quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A BIENAL DE SÃO PAULO E O BESTEIROL HOMICIDA



Figuras que incentivam o crime obscurecem a Bienal de São Paulo na sua 29ª edição.





Quando se menciona a Bienal de São Paulo, todos enchem a boca e dizem que é uma das mais importantes do mundo. Foi ela aberta no último dia 21, a 29ª edição e desde logo, um dos expositores e suas “obras” suscitaram o debate pelo importunidade das figuras desenhadas.

Trata-se das figuras do artista – assim é denominado – Gil Vicente, pernambucano, apontando um revolver para a cabeça de Fernando Henrique Cardoso e, quanto a Lula, está num instante antes da degola valendo-se de uma peixeira. Nem o papa Bento XVI e nem a rainha Elizabeth II escapam de seu besteirol homicida nesse diapasão.

Para justificar a permanência de tais telas, os defensores do expositor falam em filmes violentos que nos assaltam cotidianamente na televisão e na garantia da liberdade de expressão.

A OAB de São Paulo criticou de forma veemente essas telas acentuando que, no fundo, ela estimula o crime. Para mim essa projeção é verdadeira, máxime por apontar que se dê contra personalidades nacionais e internacionais que, segundo o autor, “todas essas vítimas são fáceis de escolher, porque todos são escrotos.”.

Que graça, não?

Ademais, qual o sentido educativo, artístico que se obtém com tal besteirol homicida?

Essas telas depõem contra a Bienal de São Paulo, “uma das maiores do mundo...”

Mas, quais são as ideias e posicionamentos políticos do autor dessas telas, Gil Vicente.

Para ele a OAB-SP e os que criticam sua “obra”, “deveriam trabalhar para colocar, pelo menos, em prisão perpétua esses dirigentes políticos que vivem roubando.” (1).

A preocupação da OAB-SP é legítima.

Esquece o expositor que este país tem uma cultura arraigada de desmandos e não será com os seus quadros que mudará alguma coisa. Quando muito, em algum momento poderá significar permissividade para a violência.

Mas, qual o posicionamento político do “artista” e o que fará com o seu voto?

“Eleição é uma coisa completamente pífia. Não voto e faço campanha para as pessoas não votarem. A última esperança que tive foi o Lula, mas que idiotice a minha, eu era ingênuo. Votar para mim é ir a uma urna e, como num tribunal, autorizar que determinadas pessoas roubem por oito anos. A intenção nos desenhos, era a de me retratar eliminando esses líderes. Estou matando-os – e só não quis representar a cena com sangue e cabeças explodindo porque não queria o registro de um espetáculo de filme americano. Logo após o registro, os mato (ele ri). Todas essas vítimas são fáceis de escolher, porque todos são escrotos.” (1)

Não se desvincule seus desenhos de péssimo gosto e instinto com seus “ideais” políticos.

São lamentáveis os quadros e lamentável a Bienal, “uma das maiores do mundo” em os acolher e expor.

Ah, sim, não venham com essa de liberdade de expressão e quejandos. Se tem alguém que tem se exposto com suas opiniões e defendendo a liberdade de expressão sem o respaldo e guarida da grande imprensa, é exatamente este modesto colunista.


Referência:
(1) "O Estado de São Paulo" de 21.09.2010

Imagem / foto: "Consultor Jurídico" de 17.09.2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário