segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O MASTRO SEM BANDEIRA DOS ESTUDANTES DA USP


Os estudantes da USP tumultuaram a avenida Paulista, em São Paulo, erguendo brados vazios e, pior, agindo como vândalos. Talvez se recintam de uma bandeira a desfraldar, mas não se alertam. Parece se tratar da "angústia" de todos os estudantes. E há muitas a desfraldar.



A imprensa tem ao longo desses últimos meses, noticiado casos de corrupção em todos os âmbitos da administração pública.
Sucedem-se os casos no Governo Federal que agora eclodem e, mesmo com a saída dos ministros e auxiliares exonerados há um sentido de impunidade. Há a facilidade da corrupção com a tolerância que se instalou nos últimos anos.
O Congresso Nacional inchado por centenas de parlamentares e milhares de servidores lá está como um sorvedouro de recursos públicos, pelas mordomias, pelas viagens sem um sentido prático, pelos salários elevados, pelos apartamentos funcionais, pelas diárias tudo oferecido como dádivas que nem mesmo países desenvolvidos concedem nesse padrão.
O poder público de modo geral reclama falta de recursos para melhorar a assistência médica mas abriram-se as burras para sustentar as obras da Copa do Mundo. Nesse passo e sob a desculpa de evitar vexames por ocasião da competição esportiva o custo de diversas obras superam o orçamento original em milhões de reais com pífios questionamentos políticos ou técnicos.
Salve-se a imprensa!
Esses excessos, pois, não se fixam apenas no que se deu no projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá que o Ministério das Cidades o aprovou substituindo o projeto anterior de corredor de ônibus, significando orçamento adicional de R$700 milhões. Pode até chorar o ministro das Cidades como fez ao ser denunciado pela imprensa, mas suas lágrimas não convencem.
Para a Copa, quem de fora a tudo assiste, parece estar sobrando recursos e, se sobrando estão, poucos são os controles.
Há, assim, um enorme campo para protestos para dar a este país um pouco de dignidade por todos aqueles que não compactuam com a esperteza, com a corrupção e com o esbanjamento.
Alinhavo esses pontos para não deixar passar “impune” as ações estudantis em São Paulo, alunos da USP que têm o privilégio de lá estudar que avançaram como vândalos sobre áreas da Universidade, invadindo setores, dilapidando patrimônio e, como prova da insensatez, deixaram montes de lixo na rabeira de sua passagem.
E, há pouco deixando as áreas ilegalmente ocupadas não se deram por satisfeitos, como se quisessem, pela idade, demonstrar rebeldia contra o “sistema”. No dia 24 invadiram por horas a avenida Paulista, talvez a principal via de São Paulo, porque é naquela região que o próprio país dá os seus passos decorrendo daí enorme congestionamento numa cidade por demais atribulada.
Tudo porque essa minoria, de cerca de 500 manifestantes são contra a permanência da Polícia Militar no campus da Universidade que lá foi designada exatamente para coibir os roubos frequentes e até assassinato.
Caso recente teve repercussão até porque um dos cúmplices compareceu na delegacia e não denunciou aquele que seria o verdadeiro assassino. Talvez porque o seu advogado com proclamou à imprensa, bandido também tem a sua “ética”...
A maioria dos estudantes deseja que a PM fique no campus exatamente para coibir as ações dos marginais que lá se escondem pelo tamanho da área, facilitando suas ações criminosas.
A intransigência desse grupo eclodiu depois que três estudantes fumavam maconha no capus e foram detidos pelos policiais.
Constata-se, então, que há um desvio de conduta. Os estudantes ansiosos ostentam mastros, sem bandeira.
Não se atrevem a agir contra toda a impunidade que se constata no meio político que faz e desfaz que abusa do povo brasileiro e se locupleta na res publica e de certo modo caçoa da Justiça lenta, porque muitos se beneficiam da prescrição não sendo punidos.
Essa a bandeira a ser empunhada, essa a luta a ser abraçada e não fazer ceninhas ao tomar posse de bens da Universidade e deixar lixo pelos seus corredores. Tudo muito ridículo e a isso não se pode qualificar de “arroubos da juventude”.
No momento em que o mundo árabe vira a mesa expulsando ditadores “vitalícios” entre nós a luta há que ser a da moralidade, o pleito de nova ordem constitucional para, entre outros, diminuir o número de deputados e senadores no Congresso Nacional.
Alcançarmos a democracia de país sério, não o que temos hoje em que sobrevivem a corrupção solta e políticos como Sarney, o rei do Maranhão, o estado mais carente do país, Maluf e Tiririca. Quanto a este, certamente que um tipo de protesto dos eleitores que em nada ajuda.
Há, pois, bandeiras a serem desfraldadas. E bem que podem começar pelos estudantes como se deu com a presença dos “caras pintadas” que antecedeu ao impedimento de Collor.
Um sentido de futuro, especialmente para os estudantes nesse momento de indecisão e transição.
São minhas utopias, uma esperança.

Foto: Vista aérea do campus da USP (Fonte: G1.com – Globo)

Video do CQC: "PEC" introduzindo cachaça na cesta básica.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DILMA E A HERANÇA MALDITA

Até que ponto Dilma, como ministra da Casa Civil não captava sinais de corrupção nos vários ministérios de Lula? A faxina parecia uma questão de consciência, mas vacilou mantendo o ministro do Trabalho.


Tenho notado um grau importante de apoio à presidente (a) Dilma Rousseff até pela sorte que teve nestes meses em exonerar ministros acusados de corrupção. Confirmam as estatísticas de opinião pública.

Ora com vacilações ora de modo mais decisivo, foram sendo afastados por ela um por um daqueles cinco que não poderiam mais suportar as denúncias que sobre eles pesavam ou de malversações de recursos praticadas nos respectivos ministérios.

Por desaprovar há muito o modo de conduta do PT e de Lula, condescendentes ou omissos com os abusos de seus aliados que compuseram seu ministério, instaurando-se a prática da corrupção, do tráfico de influência e tudo o mais que denigre uma administração pública tenho qualificado essa influência no governo Dilma como a efetiva herança maldita.

Lula, para esconder suas deficiências, até mesmo no nível cultural, afinal de contas não gosta sequer de ler, insistira a atribuir o mesmo qualificativo, o da “herança maldita” ao governo do PSDB (leia-se FHC) exatamente por ele que a tudo aproveitara das políticas implantadas que passara a assumir de seu antecessor quando na presidência da República.

A par disso houve distorções: penso que nunca jamais a política externa foi tão ruim quanto no seu governo, tão sem rumo e até certo ponto comprometedora ao colocar o país como se aliado ou tolerante a ditadores assassinos.

Mas, em termos de escândalos recentes, foi duramente atingido o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

Fez cena no depoimento à Câmara para “se lembrar” do nome de um dirigente de ONG – “que não conhecia” – mas, que viajara com ele no avião que aquele contratara.

Ingênuo nas suas explicações imaginou que também ingênuos fossem todos os outros que o ouviam e os pudesse engodar.

Pego na mentira, desmoralizado no Senado, para se manter no cargo vai à presidência explicar o inexplicável e esta, talvez penalizada após o brado público de “amor” que proclamara, contemporiza e o mantém no Ministério deixando que ele sobreviva com o seu próprio desgaste.

Embora mantido é Lupi de fato o sexto ministro exonerado do Ministério. Enquanto mantido, lá estará ele com seus passos, suas estatísticas, as ONGs que se aproveitaram do dinheiro público na mais tranquila impunidade, agarrando-se ao cargo que não mais lhe pertence.

Por conta disso algo não cala para mim.

Todos esses ministros exonerados provem do Ministério do seu padrinho Lula, sua quota de indicação por fazê-la presidente (a).

Antes e durante a campanha o próprio Lula a qualificara de “gerente” da administração. Se assim fora, não notara ela esses desvios todos no âmago do mandato lulista do qual intimamente participara...e administrara?

Essa pergunta sempre esteve comigo e constituíam-se alívios as faxinas que vinha fazendo afastando seus antigos colegas de ministério envolvidos em desmandos. Era o preço a pagar para ir se libertando da herança maldita do seu padrinho e do seu partido. Mesmo uma questão de consciência.

Nesse passo, em termos de imagem pública o que esperar do ministro do Trabalho depois de todos esses desgastes? Para que mantê-lo? Por pena?

A continuidade da angústia. Se exonerado, uma semana depois, pouco dele se falaria, seria esquecido como mais um ex-ministro que não se houve bem no trato da “res publica”.

Não creio que tal relutância seja por receio de ameaças do PDT em deixar o governo. Esses deputados, valho-me de expressão popular, “não tem peito” para tal atitude.

Diante disso, houve a substituição do interesse público imediato pela tolerância ao individuo mesmo que sabidamente comprometido com as inverdades que proferira e com as denúncias graves que não conseguira desmentir.

Um tempo à faxina que bem começara para negar o que provavelmente tolerara quando ministra.

NOTA CURTA

Disse o “governador” de Brasília Agnelo Queiroz num nível elevado de deslumbramento:

“Palavra de um governador de Estado já é, por si só, uma prova”, ao se negar “a provar que o depósito de um lobista era apenas um empréstimo pessoal.” (1)

E o pior é suportar a imagem de um político dessa “grandeza” nos meios de comunicação com alguma frequência.

Aliás, Brasília, pelo seu tamanho quando muito haveria que ser dirigida por um prefeito e uma câmara municipal. Não por um “governador”. Mas, não é assim. Tem lá sua Câmara Distrital com 24 deputados e no âmbito federal é representada por oito deputados federais e três senadores.

Essa “representação” constitui-se na maior demonstração de desperdício de recursos públicos e que afeta no geral o “custo Brasil”.

Entre as minhas utopias, está a de se instalar uma nova ordem constitucional que reduza o número de deputados e senadores respeitando as possibilidades de um país pobre que há décadas desperdiça recursos vultosos com esses políticos, a maioria inexpressiva ou medíocre.

Referência:

(1) Jornal “O Estado de São Paulo” de 20.11.2011 (“Aliás”)

Imagem:

Blogs Diário de Pernambuco

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

OS ESCÂNDALOS E AS ONGs

Até as ONGs, consideradas oportunas pela imagem que traziam de serviço e idealismo se renderam à corrupção. Um quadro lastimável de denúncias diárias que se confirmam, minam órgãos do governo, tiram sua credibilidade e a das próprias ONGs



Não podemos nos acostumar com a rotina dos escândalos de corrupção que se repetem como se tudo fizesse parte da vida brasileira agora agravada com o envolvimento de ONGs.

Essas ONGs, a pretexto de colocarem em prática projetos de educação, de esporte e no âmbito do trabalho e outros recebem não milhares, mas milhões de reais do governo e parte delas – pelo que se constata pelas denúncias não desmentidas – não prestam contas ou sequer existem, são de fachada.

E nesse diapasão, há uma relação espúria entre os Ministérios perdulários e os beneficiários do dinheiro público desviado por essas entidades fantasiadas de ONGs.

Os ministros envolvidos e já exonerados – e a exonerar mais dia menos dia – são de confiança do governo anterior a quem sucedeu a presidente atual, que os recebeu porque, afinal, era a imposição do seu padrinho.

Na verdade, a mim não surpreendem esses ralos fétidos por onde descem os recursos públicos subtraídos do povo brasileiro.

Fácil explicar: se no mensalão, “que não existiu”, segundo o PT e do qual Lula “não sabia de nada” com punições ridículas até agora desproporcional ao tamanho da negociata, como exigir seriedade de quem compartilhava desse ambiente de impunidade até há pouco?

Vejam com o que ocorre em Brasília: o governador, ex-ministro do Esporte de Lula, em desmentidos constrangedores depois de denúncias contundentes de suas exigências em receber propinas de empresa que agia no Ministério, ao receber em sua conta bancária um depósito de R$5 mil, alegou que fora pagamento de um empréstimo que fizera exatamente ao seu denunciante que se retratara.

São situações inomináveis, escárnios, mais se considerado o crescimento rápido do patrimônio desse governador.

Mas, as denúncias estão agora voltadas para a administração do Ministério do Trabalho.

Ali, também, há denúncias de irregularidades no repasse de recursos a ONGs.

Não sei bem como qualificar o atual ministro e serei cuidadoso para não avançar para o lado pessoal: seria um hábil politico? Ou um mero oportunista, deslumbrado pelo seu êxito ungido por Lula?

Os dois: “hábil” politico por tentar desautorizar a presidente Dilma ao afirmar que só sairia do Ministério a tiros, e que fosse munição de grosso calibre, proporcional ao seu peso. E o “colete a prova de balas” foi a ameaça de seu partido o PDT em deixar o governo se o ministro for exonerado.

Pressões, já beirando a chantagem de um partido menor. O que diria Brizola sobre o seu partido hoje...

E oportunista pelo modo como agiria depois.

Com efeito, de modo hilário – reação à advertência que recebera do Planalto pela sua bravata anterior -, mas para ele um gesto “sério”, proclamou o ministro o seu amor pela presidente: “Dilminha eu te amo”. Tudo meio bronco. O que não se faz por um cargo público!

Sendo o sétimo ministro exonerável, explicam-se as dificuldades da presidente em consumar esse ato. Afinal de contas, não tem sido muito apropriado ao currículo de Lula, mais um dos seus ministros saindo pelas portas do fundo sob denúncias de corrupção.

Explicam-se mas não se justificam, porém.

E sendo imparcial, salvo as estatísticas que divulga com frequência, não há pontos altos que destaquem as ações do Ministério do Trabalho...

Um sentido de burocracia, de carimbos, de homologação de sindicatos, aos milhares, de certo mofo.

Uma questão técnica inoportuna – o REP – Registrador Eletrônico de Ponto


Curioso que uma medida que causa muita polêmica se trata do novo controle de ponto que por ato administrativo (Portaria n° 1510/2009), o Ministério do Trabalho vem tentado impor e implantar em todo o país, o REP – registrador eletrônico de ponto.

O seguinte: um novo relógio de ponto que emite uma espécie de comprovante, uma papeleta na qual ficam registrados os horários de entrada e a saída de cada trabalhador, diariamente.

As contas: dois comprovantes por dia (apenas da entrada e saída do trabalho) = cerca de 44 por mês . 60 meses (prazo máximo não atingido pela prescrição) = 2.640 comprovantes em mãos do trabalhador.

(A quantidade dobra se houver marcação de entrada e saída do horário de almoço).

O número acumulado dessas papeletas é, pois, imenso se multiplicado pelo número de trabalhadores ativos no país todo.

Para quem atua ou acompanha os julgamentos da Justiça do Trabalho, a questão do horário, quando não ocorre comprovação convincente por documentos (cartões de ponto atuais) ou sendo eles fraudados, a prova se faz com outros elementos, a confissão que pode se dar nas audiências, a prova testemunhal...

Quanto a essas papeletas, quem garante que o trabalhador terá o cuidado em guardá-la sendo de pequeno tamanho? Certamente que servirá para marcar número de telefone, endereço, número da loteria...e, claro, lixo.

Assim, esse volume de comprovantes aos milhões, aumentará inutilmente o custo das empresas – e quem pagará por isso?

Por isso, a implantação dessa medida descabida – porque já há sistemas eletrônicos de folha que armazenam esses dados -, já foi adiada algumas vezes, devendo entrar em vigor em 1°/01/2012 e, segundo o ministro do PDT – por conta do seu colete e declaração de amor - não será mais adiada.

Essa medida, é claro, incrementará a produção de empresas que produzem esses relógios. E as que produzem as bobinas de papel. A nenhuma outra.

Azar deste país gerido pela incompetência e, também, pela corrupção.

Até quando?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O IDH (ONU) CONFRONTADO COM OS ESTUDOS DA FIRJAN

O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, queiram ou não, coloca o Brasil no seu devido lugar bem abaixo da Argentina. Comparações com os índices da FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro de desenvolvimento dos municípios brasileiros.


Na semana passada foram divulgados dois estudos que devem merecer alguma reflexão nossa: o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD) e o Índice FIRJAN (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) de desenvolvimento municipal – base 2009.

Embora sejam em princípio estudos distintos e apoiados em bases diferentes eles se explicam e até se completam.

O IDH tem a origem seguinte cuja explicação pode até ser considerada “oficial”:

“O Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente bem-estar infantil. É usado para distinguir se o país é desenvolvido,em desenvolvimento ou subdesenvolvido, e para medir igualmente o impacto de políticas econômicas na qualidade de vida. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq e pelo economista indiano Amartya Sen.” (1)

Esse estudo anual compreende 185 países.

O Brasil nesse estudo foi classificado no 84° lugar, atrás dos seguintes vizinhos da América do Sul: Equador (83°), Venezuela (73°), Uruguai (48°), Argentina (45°) e Chile (44°).

O cinco países com melhores índices, nesta ordem: Noruega, Austrália, Países Baixos (Holanda), Estados Unidos e Nova Zelândia.


No que se refere aos municípios brasileiros melhores classificados os cinco primeiros são: São Caetano do Sul, Águas de São Pedro, Niterói, Florianópolis e Santos.

Se considerados os itens da pesquisa da ONU, riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida e natalidade parece haver bastante coerência no que se refere aos municípios citados, principalmente para quem, como eu, que conhece muito os dois melhores qualificados.

Pois bem, com tais princípios, o ex-presidente Lula, mesmo com o pedido médico de moderação nos seus discursos, teria se queixado da classificação do Brasil no IDH.

Segundo declarações do seu acólito mor, Gilberto Carvalho:

“- Ele (Lula) nos deu um telefonema iradíssimo hoje, disse que (o resultado) era injusto e que a gente tinha de reagir...”

Mais tarde, o ministro disse que o ex-presidente falou das divergências entre a metodologia usada pelo Pnud, e os números do governo brasileiro. O próprio ministro defendeu cautela nesse debate, mas ressaltou que os indicadores sociais brasileiros estão melhorando.

- Ele sabe que tem uma questão de metodologia nessa avaliação do Pnud e que os números brasileiros não foram utilizados. Com todo o respeito, porque precisa muita cautela nessa questão, nós entendemos que vale uma discussão em torno da metodologia que é usada. Temos consciência de que nossos indicadores sociais cresceram e seguem crescendo, mas não queremos entrar numa polêmica sobre isso.”
(2)

Há reações de Lula que são inaceitáveis. Melhor que se calasse. Afinal de contas ele fora presidente da República e sabe ou deveria saber que naqueles sertões e periferias das cidades do NO/NE é muita a miséria, a pobreza absoluta e carências. Não será pelo convencimento que se autoimpõe e impõe aos seus eleitores desinformados com seus arroubos que a situação brasileira melhorará.

Um dos elementos que compõe a IDH é exatamente esperança de vida e natalidade compreendendo aí a assistência médica pública. Será preciso dizer algo mais?

No que concerne à riqueza, alfabetização e educação, tanto quanto na assistência médica precária, no conjunto do Brasil, tudo vem sendo há muito atrapalhado pela corrupção desenfreada e até agora tolerada. (3)

Esse é o Brasil de hoje, o país que herdamos do governo Lula.

No que se refere aos índices divulgados pela FIRJAN, os critérios de analise se referem a três pontos básicos: “Emprego & renda, Educação e Saúde” que determinam o denominado “índice de desenvolvimento dos municípios brasileiros.” Foram analisados todos os 5.554 municípios brasileiros.

Nessa classificação da FIRJAN, dos 15 melhores municípios, 14 são de São Paulo. O único fora do Estado de São Paulo é Lucas do Rio Verde do Mato Grosso. Os cinco primeiros são: Barueri, Paulínia, Araraquara, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

Parece-me que com o item “Emprego e Renda”, a classificação apresentada pela FIRJAN altera resultados em relação aos IDH: pelo estudo da FIRJAN São Caetano do Sul foi classificado em 54°, Águas de São Pedro – cidadezinha “jardim”, turística por excelência - em 460° e até mesmo Campos de Jordão, badaladíssimo, em 1149°.

Dos 50 municípios com melhor classificação pelo estudo FIRJAN 39 estão no Estado de São Paulo.

O Brasil não é São Paulo, mas São Paulo é o Brasil que melhor seria na classificação do IDH se a pobreza e a carência de recursos não obrigassem milhões de nortista e nordestino a rumarem para o Sudeste em busca de melhor sorte e um mínimo de qualidade de vida. As favelas aí estão para demonstrar isso.

Referências no texto:

(1) Wikipedia

(2) “O Globo” de 03.11.2011

(3) V. artigo de Humberto Mesquita que trata desse assunto, mesmo numa cidadezinha remota, Traipu, no sertão das Alagoas

Fotos:
(1) Águas de São Pedro (SP), com alto IDH (2°)
(2) São Caetano do Sul (SP) 1° em IDH e 54° pelos estudos da FIRJAN