1.
AS CRISES SEMANAIS DO CAPITÃO BOLSONARO
Em
primeiro lugar quero dizer que publicamente Bolsonaro tem agido, no
contato com a imprensa, como o capitão Bolsonaro. Ele não assumiu a
dignidade da presidência da República. Ele foi eleito para esse
cargo e não para reeleição da patente de capitão.
Ele
não entende isso. Que alguém com urgência o inculque que ele não
é mais capitão, mas presidente do País.
De
regra suas reações ao contato com a imprensa são de capitão
contrariado que no interior dos sanitários do quartel, profere
desatinos contra tudo e contra todos.
O
problema não está nas ilações jocosas que fazem seus adeptos
radicais lambe-botas de suas tolices
São
suas afirmações torpes que repercutem dentro e fora do país:
"fazer cocô dia sim dia não para ajudar a preservar o
ambiente"; "o Greenpeace é um lixo", "furo que
queria "dar" referindo-se a jornalista da Folha", fez
gracinhas tolas com a esposa de Macron, já idosa - que nada tinha
com as críticas à sua deplorável política ambiental. E por aí
vai...
Envergonhando!
[Quero
deixar claro que nunca votei no PT e não há menor possibilidade que
o faça, até pela minha idade atual. E eu acompanho a "evolução"
do partido desde sua origem nos passos grevistas no ABC].
2. O PARADIGMA É O LULA E O PT
Bolsonaro
foi eleito como um fato novo reação aos escândalos petistas, às
atitudes desqualificadas do partido, seus membros corruptos e,
principalmente, do próprio Lula.
Ora,
tudo que se referia a petismo haveria que ser esquecido e severamente
repudiado.
Eis
que para justificar suas afrontas públicas, os bolsonaristas trazem
à tona as próprias declarações e atos de Lula, em tudo que
continha de desabonador.
Vejam
só, aquilo que seria um passado a ser rejeitado se tornou um
paradigma constante para justificar o que Bolsonaro faz ou diz nestes
"novos" tempos: o gesto da banana, afirmações de cunho
sexual desrespeitoso...
E
tem ido muito além de Lula, ex-operários metalúrgico.
3.
BOLSONARO: BANANAS À IMPRENSA QUE ELE AMA
E
ele que diz desprezar a imprensa, não há dia em que na saída do
Alvorada não encosta nos jornalistas de plantão e destila
aleivosias. Ele "despreza" mas ama a imprensa e é nesse
momento que comete seus desregramentos para se afirmar.
4.
LULA E O PAPA: TORRENTE DE IMPROPÉRIOS
Não
sou católico, mas gosto do catolicismo, não só pela sua "estrutura
religiosa" como não receio, depois de mais de 2 mil anos, a
despeito de seus excessos, como se deu na inquisição e mais recente
o escândalo da pedofilia e os sempre mencionados desvios de fundos
no Banco do Vaticano.
Eu
sei como o catolicismo age pelo seu histórico de mais de 2 mil
anos.
O
que tenho dúvidas ou receios se refere ao fortalecimento
político-religioso dessas religiões ditas "evangélicas"
que não são uma instituição consolidada mas "dirigidas"
por donos.
Daqui
a alguns anos, mais fortalecidas e mais ricas, qual a influência
política que adquirirão? O que exigirão? O que controlarão?
Então,
vejo no catolicismo purificado, um contraponto importante.
O
papa Francisco, herdou esses dois últimos escândalos que
envergonham a Igreja há décadas.
Que
se saiba, nenhum dos seus antecessores enfrentou com determinação a
resolução dessas pendências, especialmente os abusos da pedofilia
intramuros porque seriam "segredos papais".
Ele
enfrenta pressões de alas conservadores que querem que a Igreja
fique como está, perdendo fiéis.
Ele,
como "ser humano" tem cometido alguns excessos quando
recepciona alguns políticos, como no caso do beijo nos pés, em nome
da paz, de líderes do Sudão do Sul.
Mas,
a repercussão recente por aqui, fora receber o ex-presidente Lula.
Há
uma horda de ignorantes bolsonaristas e fiéis desqualificados que
fizeram das redes sociais meios de ofensas irresponsáveis ao papa
adjetivando-o até de 'fdp'. Mentes ultrapassadas mas que ostentam
nível cultural, destemperadamente chegaram a afirmar que o encontro
fora "criminoso", que esse papa é comunista - alguns
quando indagados sobre o significado político da palavra não
responderam.
Foram
atitudes exacerbadas, atitudes da ignorância que rejeitam o modo de
trabalho de Francisco em prol de novos ares no catolicismo.
Mas,
o papa já dissera que dentro de certas condições, ele receberia a
todos e, eu acrescento: especialmente aqueles ditos pecadores que
sentem no íntimo precisar de um alento religioso-papal, como no caso
de Lula que, na verdade, nada tinha a dizer ao religioso. E Lula já
não tem sequer o que dizer por aqui, salvo se as coisas com a
direita hoje no poder continuarem nesse rumo de crises morais
semanais.
O
papa Francisco é dos melhores das últimas décadas e precisa ser
compreendido a partir de suas origens. E, ao ser compreendido,
ajudado e como tem pedido, que orem por ele os católicos fiéis.
5.
TENSÃO ENTRE PODERES
O
gabinete próximo de Bolsonaro conforme mudanças últimas, concentra somente
militares de alta patente.
No
Congresso, embora não revelem seus principais mandatários, assumem
uma sombra de preocupação.
Tanto
Rodrigo Maia da Câmara, como Davi Alcolumbre do Senado, certamente
que para manter o domínio das respectivas casas, não propõem nada
para reduzir os custos de manutenção do Congresso, que no conjunto
é suportado com altos encargos, por todo o povo brasileiro.
O
Congresso tem muitos parlamentares, é gordo e a maioria é realmente
vagabunda sem tirar nem por. Ademais se tomada a proporção com os
Estados Unidos, com mais de 100 milhões de habitantes do que o Brasil, a Câmara não comportaria mais do que 300 deputados e o
Senado, cerca de 58 senadores. (*)
Então,
há um sobrepeso que não parece mude algum dia.
Nesse
meio entre o Executivo, repleto de militares, e o Congresso, a tensão
vem aumentando porque os parlamentares não mudam o modo
pantagruélico em mirar o dinheiro público pelas emendas no
orçamento e dele se aproveitar para fins eleitorais se ficar somente
nisso...
O
Gal. Heleno se queixou desse descaso, afirmando que o Executivo sofre
chantagem dessa gente que domina o Congresso, ávido em obter 30
bilhões de verbas do orçamento rejeitando veto de Bolsonaro.
E
todo o gabinete militar de Bolsonaro e todo o povo - milhares sem
emprego - sabem dos abusos vergonhosos do Congresso Nacional no trato
do dinheiro público.
E
todos se perguntam se um dia haverá correção de rumos e de que
modo isso poderia ocorrer. Porque por iniciativa dos próprios
congressistas é algo impensável.
Todos,
todos sabem que essa estrutura para um país pobre é uma aberração
mas que ninguém "mete a mão" por causa da democracia -
mesmo que vilipendiada - embora esta em nada impeça mudanças
estruturais nesses desvios vergonhosos.
Outro
ponto de conflitos se refere ao Supremo Tribunal Federal. No seu
corpo há ministros que não têm e nunca tiveram qualificação para
serem ministros. No STF a mudança desse quadro sofrível também
demorará muito porque aí a idade é de 75 anos para se dar a
exoneração compulsória. E há ministros como Gilmar, Tóffoli,
Lewandowiski que perturbarão o clima no Tribunal por muito tempo. Há
perplexidade nisso, mas como resolver se não se esperar tantos e tantos
anos o implemento da idade desses ministros?
Isso
explica, aproveitando os militares no governo, aspirações antidemocráticas de muitos que se manifestam
livremente nesse sentido.
Referências no texto:
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