quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CAMPANHA ELEITORAL: IMPRESSÕES DE ÚLTIMO MOMENTO


Opiniões curtas sobre os últimos eventos daa campanha eleitoral, que deve esquentar na semana que vem, decisiva. Salvem-se os que puderem – e os que não puderem fiquem longe.


i. - Serra atingido no Rio de Janeiro fisicamente, sem gravidade, mas atingido. Lula o acusou de farsa. Ah, sim e por falar em farsa...

ii. - Há no meio petista, aquela ala que tem um qualificativo muito próprio que por respeito não mencionarei, sempre utilizado para identificar sindicalistas “fora de rumo”. Dos meus tempos de acompanhamento sindical no ABC. Vou me aproximar, “cientificamente”: “espermatozóides aloprados...”

iii. - Lula, já saudoso do governo está transformando o Brasil e a campanha presidencial num grande estádio de Vila Euclides (SBC). Nas grandes assembléias dos metalúrgicos naquele estádio quando presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, ele falava tudo o que queria e criticava quem bem entendesse com os aplausos da peãozada. Tudo mais ou menos igual com o que faz nesta campanha. Desvirtuamentos notórios que ninguém ousa coibir. Tenta desmoralizar todos os que não lhe agradam.

Pode ser sinal de que o PT ainda está em dúvida da vitória com sua candidata, mesmo com as pesquisas positivas.


iv. - Seria bom que Lula saísse do foco, não botasse lenha na fogueira. Vamos entrar na última semana. Salvem-se os que puderem – e os que não puderem fiquem longe.

v. - Lula critica demais a imprensa. Sem ela não teria mensalão, flagrantes de dinheiro na cueca, aloprados, denúncias de corrupção, nepotismo e o que mais? Seria tudo mais fácil, pois não!?

É que tem uma turma por aí que pensa. E esses caras tendem a tudo complicar, atrapalhar a denuniar.

vi. - Quarta-feira (dia 20.10) no metrô de São Paulo sentido Terminal Tietê – Praça da Sé. Um homem idoso, sentou-se no banco reservado para os de sua idade, abriu a pasta e atentamente começou a ler crônica do Arnaldo Jabor em cópia xerográfica, publicada no dia anterior no jornal “O Estado de São Paulo” (“A difícil missão de Dilma Rousseff”). O que havia de tão interessante no artigo? Eleitor silencioso que não responde pesquisas de intenção de voto...

vii. - Mesmo dia na praça da Sé, centro de São Paulo. Manifestantes esbravejando chavões repetitivos pró-Dilma, chegando ao insuportável. Revezavam-se os oradores com “discursos” amplificados pelo sistema de som.

Tudo bem que os petistas participem da campanha de sua candidata, mas o besteirol passou ali dos limites. E sabem o que é pior? Tem muita gente boa que acredita nessas tolices. Tolices repetidas, “verdades” tolas assumidas, acreditadas. “Que país é este?”

Parei na frente da estátua do Apóstolo Paulo para tomar fôlego de tudo aquilo. Mas que praça suja, nossa!

viii. - Essas pesquisas de intenção de voto estão cansando, mas distorcidas podem ajudar o candidato, sempre na frente e sempre avançando. Já houve “surpresas” no primeiro turno, chamuscando alguns institutos mais afoitos.

Demetrio Magnolli (sociólogo e doutor em Geografia Humana) em 14 último, no jornal “O Estado”, intitula seu artigo, sobre os métodos de pesquisas de intenção de votos, como “Os Falsários”. Trecho: “Pesquisas, obviamente, não decidem eleições. Mas elas têm um impacto que não é desprezível. Sob a influência dos humores cambiantes do eleitorado, supostamente captados com precisão decimal pelas pesquisas, consolidam-se ou se dissolvem alianças estaduais, aumentam ou diminuem as doações de campanha, emergem ou desaparecem argumentos utilizados na propaganda eleitoral, modifica-se a percepção pública sobre os candidatos. Os institutos comercializam um produto rotulado como informação. Se fosse leite, intoxicaria os consumidores. Sendo o que é, envenena a democracia.”

E no final pergunta:

“Ah, por sinal, qual é mesmo a taxa de aprovação do governo Lula?”

ix. - Intelectuais de cada lado: Chico Buarque qualificou Dilma de inteligentíssima. Gilberto Gil a apoiou também e disse que a vitoria da candidata garantiria tudo isso que aí está. Tudo isso o quê?

Do lado dos tucanos, o ex-petista e fundador do PT, Hélio Bicudo, declarou voto em Serra.

No jornal “O Estado de São Paulo” na sua coluna do dia 20 último Roberto Damatta se saí com esta:

“E para provar que as seis famílias donas de jornal não me controlam, faço questão de declarar: para mim, não há dúvida de que Serra e, de longe, o melhor. O resto, amigos, como dizia aquele bardo inglês, é silêncio...”

Que famílias!

x. - Marina Silva manteve-se neutra na disputa. Não apoiou Serra mais próximo, porque admira Lula. A sua neutralidade pode implicar em compromisso apenas programático do candidato (a) vencedor às suas ideias. Se apoiasse um deles e com o seu apoio fosse o seu escolhido eleito, o compromisso assumido de inserir o programa do PV na sua maior extensão estaria garantido. Do jeito que ficou, qualquer dos candidatos que vença as eleições, pode manter compromissos por “boa vontade”, sem prejuízo de medidas antiambientais na hora em que a questão econômica fizer pressão e a tudo atropelar. Complicado, hem? Perdeu o bonde!

xi. - Serra promete, se eleito, reduzindo despesas do Governo Federal, conceder 10% de reajuste aos aposentados. É bom lembrar que em maré alta, vai se formando uma onda imensa no "ambito" da previdência social idenficada por um neologismo: a "desaposentação". O Superior Tribunal de Justiça já vem aceitando a tese que consiste em recalcular a aposentadoria daqueles que, depois de obtido o benefício proporcional, continuaram trabalhando e contribuindo para a previdência. Esse tempo de contribuição adicional será somado ao tempo de trabalho para novo cálculo da aposentadoria, até o teto de 100%. É o que vem se desenhando nesse horizonte o que pode significar valores vultosos do orçamento federal para garantir a "desaposentação"


Foto: http://www.jornaldeluzilandia.com.br

Um comentário:

  1. O Brasil perdeu o bonde, faz tempo... Se os chamados "bons" tivessem vestido as calças e descido dos saltos altos, em 2005,a discussão seria outra. Mas, quando a cidadania de bem se cala e omite, a bandidagem toma conta...

    Abração.

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