segunda-feira, 4 de março de 2024

BOLSONARO E OS BRONCOS







Bronco tem entre inumeráveis sinônimos, "boçal", "ignorante", "bruto"...

Fico eu rememorando atitudes de Bolsonaro lembrando que desde sua origem  fora qualificado por Geisel como "mau militar".

Então, quando da reunião golpista, aquela de virar a mesa, no dia 05.07.2022, ele se descreveu:

"Como é que alguém vai eleger um deputado fu...do como eu? Um deputado do baixo clero, escrotizado na Câmara, sacaneado, gozado, um porra de um deputado". E que a estar sentado na cadeira presidencial fora uma... "cagada"... "do bem"

Então, na visão dele, fora sempre um político medíocre.

Como presidente da República protagonizou cenas que ficarão no folclore da má política ou como referências de um mau governo ou um governo irresponsável.

Eu o tenho como um "bronco autêntico". Um bronco acima da média dado ao deboche e ao baixo calão.

A extrema direita, a despeito disso tudo, se associou de modo a ignorar esses deficiências e o tem como um verdadeiro "ungido"... porque não há outro que o possa substituir no estágio atual da política brasileira.

E a esposa Michele? Bonita, bem se maquia é o encanto desses mesmos adeptos.

Não quero denegri-la, mas embelezada pela maquiagem e a indumentária sofisticada, não apresenta posições inteligente proporcional à sua exposição. 

Pois no seu discurso de dia 25/02 na av. Paulista,  ela pronunciou a frase seguinte, um modo de legitimar os "evangélicos" na atuação política:

“Por um tempo, fomos negligentes ao ponto de dizer que não poderiam misturar política com religião. E o mal tomou, e o mal ocupou o espaço. Chegou o momento, agora, da libertação. Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. 

Não acredito que essa frase "bem pronunciada", seja de sua autoria. 

E depois, seria preciso responder nessa frase sempre pronunciada da verdade que  liberta qual é verdade?  

Os discursos de seus aliados "evangélicos" soam sacrílegos porque esquecem dos Evangelhos. Não, alguém mencione onde deu certo religião envolvida com política? No Irã? No Afeganistão?

O caso mais radical que se diz pastor mas se apresenta como político é Silas Malafaia: o discurso dele tem muito de raiva, até histriônico e não só dele. Há outros menos atirados que também praticam essa mistura incompatível de política e religião.

Tanto radical que afirma ter pago (do "seu bolso") toda a estrutura do dia 25 de fevereiro! Foi muito caridoso...

E é ele tão atirado e não aprende: errou sempre nas profecias em glorificar o seu "ungido" e tudo faz para o manter ativo no mundo político afastando-o do delírio de encontros com a claque que dele se aproximam para abraços e fotos. 

Reafirmo que a extrema direita alimenta um bronco que nada deixou digno de ser mencionado com seriedade, como uma realização marcante.

E ela foi derrotada. Não surtiu efeito o "mantra",  "deus, pátria e família" criando figuras mentalmente anémicas, ingênuas, aquelas mesmas que marcharam na frente dos quarteis, aqueles medrosos do comunismo, que seguiram o seu "mito" esperando ansioso o golpe que por quatro anos ele alimentou com críticas infundadas às urnas.  Nem o apoio ostensivo dos "evangélicos" resolveu!

Esse estado bronco resultou na depredação dos prédios dos três poderes que se deu em Brasília no dia 8 de janeiro do ano passado esperando que as FAs se unissem à insânia e promovessem o golpe tão pretendido pelo derrotado, que se abrigara em Miami.

Uma comédia sem graça.

Diria mais, que todas essas manifestações, em qualquer lugar que se apresente Bolsonaro, as pessoas que o homenageiam, são sempre as mesmas, aquelas que acreditam no "ungido" e os que estão à sua volta, incluindo "evangélicos". 

São os broncos, mesmo que milhares. E há deputados e senadores nessa escala.




  




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