sexta-feira, 1 de junho de 2018

ATIRANDO IDEIAS E IDEAIS PARA O ALTO SEM SABER ONDE CAEM


Se caem...

Temas tratados:

1. A intervenção militar inviável hoje. Mas, eu estava lá...
2. A opção cubana da esquerda em armas. O uso do paredon...
3. Congresso inchado e patético. Movimentos de ruas para reduzir os parlamentares e as mordomias...
Os "perigos" da "Copa do Mundo"...
4. Ainda a repercussão da paralisação dos caminhoneiros. Aqueles desonestos que se aproveitaram...

1. O PEDIDO DE INTERVENÇÃO MILITAR
Eu estava lá, nos tempos de Emílio Médici (1969-1974), na indústria automobilística do ABC. Esquecendo a repressão que foi severa e que muitos se lembram e falam, fico com o discurso repetido de Lula enfatizando que fora aquele um período de pleno progresso, o dito “milagre brasileiro” e inegável estabilidade econômica.
Médici era o presidente na conquista da Copa do Mundo de 70, no México. Ele se valeu muito dessa conquista do futebol. Há os que desmentem, mas ele era aplaudido nos estádios.













Como disse Lula, na região do ABC naqueles idos, havia disputa por profissionais semi e qualificados significando forte competição entre as indústrias em contratá-los tal a demanda da produção.
Lembro que sob a Anchieta entre a Chrysler e a VW havia um corredor subterrâneo que dava de portaria a portaria. Os profissionais para mudar de emprego, bastava que atravessassem a Anchieta por essa passagem.
A contratação era certa. Tempos do pleno emprego.
Um dia, precisando de profissionais urgentemente, a Chrysler aumentou uma faixa na sua tabela salarial. Foi um reboliço porque pegou de surpresa até mesmo a poderosa VW.
Um desastre dos tempos de Médici? A Transamazônica com supostos 4223 km, partindo da cidade de Cabedelo, Paraíba até Lábrea no Amazonas. Inacabada, poeirenta ao extremo no calor e barrenta ao extremo nas chuvas que a tornam intransitável. Em imensos trechos. E, no geral, o desastre ambiental.
Os que viveram esses tempos e não se envolveram na luta armada ou no enfrentamento ao governo militar, uma minoria, têm a lembrança viva da estabilidade, da segurança e de como as coisas funcionavam relativamente bem incluindo outros governos militares.
E aí a comparação inevitável com os dias de hoje: corrupção em praticamente todos os segmentos políticos, o envolvimento de grandes construtoras, não sendo poupando até mesmo a Petrobrás – que esteve a beira da falência tal o saque de propinas vultosas de que fora vítima.
Então, essa geração envergonhada – e eu pertenço a ela - com o que vê a cada dia no seu país, a gravidade das denúncias e das comprovações inconformada se volta para a solução militar porque para muitos, queiram ou não os teóricos da esquerda incapaz, foram momentos de tranquilidade e trabalho.
Mas, esquecem-se esses justos indignados como se deu a tomada do poder pelos militares em 1964, sintetizando:
Guerra fria chegando aos limites de guerra nuclear com o incidente dos mísseis em instalação pela União Soviética em Cuba em 1962;
⦁ A recusa de Jango em apoiar a intervenção militar americana em Cuba;
A ação comunista nos seguidos movimentos grevistas;
⦁ A tolerância de Jango a esses movimentos e espécie de aliança que detinha com os militantes comunistas;
O receio da população com implantação de um regime comunista no Brasil. A famosa frase de Prestes que pouco prestou na política brasileira: “Os comunistas já estão no poder mas não no governo”;
A indisciplina nos quartéis;
A igreja católica que se posicionou contra o governo de modo ostensivo;
⦁ O apoio e participação logística dos Estados Unidos (leia-se CIA) ao golpe militar que se consolidaria em 1º de abril de 1964.
Esse o caldo de cultura! Tudo pelo golpe que vinha amadurecendo e sendo planejado. Ao eclodir foi comemorado em todas as esferas.
O novo governo foi recebido com alívio, considerando as condições da tensão política reinante no “mundo ocidental” ou aliados dos Estados Unidos.
Houve um sentido de moralização política, tantas as cassações e ações repressivas ao modo de governar até então. E com estas os excessos, a tortura e os porões sórdidos da repressão que viriam.
Em 1985 saíram os militares, ainda com eleição indireta. A duras penas seguindo-se eleições livres, liberdade política e de opinião.
Logo depois, a anistia.
Tudo voltara à normalidade...
E com a normalidade, com o tempo, as ações torpes de corrupção sem limites, como nestes últimos anos, algo impensável.
Os valores da propina e da corrupção foram multiplicados por mil. Não se falava mais em 100 mil mas em 100 milhões. Nessa proporção.
Essa politicagem barata, as mordomias que os políticos se atribuíram cobrando do Tesouro todos os seus gastos, constitui-se uma afronta a um país pobre como o Brasil com quase tudo por fazer.
Reconhece-se esse quadro vergonhoso.
Não há, porém, clima, hoje, para um golpe militar repetindo 64 como insiste e muito essa geração que guarda boa memória daqueles dias da exceção.  
E não há clima para a intervenção militar, porque
O golpe seria repudiado pela comunidade internacional democrática;
O que fazer com o Congresso Nacional, mesmo identificado o grande número de descarados, de desonestos? Fazer de suas instalações uma prisão?
Colocar toda a esquerda radical nas prisões? Qual seria a reação a tal ato de força?
Quem apoiaria o golpe? Não a igreja Católica e menos ainda os sempre influentes Estados Unidos. De ditadura, já chega o desastre venezuelano aqui perto.
E, por outra, devagar, mesmo com os retrógrados do Supremo Tribunal Federal atrapalhando, o Judiciário “independente” vem penalizando os corruptos e seus aliados políticos que roubaram o país.
Os qualificados de esquerda e até os moderados se queimaram muito pelos atos desonestos de sua grei nestes últimos anos.
Há um encaminhamento por mudanças.
Em resumo, temos que achar nossos rumos no sistema democrático, no voto.
Mas, haverá que ter paciência. Não serão essas eleições que mudarão muito. Há políticos inidôneos que devem ser reeleitos.
No mais é não esmorecer e sair à ruas protestando contra os abusos políticos que não são poucos.
Mas, isso direi linhas abaixo.

2. A OPÇÃO CUBANA DA ESQUERDA EM ARMAS
É uma balela a afirmação dos egressos da esquerda armada ou não dos idos da ditadura militar de que lutavam pela democracia.
Essa afirmação não é verdadeira e ponto.
Esses opositores aspiravam um regime tipo cubano, porque idolatravam Che Guevara – com péssima “folha corrida” na qual se relacionam dezenas de assassinatos - e, claro Fidel Castro.
Esquecem (ou aceitavam) esses rebeldes daqui que a ditadura cubana se consolidara com o paredon (seriam 3820 execuções?) e prisões de opositores poupados do fuzilamento “depositados” em ambiente prisional sórdido.
A ditadura militar somando os seus erros e excessos fora pontos múltiplos mais contida do que a consolidação da ditadura cubana. Incomparável mesmo.
Por tudo isso, esses contestadores armados foram perseguidos pela ditadura militar.
Sempre defendi que se em vez de armas e atos terrorismos, sequestros, assaltos e até assassinatos prevalecessem as ideias e os debates sempre que possível e onde possível – e havia meios – em defesa da abertura e da democracia plena, quem sabe os militares tivessem saído antes de 1985.
Esses atos da rebeldia armada podem ter atrasado a saída dos militares que se defenderam com atos duros de exceção, como o AI -5 em dezembro de 1968.
São suposições, apenas. A história é inexorável.

3. CONGRESSO INCHADO E PATÉTICO
Já disse o que vou dizer muitas vezes.
Em 2005, em artigo num jornal de Piracicaba, comparando a população dos Estados Unidos, cerca de 100 milhões a mais do que a do Brasil e o respectivo número de senadores e deputados americanos, a proporção revelou que aqui, o Congresso Nacional deveria conter não mais do que de 57 senadores e não 81 e o número de deputados seria de cerca de 300 e não 513.
Afinal de contas o Brasil da Constituição de 1891 até 1967 era chamado de “Estados Unidos do Brasil”, na mesma linha do grande irmão do norte.
Então a comparação que fizera tinha um paradigma válido.
Além desse número excessivo de “parlamentares” no Brasil, a maioria medíocre e gozando de todas as mordomias a eles autoconcedidas por conta do orçamento da União constitui-se uma afronta ao povo brasileiro pobre que paga impostos em profusão.
Ademais, é nas duas casas que há número inacreditável de “parlamentares” denunciados por corrupção.












Tudo isso é muito patético.
A campanha de reduzir o número de parlamentares e as benesses absurdas de que se contemplam fora aguçada durante a paralisação dos caminhoneiros.
Muitas foram as mensagens nesse sentido nas redes sociais.
Esse quadro de absurdos não pode prosseguir incólume.
ESSA SERIA UMA GRANDE CAMPANHA QUE SE FORTALECERIA NOS MOVIMENTOS DE RUA DE MODO PERMANENTE – EM PERMANENTE VIGILÂNCIA - E NÃO SÓ NAS REDES SOCIAIS.
VITORIOSA, TERIA EFEITOS NAS ASSEMBLEIAS E NAS CÂMARAS MUNICIPAIS.
Para esse meu artigo de 2005 e outras informações, acessar: https://martinsmilton2.blogspot.com/2016/08/reducao-do-custo-brasil.html?spref=fb



VEM AÍ A COPA DO MUNDO. SERÁ RUIM PARA O BRASIL A VITÓRIA DO brasil NESSA COPA POR MESES PROVOCARÁ A ALIENAÇÃO DOS BRASILEIROS PATROCINADA PELA REDE GLOBO E COADJUVANTES COMO SE ISSO PUDESSE SER O ORGULHO DO PAÍS. FESTAJAR-SE-Á ENTÃO UMA CONQUISTA DO “ÉTER INVISÍVEL” MAS A REALIDADE CONTINUARÁ COBRANDO AÇÕES NUM PAÍS CARENTE E POBRE.


4. AINDA A REPERCUSSÃO DA PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS
Agora há uma espécie de “conscientização” dos prejuízos causados pela paralisação.  A imprensa insiste e martela.
Com efeito, prejuízo houve.
E daí falam-se dos milhões pra cá, milhões pra lá dando um sentido emocional, como fez a Rede Globo.
Mas, houve um rápido esquecimento dos prejuízos da Copa do Mundo no Brasil. Aquela dos inesquecíveis 7 x 1 dia da humilhação imposta pelos alemães. Uma quantidade de obras caríssimas entre estádios inaproveitados ou abandonados e obras de infraestrutura inacabadas até hoje que serviram apenas para dar uma ideia falsa de “brazil grande” – ideia da corrente lulopetista megalômana -, mas que se constituiu num desastre ao se somarem recursos públicos desperdiçados.
O estádio Mané Garrincha de Brasília custou, incluindo o superfaturamento, cerca de R$2 bilhões. E isso em 2014. Pouco utilizado, soma-se, ainda, o custo anual de manutenção.
O Maracanã cujo custo da reforma passou de R$1 bilhão é um estádio semiabandonado.
E isso não é prejuízo (permanente)?
Ou para o esporte vale tudo, até mesmo vistas grossas ao superfaturamento que se deu?
Pois bem.
A paralisação dos caminhoneiros, uma categoria prejudicada por rodovias em péssimo estado e outras com pedágio caro revelou aquilo que ninguém no dia a dia pensava: a dependência do país a essa categoria de trabalhadores.
Serenando-se os ânimos, todos falam de modo até oportunista na necessidade de (re) instituir as ferrovias, desprezadas ou desmanteladas por todas as últimas administrações do país.
Haverá governo sério que encare essa necessidade? A necessidade das ferrovias impreterivelmente?
Pela tradição brasileira, logo essa proposição será esquecida.
E os caminhões continuarão cruzando o país, enfrentando mesmo estradas boas ou ruins, pagando pedágios no desempenho de sua missão de o abastecer...









Pedro Parente
Administrador competente, em pouco tempo reconstituiu o valor da Petrobras, assaltada pelas administrações petistas. Suas ações foram valorizadas e passou a haver um sentido de seriedade em todos os atos.
Tecnocrata, voltado para os resultados da empresa, esqueceu que o custo do combustível afeta a vida de todos os brasileiros. Sua administração, muito eficiente, seria festejada em países de 1º mundo. O Brasil não pertence ao 1º mundo. Ele não se deu conta disso. Foi muito afoito ao pote de lucros e resultados positivos.
Saiu, mas poderia ficar, fazendo uma reflexão do peso dos combustíveis na vida dos brasileiros e reequilibrando as coisas.
Uma perda.

ESSA PARALISAÇÃO REVELOU O ESPÍRITO DA LEI DA VANTAGEM QUE PREDOMINA EM MUITOS BRASILEIROS APROVEITADORES E DESONESTOS: O AUMENTO ABUSIVO DE PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS NA SUA ESCASSEZ E DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS. ESSA MESMA MENTALIDADE DE BRASILEIROS QUE SAQUEIAM MERCADORIAS DE CAMINHÕES ACIDENTADOS. O QUE ESPERAM ESSES DESONESTOS ESTÚPIDOS DE SEUS POLÍTICOS? QUE SEJAM HONESTOS NO MESMO INSTANTE EM QUE MULTIPLICAM O PREÇO DA BATATA PARA SE APROVEITAR DE SUA FALTA NO MERCADO?
ESSA MENTALIDADE DA VANTAGEM DESONESTA TEM DE MUDAR.