domingo, 21 de agosto de 2011

APOCALÍPSE 'NOW'

Prognósticos do que se dará com o aumento da população do mundo, a predação ambiental, a fome, o aquecimento global, a poluição do ar e das águas. Dezembro de 2012 e a esperada catástrofe com timbres apocalípticos. A vida difícil que terão nossos netos.

Nem sempre o colunista consegue redescobrir suas fontes, aquelas informações que batem em sua memória, lidas nalgum lugar há décadas e que se perderam.
Mas, nesse passado há décadas, numa publicação esotérica li que a Terra poderia suportar até seis bilhões de habitantes.
Há dez anos, essa marca foi comemorada, hoje já seriam sete bilhões.
Não de hoje, pois, tenho aquela marca na memória imaginando então, quando, atingida, quais seriam as consequências.
Curiosamente, nestes tempos de agora, na medida em que se aguça a predação ambiental, há um sentimento de que algo catastrófico vai ocorrer, algo apocalíptico, tendo como principal fundamento o calendário Maia que se encerra abruptamente em 21 de dezembro de 2012. Nessa data, o planeta seria então afetado por algum fenômeno natural catastrófico que modificaria radicalmente a vida conhecida, Isto é, destruição de tal ordem que a vida não seria mais esta como conhecemos.
Sete bilhões de almas realmente afetam do modo mais predatório, inimaginável e insuportável as reservas ambientais.
Essa predação não se dá apenas pela sua necessidade em produzir alimentos, mas também pelo que traz de prejuízo ambiental a tecnologia, a indústria, o lixo às centenas de toneladas
Milhões e milhões de carros que exigem milhões e milhões de barris de combustível fóssil que por sua vez poluem a atmosfera em toneladas de resíduos. E pior, na medida em que as necessidades de combustíveis se avolumam, a busca nos oceanos, de tempos em tempos tem sido desastrosa a mais não poder, com o vazamento de milhões de litros nos mares, afetando toda a fauna marinha por décadas.
Para agravar, a pesca predatória que por sua vez afeta a recomposição dos cardumes.
A escassez de água potável se constitui grave ameaça e sem minimizá-la há a tecnologia que ativa a dessalinização das águas oceânicas que pode ser ampliada.

Mas, não há mais tempo para suportar a poluição dos rios com esgotos e outros resíduos que tornam a água não potável. É premente a ampliação e aplicação da tecnologia do tratamento dos esgotos.

Sem qualquer propensão a levar tudo para o lado esotérico, digamos, é notória a correlação que se dá entre os vários elementos naturais. Essas destruições provocam reações destrutivas num processo ‘incompreensível’ que o nosso modo de viver no dia-a-dia atribui de maneira simplista a fenômenos que sempre espocaram ao longo dos séculos e séculos
O que se assiste, porém, é a frequência maior de pequenos e grandes eventos ditos naturais devastadores, como tsunamis, erupções vulcânicas ameaçadoras, aquecimento global, secas, desertificações, devastações por chuvas intensas...
Há, efetivamente, a revelação de que há desorganização ambiental que todos ignoram porque há a predominância da visão econômica da vida, do negócio, do consumismo e do “supérfluo necessário”, sem se atentar para os prejuízos ambientais que tais produtos e ações provocam.
Os seis bilhões de almas, há dez anos alcançados, mantinham algum equilíbrio entre alimentos e meio ambiente. A fome em alguns países, na África, especialmente, não se dera e não se dá pela escassez dos alimentos, mais por disputas políticas sórdidas que priva seres humanos do mínimo para sobreviver.
Nessa linha do lucro e da linguagem do dinheiro, as florestas vão sendo devastadas, não só por conta dos pastos abertos em grandes extensões para criação de gado, mas também por exigência de amplos setores industriais. Entre nós, por absurdo que pareça, há ainda a transformação de matas em carvão para alimentar fornos de siderúrgicas no sudeste. Uma prática criminosa como tantas outras.
O que resta das matas precisa ser preservada, ajustando na contrapartida técnicas do aumento da produção de alimentos nas áreas já reservadas.
E nesse diapasão a devastação ambiental de avoluma também na Amazônia, um reduto ainda persistente de equilíbrio ambiental. Mas, na interligação dos elementos ambientais do planeta, essa predação criminosa tem provocado grandes distúrbios, como as já mencionadas secas e desertificações, aumento da temperatura e enchentes em amplas áreas do planeta nunca vistas.
De outra parte, a babel consumista é de tal ordem que nem mesmo no âmbito econômico, há segurança. Os Estados Unidos, às voltas com as guerrilhas no Iraque e no Afeganistão, gastando fortunas para suportar essa guerra perdida – porque as facções que se opõem à paz são criminosas sem aquela lógica ocidental em encarar certos valores – caminham para serem superados economicamente pela China com seus 1,3 bilhão ou mais de habitantes.
Qual a consequência dessa mudança? Difícil prever, mas não será a China que se envolverá nesses conflitos como fazem os Estados Unidos. A mudança do polo econômico para o lado chinês, salvo o aumento do desastre ambiental, não parece que mude muita coisa mas aumentando a sua influência política e econômica no mundo a par de provocar um novo olhar sobre sua cultura que de um modo ou outro sempre esteve presente. Os Estados Unidos, continuarão com sua influência política e econômica, mas com limitações. O que preocupa é a ascensão dos seus radicais, obtusos, que não têm consciência de que, pelos seus atos, podem fazer o país perder oportunidades precipitando o enfraquecimento de sua hegemonia. Pior para os americanos?
Com tantas incertezas, se nada ocorrer em dezembro de 2012, nessa expectativa apocalíptica que vem sendo alimentada pelas grandes redes de comunicação, com certeza teremos que nos preocupar com o futuro de nossos filhos e netos.
A vida vai ser difícil de ser vivida, cada vez mais.

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