quinta-feira, 4 de maio de 2023

TEMPOS DA AÉTICA E DA FRAUDE

Depois de um ano e durante o resto do mandato de Bolsonaro constatei que seria ele um desastre ético.

Ele fora ajudado e muito pelos efeitos da lava-jato na qual os "heróis", então, Sérgio Moro e Denton Dallagnol (personagens às avessas de Zorro e Tonto) a ele se aliaram tanto que  primeiro renunciou à magistratura e foi nomeado ministro e o segundo perdido no seu delírio, tenta justificar seus excesso nos tempos do "powerpoint" chegando a propagar "fake news". 

Temos que conviver com a mediocridade manifesta.

Bolsonaro amealhou milhões de simpatizantes à sua volta, aquele lema falso de Deus, pátria e família — e aquela tolice subjacente da implantação do comunismo — negou as vacinas contra a covid e ao ridículo em receitar a cloroquina e com essa sua insistência colocando em risco a campanha contra a doença a ponto de, antes delas aplicadas, morrerem milhares de doentes desassistidos. Há os que confiaram na cloroquina e assemelhados.

Demais, nos seus porões, a irradiação das "fake news" exalando o ódio, a ponto de, por elas, principalmente, se dar desentendimentos até entre familiares.

E como se constata nestes dias, há muitos defensores, lideradas pelas ditas redes sociais, que a divulgação das mentiras devem continuar, — o projeto de regulação das "fake news"  foi adiado no Congresso Nacional; se tiver que ser alterado que se altere mas que se vote — a propaganda nazista livremente divulgada, o incentivo ao crime por jovens desorientados exatamente por essas mensagens racistas e de violência gratuita. São os tempos incertos dos celulares que curvam a cabeça e turvam a mente e a preocupação que vai chegando com a inteligência artificial - AI. 

Os que se autoqualificam de "evangélicos", uma classe que desmoraliza os Evangelhos pelo  modo como agem e falam, a farsa das "profecias", a defesa do "ungido" conviveram com as mentiras e, mais, apoiam a manutenção das "fake news" — como liberdade de expressão! O que dizer disso, desses "fariseus". 

Bolsonaro no descaso, na sua insensibilidade e na sua grossura, chegou a imitar paciente sem poder respirar por falta de oxigênio naquela omissão escandalosa da falta do produto em Manaus.

E não foi só esse deboche. Outros houve.

E, na sua condição de presidente da República, sempre mentalmente abaixo do cargo, raciocinando como mau militar — e esse qualificativo não é meu — o seu palavreado chulo, sua irresponsabilidade com suas motociatas extemporâneas, pagas pelo seu cartão corporativo, isto é, a despesa desautorizadas dividida pelos contribuintes. 

E a ignorância à sua volta era (e é) tanta que se chegou ao circo na frente dos quarteis, milhares acampados esperando o golpe militar, chegando ao cúmulo de proverem marchas ridículas, cantando o hino nacional a ponto de terem como personagem um pneu como se deu no Paraná.

Muita ignorância aproveitada por ele para denegrir a votação eletrônica reivindicando em momentos a volta do voto de papel, se fazendo de desentendido com as fraudes inseridas nas urnas como constatados no passado.

Pior do que cercar ônibus que transportavam eleitores, como se deu nas eleições do ano passado, nas regiões em que fora mal votado no primeiro turno. O que se daria se fosse voto de papel?

Foi com essa gente acéfala, incentivada na maior parte de seu mandato por Bolsonaro, é que  se chegou ao ataque ao 8 de janeiro em BrasÍlia.

Isso para ficar no menos.

E a maior prova da ojeriza insuportável com o meio ambiente e com os indígenas na Amazônia se deu com a tragédia yanomami contida.

Com efeito, tão logo a posse de Lula, foi descoberto o escândalo do abandono dos yanomamis, que morriam de inanição e de moléstias, sem que os garimpeiros que tomaram conta de extensa área, tolerados pelo governo derrotado, fossem molestados pelos crimes que contra aquela gente da terra, praticavam. Genocídio lento e gradual. E nem se mencione aqui o que feito com o ouro extraído...




Avanço da devastação em terras yanomamis pelo garimpo ilegal. O genocídio tolerado. 




Deu-se, então, a correria para salvar os doentes, expulsar os garimpeiros e, quem sabe, uma tarefa do governo atual, restabelecer a devastação ambiental e a sanidade das águas contaminadas ali. E o reflorestamento em outras área degradadas. Há muito a fazer porque houve o desmantelamento dos órgãos ambientais do governo nos quatro anos de Bolsonaro.

Uma situação vergonhosa que vai sendo relevada.

Mas, para Bolsonaro, na sua inconsequência isso só não basta.

Eclodiu há poucos dias o escândalo da tentativa de contrabandear (há outro termo que não seja esse?) joias "presenteadas" pela Arábia Saudita, sem que se perquirisse, ainda, as causas desse presente. A ex-deputada Janaina Paschoal insinuara na sua inconstância que no caso das joias de R$16,5 milhões (há outras, o valor pode chegar a mais de R$18 milhões) o príncipe saudita se encantara com a beleza de Michele...

Mas, atitudes aéticas de Bolsonaro e seus assessores não pararam "só" nisso. Se parasse nisso, não seria Bolsonaro.

Agora, há o escândalo da falsificação das carteiras de vacinação, não só a dele e de sua família, mas de seus cúmplices de tal ordem a poderem viajar aos Estados Unidos.

O que mais dizer neste relato?

O que posso dizer, concluindo, que essas coisas não podem ser relevadas.

Tenho para mim que essa soma de atitudes nefastas saem do simples qualificativo de "aéticas" para se inserir no Código Penal.

Sua presença foi tão ruim que se constituiu no principal cabo eleitoral do Lula. Já disse e reafirmo de novo.






Muitos criticam atitudes do ministro Alexandre de Moraes em votar pela condenação dos predadores do dia 8 de janeiro e avançar na apuração dessas fraudes todas dos lamentáveis tempos de Bolsonaro. Se há excessos do ministro, que sejam apontados mesmo sabendo que o saldo de acertos é muito superior.

Com sua coragem ele tenta depurar este país cheio de corruptos, aéticos e irresponsáveis.


 




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