorosamente diz sempre a mesma coisa, com aquela pose de “dono da verdade”. O seu “discurso” aos bolsonaristas ingênuos que o seguem é sempre preenchido com o mantra, “a Venezuela vem aí” ou qualquer coisa do tipo. Refreado na sua insânia golpista, demitido, também da emissora, tem agora um portal no qual pede colaboração em dinheiro via PIX. Virou “pastor” tentando sobreviver com “dízimos” em Miami. Um farsante.

6. O ASSALTO DO DIA 8/01 (i): Claro que a turba que depredou os próprios dos três poderes foi alimentada pela esperança de um golpe militar que recolocaria Bolsonaro de volta na Presidência (continuidade da tragédia) porque na cabeça da maioria, havia a ameaça “comunista” propagada por comentaristas detratores que acreditam em fantasmas. Não uma vez li de bolsonaristas ignorantes que a vitória de Lula significaria a implantação do comunismo e a perda do seu apartamento. Mas, sobretudo, pelo modo como se comportou até pelo que não disse, ele tem participação indireta na barbárie.

7. O ASSALTO DO DIA 8/01 (ii): Não há dúvida de que houve a “participação” e ajuda das forças militares em prol das depredações. O governo de Brasília, pagou para ver e viu. Tudo muito confortável, tudo muito tolerado. Mas, eu não estou aqui para olhar apenas um lado mesmo que seja esse o mais omisso e culpado. Tenho para mim que o próprio Ministro da Defesa, ainda mal sentado na cadeira ministerial, não tomou os cuidados devidos, não exigiu rigor policial e nada fez que não fosse aceitar o descaso dos comandantes de Brasília.

8. O MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES: Criticado exacerbadamente pelos bolsonaristas mesmo aqueles com algum discernimento (existem), na verdade foi ele o guardião do antigolpe. Corajoso, não sei se sem suas atitudes severas não estaríamos agora lamentando a perda da liberdade democrática, que essa gente golpista e desequilibrada despreza. E despreza porque tem mesmo a liberdade de desprezá-la. Tomou medidas severas de repressão, inclusive vetando comentaristas golpistas a maioria egressa da Jovem Pan. Sofrem os efeitos da libertinagem. A liberdade permanece.

9. PREJUÍZOS E PRISÕES: os prejuízos da depredação são imensos. Mas, aquele contingente de arruaceiros que a provocaram aumenta o prejuízo com a alimentação que precisa lhe ser garantida na prisão.

10. CRITICAS AO GOVERNO LULA QUE NÃO COMEÇOU: Comentaristas que se ajoelham ao ungido Bolsonaro, como se mostra sempre Alexandre Garcia e outros menos ou mais moderados começam a fazer críticas ao governo Lula, que não estaria funcionando, que não dará aumento real ao salário-mínimo (sem expor as razões) e por aí vai. É que o governo não começou porque está resolvendo a crise das depredações e o que de má política existe por detrás delas e que estão influenciando no próprio Palácio do Planalto (não esquecer os milhares de militares que no governo exercem cargos civis e estão bem agarrados a eles). A exoneração signficará a a perda da mamata, na melhor expressão.

Mas, independente disso, acho que Haddad no Ministério da Fazenda foi um erro de Lula. Ele não é o expert nessa matéria fundamental podendo gerar conflitos até conceituais. No caso não caberia “prêmio de consolação” às derrotas seguidas nas últimas eleições que Haddad disputou. E são muitos ministérios.

O MEU MANTRA: NÃO FOI O LULA QUEM VENCEU FOI O BOLSONARO QUEM PERDEU.


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