domingo, 2 de julho de 2023

EPÍLOGO DE UM PERSONAGEM TRÁGICO

 Em 22.02.2020 escrevi num dos meus artigos que a mim escrevo mas divulgo:

"São de Bolsonaro afirmações torpes que repercutem dentro e fora do país: "fazer cocô dia sim dia não para ajudar a preservar o ambiente"; "o Greenpeace é um lixo", "furo que queria "dar" referindo-se a jornalista da Folha", fez gracinhas tolas com a esposa de Macron, já idosa - que nada tinha com as críticas à sua deplorável política ambiental. E por aí vai..."

O julgamento havido no TSE que se encerrou no dia 30 de junho e que tornou inelegível Jair Bolsonaro se firmou na reunião que ele engendrou no dia 18 de julho de 2002, realizada no Palácio do Planalto com embaixadores de 79 representações sediadas em Brasília.

Fora essa reunião um ato político, qual seja o de dar impulso à sua campanha e sem surpresas  porque já vinha fazendo criticas as urnas eletrônicas e sua eficiência repetindo ali o discurso desqualificado até porque desprovido de comprovação.

Essa reunião foi transmitida pela TV Brasil caracterizando-se, então, abuso do poder político com a utilização de meios de comunicação.



Relator Min. Benedito Gonçalves e Minª Carmen Lúcia. Julgamento no TSE





Isso tudo já foi dito à exaustão.

Mas, neste mesmo espaço, me cansei de apontar os abusos de Bolsonaro, sua falta de ética, seu linguajar sórdido, rodeado de "pastores", sendo proclamado um "ungido" das Divindades. E ele acreditou nisso. Na realidade como um "religioso" ("deus, pátria e família") o que fez foi demonstrar absoluta falta de compaixão com o sofrimento de parte da população afetada mortalmente pela covid. Aquela campanha insana contra as vacinas.

Como esquecer o ministro Eduardo Pazuello, da Saúde, desastroso, submisso, mantido por seis meses no cargo?

Alimentando notícias falsas (fake news) incentivando o ódio até no âmbito familiar, o seu discurso golpista conseguiu reunir na frente dos quarteis uma horda de acéfalos esperando um golpe militar no qual seria, ele, Bolsonaro mantido no poder. E esses golpistas acéfalos e todos os que acreditaram nessa ignominia promoveram as depredações em Brasília no dia 8 de janeiro.

Não poucas vezes, neste espaço dizia que Bolsonaro pela sua irresponsabilidade se tornara o principal cabo eleitoral de Lula. Com suas "motociatas" delirantes, seu cartão corporativo, a máquina pública a seu dispor e seus bajuladores eis que ele elegeu o Lula, sua maior vitória. 

Escrevi alhures aquela frase sempre rejeitada quando afeta a quem serve: "eu não avisei?".

Diante da dura realidade de sua derrota e, então, suas omissões, sua fuga para Miami e agora tornado inelegível até 2030 pelo TSE não se vê mais aqueles evangélicos que em sessões artificiais faziam previsão de sua vitória, de encantamentos, da encenação de sua esposa em meio a essa gente. Fariseus. Essa gente que o ajudou a eleger o Lula. 

Foi melhor assim. 



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