sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A FARSA DA VOLTA DA CPMF

A discussão da volta da CPMF um golpe eleitoral porque não fizera parte da campanha de nenhum candidato (a), nem de Dilma. O jogo urdido por Lula perante governadores subservientes incluindo Dilma. Que se arme a oposição para rejeitar o tributo.

A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) foi extinta no final de 2007 porque a oposição votou contra sua prorrogação e a partir de então dela só se ouvia falar ocasionalmente por conta de comentários de Lula, o grande derrotado no Senado, que se queixava por tudo que deixara o Governo Federal de arrecadar para a saúde, ainda que ela andasse capenga e desmoralizante com o tributo escorchante, como capenga e desmoralizante se encontra hoje sem ele.

Nada mudou, pois.

Mas, não se fez por menos. Sepultada a CPMF, ato contínuo, sobreveio a manipulação da teia tributária federal que resultou em aumento da carga dos impostos e, de um modo geral, seja o Congresso Nacional, os empresários e o próprio Governo todos opinam que é chegada a hora de se discutir com seriedade uma reforma nessa área.

De seriedade nada se vê neste país de contrastes e absurdos. E os impostos sufocam.

Vieram as eleições para governadores e presidente da República, programas foram postos em debate, falou-se em reforma tributária ainda que de modo programático, genérico, maneira de agradar com acenos os ouvidos dos eleitores.

NÃO SE FALOU EM VOLTA DA CPMF PORQUE SE HOUVESSE ESSA DISCUSSÃO, ENTÃO, CLARO QUE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES PODERIA SER OUTRO NAS VÁRIAS INSTÂNCIAS.

As urnas conduziram os eleitos e, sem mais nem menos, pouco depois, “governadores” do PSB e outros mesmo sabendo da realidade vergonhosa da assistência médica pública antes e depois da extinção do tributo saíram em sua defesa propugnando pela sua volta. (*)

Eu diria que esses políticos são mal intencionados, “caras de pau” – pelo que me escuso pelo popular – e se valem do “novo” da eleição para agirem como bonecos de Lula ventriloquo que, a propósito, provocou entrevista improvisada de Dilma, para lançar esse “balão de ensaio incendiário”.

É a revanche do futuro ex-presidente. Se conseguir a volta da CPMF por meio de seus aliados subservientes, nessa linha, Sarney e Temer, estará rindo por quatro anos de sua vitória final. “Eu mexo os fios como se faz com marionetes, eu mando e arrebento.”

Lula não está preocupado com a má repercussão do tributo desnecessário até porque, felizmente, ele está saindo do Governo. Propôs nos bastidores, dividir o desgaste de Dilma com os governadores “aderentes” à idéia mesmo sabendo que, como acima explanado, já seja imensa a carga tributária brasileira e sempre péssima a assistência médica cujos recursos estão orçados independentemente da CPMF.

O que necessário na assistência médica é interesse real pela sua administração, aí incluída gestão competente, técnica e não o encostamento de políticos “premiados” pelo PT por conta dos compromissos eleitorais.

No que me diz respeito estava prestando atenção nas atitudes e discursos da presidenta eleita Dilma Rousseff que se revelavam coerentes e positivos.

Com a intervenção de Lula num assunto com a seriedade que tem a CPMF e ela apenas sorri e faz o “jogo” com os governadores, começo a me preocupar com sua autonomia futura, mesmo que seu padrinho garanta que o Governo terá sua (dela) cara.

Porque se assim não for, estando Lula na sombra ou nos bastidores fazendo indicações e insinuações, teremos algo parecido com o casal Kirchner na Argentina. Agora Cristina deverá imprimir sua “cara” no governo argentino porque seu marido faleceu.

Não foi por conta de tal relação governamental espúria que Dilma foi eleita.

Que continue Dilma, como sempre argumentou na campanha, com os princípios políticos de seu padrinho, mas não com suas manias.

Que se movimente, pois, a oposição com veemência para derrotar a volta desse (mais um) tributo, um capricho de Lula, um atitude menor.

(*) Jornal “O Estado de São Paulo” de 05.11.2010: “O novo movimento em prol de um tributo para financiar a saúde pública tem à frente os seis governadores eleitos pelo PSB, partido da base de apoio de Lula. Um dia depois de a presidente eleita, Dilma Rousseff, ter defendido novos mecanismos de financiamento para o setor, os socialistas lançaram sua mobilização, em reunião da Executiva Nacional em Brasília.”

Foto: Paulo Skaff, presidente da FIESP, “socialista”, candidato derrotado do PSB ao Governo de São Paulo (Google)

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