quinta-feira, 30 de maio de 2024

O “ESTADINHO”, VULGO “ESTADÃO”, SE DESAVERGONHA E DESPONTA NO BOLSONARISMO

 


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Sou assinante do jornal “O Estado” numa segunda fase, desde 1986.

Quantas vezes discordei de posicionamentos erráticos no meu modo de pensar, de opiniões do jornal, mas suas páginas guardavam critérios mesmo naquilo que o afastavam da coerência.

Hoje o jornal está numa fase incerta e duvidosa. Se faz de conservador, isto é, mantendo supostamente sua linha tradicional, mas prestigia jornalistas que rezam pela cartilha do bolsonarismo — já identifiquei num deles até aproximação com fake news para embasar o comentário e outro lá está, inventando estultices semanais mas sempre negativo, desde que não seja contra o ex-presidente.

Por isso, não posso silenciar com o teor dum editorial realmente — como possa qualificar? — medíocre? cujo título é sequer original: “Uma verdade inconveniente” (de 27.05.2024).

Esse editorial se inicia com este trecho tão absurdo quanto exacerbado:

Em entrevista ao Estadão, o insuspeito ensaísta Francisco Bosco deu uma declaração que provocou a ira de muitos abutres da esquerda, adeptos do violento tribunal das redes sociais: reconheceu um acerto de Olavo de Carvalho, o ex-astrólogo convertido em guru de Jair Bolsonaro e da extrema direita brasileira.

Que abutres, adeptos do violento tribunal das redes sociais”. Que delírio é esse?

E o suposto acerto do “filósofo” do baixa calão e da estupidez verbal se revela neste trecho:

“… nossas universidades concentram excessivamente uma perspectiva ideológica e política de esquerda e, mais do que isso, o ambiente acadêmico e intelectual tenta excluir grandes dissensos e reage violentamente a qualquer tentativa de ocupação de espaços por parte de pensadores conservadores.”

E nessa linha reclama o jornal no editorial que teses dos pensadores de direita nas Universidades não são mencionadas ou estudadas por pensadores de esquerda porque estes últimos predominam.

Ora, pensador de esquerda dificilmente vai se basear em teses de direita. E se fizer será para discordar. O mesmo pode se dar no sentido inverso.

O pensamento é livre máxime no meio acadêmico e cada um busca a fundamentação segundo sua crença, seus princípios e, porque não, sua ideologia.

Qual reação violenta pode ser citada em preterir o pensamento da direita nas Universidades? São suposições que se perdem no vazio da inconsequência por falta de fatos comprovados.

Ademais, será preciso considerar que o pensamento da direita, de regra, pode não ter muito a acrescentar porque a fonte pode se assentar em experiências políticas que contrariam os princípios fundamentais da democracia sempre desejada. Por exemplo: o fascismo.

E já não se sustentam aqueles ignaros que gritam receando a implantação do comunismo pela esquerda como se dá entre nós, que mal sabem do que falam.

Países comunistas estão delimitados. A China, menos que comunista, é uma ditadura capitalista. A Rússia poderia ser assim qualificada se não fosse Putin que a dirigisse com mão de ferro, um belicoso irresponsável conquistador sanguinário de territórios em pleno século XXI. Outros são quase que excrecências que infelicitam o povo.

Bom, e o jornal encerra a lamentável opinião se referindo a supostos grito da esquerda com está pérola falsa:

Às tribos da esquerda que gritaram agora, resta o alerta: se prosseguir reagindo assim, obrigarão alguns a dizer que a esquerda é burra – e aí Olavo de Carvalho terá, infelizmente, acertado de novo.”

Quem poderia ter redigido um texto tão desqualificado?

A esquerda será burra “reagindo assim”? Assim como ô estulto redator?

O artigo reconhece que Olavo de Carvalho é o guru de Bolsonaro.

Vamos lembrar o que saiu daí, do “aprendizado” do discípulo do “filósofo”:

1. Fake news institucionalidade e comemoradas há pouco pela manutenção de veto de Bolsonaro que a libera para livre utilização pelo bolsonarismo aético;

2. As ideias irresponsáveis do golpismo frustrado alimentado nos quatro anos do mandato do derrotado que, irresponsável, elegeu o Lula;

3. A horda de fanáticos que acamparam na frente do quarteis, marchando como acéfalos em cenas patéticas esperando o golpe militar;

4. A tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2022 – e que não venham minimizar essa insanidade como mera predação;

Há mais, mas fiquemos nisso. Esses fatos explicam nas nossas Universidades a rejeição de teses da direita. Elas podem ser temerárias.

Então, burro foi o editorial medíocre. Melhor que o jornal se declarasse bolsonarista, saindo dessa zona de falsa independência.



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