quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RIO DE JANEIRO – AEROPORTOS – DEFICIÊNCIAS DO BRASIL


O Rio de Janeiro espanta os ratos de suas tocas. Para onde se instalarão daqui a pouco? O estágio deficiente dos aeroportos brasileiros. As medidas que tardam para as soluções. O risco do constrangimento por ocasião da Copa de 2014.

A ideia era fazer um apanhado geral dos aeroportos brasileiros, levando em conta o crescimento da demanda pelas viagens de avião, contrastando com a visível falta de iniciativas que encaminhem soluções que reclamam urgência.

Mas, antes, farei um desvio para tecer breve comentário sobre o que se passa nestes dias no

Rio de Janeiro:

“Há males que vem para bem”, diz aquele velho provérbio. A explosão da violência e ousadia dos traficantes provocaram a inevitável e dura ação policial com todos os seus recursos, de tal ordem a desmantelar os redutos dos bandidos que dividem o poder no Rio de Janeiro, um poder paralelo!

As forças de pacificação nas favelas deram certo mesmo – o mote da campanha do governador reeleito?

É que, como os ratos, desmanteladas as tocas eles se espalham e se readaptam. Estou só preocupado com essa “readaptação” para dias futuros. São Paulo pode se constituir numa opção para novas tocas.

Antes de tudo será preciso enfrentar o comércio ilegal de armas que abastece os traficantes. Não há mais tempo de condescendências com os países de onde provém o contrabando, mesmo os vizinhos. O mesmo se dá com as drogas. Nós aqui convivemos com essa barbárie e lá, de onde provêm as armas, “agentes” contam os dólares amealhados, o lucro fácil que de longe a tudo assistem sem serem molestados.


Os aeroportos:

Muitos são aqueles com estrutura mínima mesmo assim, têm intenso movimento, como é o caso, por exemplo, do aeroporto de Brasília.

Alguns se confundem com estações rodoviárias, com estrutura modesta que não suportarão um fluxo “profissional” de pousos e decolagens.

No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, há momentos em que se formam filas de aviões em operação de decolagem. No limite.

O mesmo se dá com o de Guarulhos para onde é dirigida a grande maioria dos voos internacionais, tumultuando à exaustão tantos os que chegam como os que partem.

Não disse nada de novo.

Mas, aí, para acordar as autoridades brasileiras da letargia e da inércia, alguém de fora descarrega o verbo. Refiro-me a Giovanni Bisignani, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), que disse sem meias palavras que o Brasil precisa resolver os problemas de infraestrutura dos aeroportos para não passar por um "constrangimento nacional" durante a Copa e a Olimpíada.

"O País é a maior economia da América Latina e a que mais cresce, mas a infraestrutura de transporte aéreo é um desastre de proporções crescentes", disse Bisignani em encontro de presidentes e diretores de companhias aéreas organizado pela Associação Latino Americana e Caribenha de Transporte Aéreo (Alta) na Cidade do Panamá.”

E disse mais:

“Treze dos vinte maiores aeroportos não conseguem acomodar a demanda nos terminais de passageiros existentes, e a situação é crítica em São Paulo, maior hub internacional da região", disse, referindo-se ao Aeroporto de Guarulhos.” (1)

Uma tentativa de “tapar o sol com a peneira” partiu do ministro da Defesa, Nelson Jobim que de modo canhestro considerara tais declarações “terrorismo” e que “a Iata só defende o ponto de vista das empresas e não dos passageiros.”

Dá para levar a sério uma reação dessas?

Para saber o que se passa nos vários aeroportos, haveria o ministro que se valer em suas viagens, dos aviões de carreira e não os da FAB com todos os privilégios que possui.

Claro que as afirmações oportunas do dirigente da IATA sacudiu a ANAC que saiu a campo tentando proibir o overbooking no fim do ano como paliativo para evitar o caos de anos passados. Vamos torcer para que o vexame e o tumulto não se repitam.

Nesse meio tempo, já racionalizando as críticas do diretor-geral da IATA, reagiu o ministro dos Esportes Orlando Silva:

"Imagino que a Infraero terá de alterar totalmente a conduta, o comportamento, a atitude, ter uma atividade completamente diferente da que teve até aqui, sob pena de oferecer constrangimentos à realização do Mundial de 2014". É preciso que a própria Infraero mude a postura. Ou anda mais rápido, ou o Brasil pode passar por constrangimentos".

E a esse comentário, há o seguinte esclarecimento:

“Num Mundial realizado em 12 cidades, com distâncias entre elas tão longas como os 4.500 quilômetros de Porto Alegre a Manaus, sem ferrovias e com estradas precárias, o tráfego aéreo das equipes, mídia, torcedores e dirigentes será fundamental para uma organização bem-sucedida da Copa e também da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.” (2).

O trem-bala defendido pela futura presidenta não estará pronto para a Copa de 2014. Talvez para as Olimpíadas de 2016, um recurso importante para desafogar o Rio de Janeiro naqueles dias que tumultuarão a cidade por completo.

As medidas nos aeroportos, porém, são necessárias para os dias de hoje de tal sorte a suprir a demanda atual porque os passageiros são desrespeitados pela realidade da maioria deles. Imaginem se, mantida essa lentidão de atitudes, o quê enfrentaremos à medida que se aproximar a Copa do Mundo.

Como se vê, não é por falta de aviso e até de advertências.

Referências:

(1) “O Estado de São Paulo” de 19.11.2010

(2) “O Estado de São Paulo” de 22.11.2010

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