segunda-feira, 25 de junho de 2012

A RIO+20 PASSOU. E AGORA?

A Rio+20 não trouxe compromissos para a sustentabilidade. Um mundo em crise obrigou o país às pressas alcançar um documento para evitar que a Conferência acabasse no vazio. O lado positivo: milhares de participantes e simpatizantes se reciclaram na preservação ambiental.

A Conferência Rio+20 se foi e o que ela produziu se resume basicamente ao documento aprovada pelos chefes de Estado tudo às pressas. Constitui-se numa série de frases de boas intenções e lembranças dos problemas que desafiam o mundo pressionado pelo compromisso da sustentabilidade.


Teria a própria ministra do Meio Ambiente - que se revelou nervosa em algumas contestações plenárias -, se queixado da “falta de clareza de alguns itens da declaração final.

A Conferência foi realmente mui grande, presentes 188 paises-membros da ONU e mais de 45 mil participantes.

Com esse quorum, no qual se misturaram países ricos, remediados e pobres, seria esperar muito que em poucos dias houvesse consenso de pontos fundamentais que tentara a Conferência abarcar.

Os tempos no 1° Mundo estão “bicudos”, com reflexos “universais” gerando um clima de incerteza, não foi, pois, de estranhar as dificuldades em ser obtido um documento com compromissos firmes de mudanças.

No empenho da delegação brasileira em obter alguma coisa, houve muito de improviso. Não seria o caso, meses antes da Conferência, a própria ONU abrir uma agenda de consultas? Expor os pontos mais preocupantes dos principais países, incluindo os mais poluidores? Referir-se a ações sobre a pobreza extrema? Não seria um modo de firmar encaminhamento mais objetivo quanto aos compromissos esperados?

Nesse improviso, nessa correria, outras preocupações, todos os principais atores vacilando sobre compromissos e custos tenderam para o adiamento de qualquer medida para daqui a alguns anos, 2015, 2020 (?).

Dá para notar essas boas intenções sem ações compromissadas, por exemplo, nos princípios que tratam da pobreza no documento:

“A erradicação da pobreza é o maior desafio global que o mundo enfrenta atualmente e é um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável. Diante deste contexto, estamos comprometidos a libertar a humanidade da pobreza e da fome como uma medida de urgência.”

Porque é considerada economia verde, “no contexto do desenvolvimento sustentável a erradicação da pobreza com uma das ferramentas importantes disponíveis para alcançar desenvolvimento sustentável, e que ela poderia fornecer opções para elaboração de políticas, mas não deveria ser um conjunto rígido de regras.”

A erradicação da pobreza obriga uma série de medidas adicionais ou fundamentais: serviço público permanente com coleta de lixo e resíduos, moradia digna, saneamento básico, água tratada, qualidade de vida com a inclusão de áreas verdes.

São tarefas realmente desafiantes neste mundo de desigualdades e crises.

De qualquer modo, sejam quais forem as críticas – e não só as críticas – milhares de presentes e simpatizantes da causa se alinharam ou se reciclaram na necessidade da preservação ambiental, na preservação das florestas e dos cursos d´água como posturas essenciais para o futuro que precisaremos.

Porque não pode a sempre invocada produção de alimentos “baratos” resultar em desastres ambientais, especialmente a devastação florestal, avanços desbragados sobre reservas aquíferas tudo para que o país se torne o “grande celeiro do mundo.”

Afinal, projeta-se para meados do século população mundial num número próximo a nove bilhões de almas. Além de alimentos, há que indagar como será resolvida a imensa carga de resíduos, água escassa...

Mais do que esse vislumbre econômico, há essas e outras sérias questões a serem respondidas. E já é tempo que sejam pensadas.

A Conferência Rio+20 por tudo o que foi exposto não se constituíra, infelizmente, no foro adequado.

UMA POLÊMICA: O CO2 (gás carbônico) e o aquecimento global

A queima de combustíveis fósseis por milhões de veículos, queima de imensas áreas florestais, tem aumentado muito a emanação de gás carbônico na atmosfera.

Essa carga imensa de CO2 na atmosfera seria a causa do aquecimento climático.

Ao tratar do verbete “dióxido de carbono", a Wikipédia, que bem explana o tema, num certo trecho expõe:

“Nas últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis fósseis, a quantidade de gás carbônico na atmosfera tem aumentado muito, mas isto não prova que o gás carbônico contribui com relevância para o aquecimento do planeta.”

Há pouco, começou a ser entrevistado pela mídia, o professor Luiz Alberto Morion, climatologista, que exatamente minimiza as emissões de CO2 dessas origens como causa do aquecimento global. Ele até nega que tal esteja ocorrendo. Para ele, nos próximos anos, haverá uma queda de temperatura.

Pelo seu modo simples de expor suas ideias é convincente, mas acho que não foi ele devidamente confrontado pelos cientistas que pensam diferente.

Se essas proposições vingarem – a de que o gás carbônico provindo da queima de combustíveis fósseis e florestas não influencia o aquecimento climático -, o perigo está na continuidade da predação florestal, sendo suas áreas substituídas por pastos e o aumento indefinido do contingente bovino.

(Com as florestas devastadas, perdem-se espécies ainda desconhecidas e a fauna é dizimada).

A bancada ruralista no Congresso está forçando a barra para ir avançando no que resta de mata e rios.

NOTA CURTA

Maluf – Lula – Haddad

A cena mais inesperada deu-se com a união entre Lula e Maluf para viabilizar a candidatura de Fernando Haddad em São Paulo.

Maluf com seus escândalos , com graves denúncias de corrupção, não pode deixar o Brasil sob risco de ser preso no exterior. É fichado pela Interpol. Lula livrou-se do mensalão e outros escândalos do seu partido. Ah, as semelhanças!


Lula diz que não se arrepende da foto...


O candidato Haddad, na mesma foto obtida nos jardins da casa de Maluf, parecia aquele padre que mal recebeu a sagração e dá sua bênção constrangida a um casamento espúrio.



Foto de Eduardo Pimentel Martins

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