domingo, 4 de abril de 2010

SERRA E DILMA

16/03/2010


A candidata Dilma significa o continuísmo do governo PT que inclui todos os seus abusos morais. Serra, se candidato, MESMO, significará a única tentativa de mudar tudo isso que aí está.

Aberta e impunemente, a “pré”-candidata Dilma, há meses vem fazendo sua campanha eleitoral sempre ao lado de Lula, como verdadeira sombra.

Mesmo na alta de Lula após os mal-estares da hipertensão, lá estava ela, com seu rosto grave e sem qualquer carisma, atrás do seu protetor.

Para acalmar os mais preocupados com sua vitória eventual, já disse ela que manterá a política macroeconômica do governo Lula, cujas bases foram implantadas no Governo de Fernando Henrique Cardoso.

Não é novidade para ninguém que essa exposição excessiva, nas barbas do Judiciário Eleitoral que se mantém inerte aos abusos praticados, a candidata do PT subiu nas pesquisas eleitorais e tende a aumentar seus índices enquanto o candidatado do PSDB se mantiver amoitado.

O que preocupa é que essa vantagem, no decorrer da campanha, pode ser difícil de quebrar instalando-se então, ao final, um governo continuista de tudo que aí está com uma agravante: a subida do que há de pior entre os pares de seu partido que tornaram a legenda maculada pela corrupção.

O continuísmo, pois, é indesejável para um país que precisa de novos ares e novas alternativas. De rever a política internacional, de reencontrar seus verdadeiros aliados e internamente, rever esse malfadado plano de direitos humanos que no seu bojo apresenta proposições autoritárias, ainda que se acene agora com revisões – “oportunas” em tempos de eleições – e conter o MST e seus abusos, entre muitas outras tolerâncias do governo petista.

Serra, com a demora no seu “sim” à sua candidatura, teve reveses: em Minas Gerais cujo PSDB local o rejeita e o vaia, o desconforto com o posicionamento de Aécio Neves que não aceita ser vice e o subestima como candidato mais preparado – o mineiro já se disse mais preparado que o governador de São Paulo para a presidência – e até as ironias na imprensa com suas desconversas sobre assunto tão sério.

Esse posicionamento mineiro dá o que pensar. Se Aécio, no seu estado deixar Serra “sangrando” como disse um jornalista mineiro num programa de televisão é bem possível que o PT volte a vencer em Minas Gerais, significando para Aécio, menos que rejeitar o seu colega de São Paulo, verdadeiro divisionismo no PSDB.

Com todo o respeito a Minas e conhece o estado, quem é de São Paulo e tem um pouco de atenção com o que se passa por aqui, sabe que o trabalho de Serra é superior. Talvez isso se dê pelo desenvolvimento de São Paulo, que se estende para um interior bem mais desenvolvido. Por isso, tudo passa por aqui.

Nas minhas conversas com jovens aqui em São Paulo, que de regra não leem jornais, pensam em votar em Dilma porque Serra pode privatizar a Caixa Econômica Federal – com deficientes sistemas operacionais -, ou a incorporar no Banco do Brasil, como fez com o Banco Nossa Caixa ou porque os pedágios nas estradas paulistas são muito caros. E são mesmo. Há o que explicar com essas exorbitâncias.

Sobretudo, não há um sentido crítico do que tem representado nestes oitos anos o governo do PT com Lula.

A despeito da propaganda institucional maciça nos meios de comunicação do governo de São Paulo, elas não atingiram ainda a massa eleitoral. Há um sentido de banalização como se tudo aquilo fosse nada mais que obrigação.

Desinformados, meio sem convicção ignoram Serra até porque tem ele feito por ser ignorado.

Outro dia, de relance no programa CQC da TV Bandeirantes, entrevistado durante a corrida Fórmula Indy, o repórter irreverente mas de modo oportuno o provocou sobre sua indefinição e o virtual empate de Dilma nas pesquisas. Serra respondeu apenas que o jogo não havia começado ainda. Se não foi nessas palavras, esse o sentido dado.

Só espero que, com o início do jogo, possa ele re-equilibrar o placar que vai se tornando adverso.

Queiram ou não, ao Serra cabe a missão de vencer as eleições e mudar tudo o que aí está. Uma tentativa que eu, particularmente, não quero perder a oportunidade.

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