segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

AVIÕES EMBRAER E CAÇAS



O adiamento da aquisição dos caças pelo Governo Brasileiro por conta do corte no orçamento na ordem de R$50 bilhões permite rever com menos pressão a necessidade desses aviões com custo estimado de R$13 bilhões.


Já escrevi sobre a EMBRAER por ocasião do seu 40° aniversário. (1)

Não consigo esconder o entusiasmo pelos seus aviões. Não há meio.

Só conheci o desempenho dessa aeronave, há pouco, numa viagem curta de Viracopos a Campo Grande – MS, modelo 195, da empresa Azul.

Claro que, como crítico, prestei atenção em tudo. Acabamento impecável, conforto e a tudo aprovei e por conta da eficiente Azul, nas suas instruções aos passageiros reafirma tratar-se de “aeronave brasileira”.

Com o nível de qualidade dos aviões da EMBRAER meditava sobre uma das alocuções de Lula já no final de mandato, em dezembro último, que afirmaria que "o Brasil passa humilhação" porque a autonomia (do atual avião, um Airbus 319) é limitada, impedindo viagens intercontinentais sem escala. Não tem porque não comprar. Acabou aquela bobagem do aerolula. Acho que o Brasil precisa de um avião com mais autonomia para o presidente.”

Claro que Lula, que saiu pelo mundo visitando países que mal constam do mapa-múndi a troco de nada, naquelas esquinas da África, haveria que ostentar e se impacientar naquela “cobertura” voadora. Ora.

Não sei se a presidente Dilma Rousseff que vem anunciando corte no orçamento na ordem de R$50 bilhões pensaria levar à frente essa ideia e pelo que constato parece estar revisando alguns conceitos (e devaneios) lulistas, se proporia a adquirir novo avião maior e mais caro do que aquele recém-adquirido da Airbus.

Eis que no sábado, dia 19.02, o competente repórter Roberto Godoy – especialista em armamentos – escrevia no jornal “O Estado de São Paulo” que Dilma está recebendo para a frota presidencial um avião de luxo emprestado pela EMBRAER, um “Lineage” – “avião de príncipe árabe” – que não sai por menos de US$50,4 milhões, cujo “arranjo interno é soberbo”, com duas turbinas, podendo “decolar de Brasília e pousar em Madrid sem escala; o alcance é de 8,3 mil quilômetros”, voando a 890 km/hora. (2)

Para que mais? Mais que isso é pose de “grande potência”, para um pais em que milhões de brasileiros almoçam o “bolsa família” e seus dejetos rolam pelos baixos da palafita ou assemelhado. Avião com total autonomia, luxuoso e saneamento básico calamitoso.

Na esteira do corte de R$50 bilhões, está sendo adiada a compra dos 36 aviões caças, custo em torno de R$13 bilhões, para integrar a frota da Força Aérea Brasileira. A notícia especula que esse adiamento já desgasta o ministro da Defesa Nelson Jobim que, por conta dos acenos de Lula até há pouco preferiria o Rafale francês. Nessa linha da especulação, Dilma lá com seus botões, estaria preferindo o F-18 Super Hornet, da americana Boeing.

Ponderando sobre esse adiamento, o jornalista Roberto Godoy argumenta que se a decisão de compra de tais aviões se der até julho vindouro, os desembolsos só se dariam no começo de 2013, considerando o tempo da produção.

Pelo conceito e qualidade obtidos pela EMBRAER no mundo me pergunto se não haveria uma solução caseira, com a própria empresas brasileira para esses caças.

O Brasil precisa mesmo dessas aeronaves de defesa? Desse calado? Aviões modernos da empresa nacional numa linha de Super-Super Tucano não seriam suficientes?

Afinal de contas, segundo Roberto Godoy, os aviões de defesa ora em uso, parece estarem beirando a impossibilidade técnica, como informa:

1. Os 12 caças Mirage, comprados de segunda-mão da França, têm vida útil até 2016;

2. “Os notáveis F-5M, cerca de 55 aviões, em fase de modernização tecnológica pela EMBRAER têm se revelado eficientes. Mas tem mais de 30 anos. E chegaram no limite”.

Pelo jeito como estão esses aviões, qualquer aeronave de defesa produzido pela EMBRAER, com equipamentos modernos, superam essas velharias. Por muito tempo.

Zero de conhecimento técnico e mais observador me dou o direito de emitir minhas “impropriedades” sem medo. São mais ou apenas perguntas que me assaltam.

→ (Coloco-me sempre disponível para sugestões, críticas e principalmente correções às minhas opiniões e informações).

Referências:

(1) “A EMBRAER e os seus 40 anos”, neste portal, artigo de 24.08.2009;

(2) Jornal “O Estado de São Paulo” de 19.02.2011

Foto: Avião Embraer, emprestado à frota presidencial – Lineage de US$50,4 milhões – avião de “príncipe árabe”.

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