domingo, 7 de outubro de 2012

AS ELEIÇÕES EM SÃO PAULO: SERRA SAI NA FRENTE





O “fenômeno” Celso Russomano às avessas que liderou por semanas as pesquisas de intenção de votos em São Paulo, mas foi alijado do 2° turno. A influência da IURD. Rejeições.





Analistas políticos profissionais tentam explicar a derrocada de Celso Russomano em São Paulo por suposta reação da Igreja Católica que teria desconstruído a sua candidatura, porque o candidato era apoiado de modo aberto pela Igreja Universal.

Algo impensável, um candidato sem muitas convicções, sem experiência de administração, governar sob a inevitável influência de “bispos” da poderosa e soberba IURD.

Russomano tentou esconder sua ligação com a Igreja Universal, mas num dado momento da campanha, esse apoio se tornou notório.

Não sei se houve tanta influência católica para que fosse Russomano alijado do segundo turno em São Paulo.

Essa “guerra religiosa” me parece de pouco alcance para explicar o resultado do primeiro turno. Minhas conclusões são estas:

1.  Há rejeição de parcela da população de São Paulo aos métodos da Igreja Universal e o seu modo de enriquecimento, tantas e tantas vezes denunciado pela mídia; é, ainda, pelo menos, uma instituição estranha e mal compreendida por aqueles que pensam um pouco e não se influenciam pelos apoteóticos encontros nos seus templos – alguns luxuosos;

2. Os paulistanos, mirando Russomano, seu jeito de “repórter do consumidor”, perceberam que a cidade de São Paulo – com projeção em toda a América Latina para ficar no menos – era grande demais para ele, considerando os seus discursinhos e promessas sem consistência;

3. Havia, então, José Serra – o último quadro viável do PSDB nesta quadra política em São Paulo. Qual o desejo demonstrado neste primeiro turno, com Lula e tudo apoiando Fernando Haddad? O fator experiência de Serra e talvez imaginando, se eleito prefeito de São Paulo, haverá que cumprir o mandato inteiro porque pela sua idade, tende a ser o seu último mandato. Ele prometeu cumprir todo o período na prefeitura.

Claro que no segundo turno, Serra terá que se esforçar muito para manter a vantagem que obteve e até ampliá-la porque com Lula por perto, retornará àqueles eleitores menos “nutridos” que ainda acreditam no seu discurso repetitivo, nas suas promessas e na sua demagogia... que desconhecem a gravidade do mensalão no qual estão envolvidos e sendo condenados pelo STF alguns dos seus antigos auxiliares diretos.

Quanto ao mensalão, no dia da eleição afirmou Lula, até com certa propriedade que o povão – a massa de eleitores de seu candidato - estava mais preocupado com o Palmeiras em vias de rebaixamento no Brasileirão, do que com o escândalo da compra de votos para sustentação do seu governo no Congresso Nacional.

Claro que o mensalão o constrange e o constrangerá mais se confirmada a condenação por corrupção ativa de José Dirceu e José Genoino.

(Comentarei o mensalão, com novas impressões, após o julgamento de  José Dirceu e José Genoino).

E, no esquentar da campanha para o segundo turno, esse tema, creio, será utilizado com a ênfase que merece.

Disse “creio” – um sentido de dúvida mesmo - porque o PSDB é um partido estranho: relembre-se que nunca defendeu seu quadro principal, que é Fernando Henrique Cardoso com o merecimento que seria cabível e sequer explicou o alcance de suas principais obras quando ocupou a Presidência da República. Participou FHC da campanha de Serra num momento de baixa, mas seu nome sequer foi lembrado nos agradecimentos por ter chegado ao segundo turno.

O contraponto disso tudo é que Paulo Maluf espera o convite para se integrar na campanha de Fernando Haddad.

Maluf e mensalão se dão bem...




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