domingo, 11 de setembro de 2011

11/09 – O QUÊ NÃO SE DISSE (OU JÁ SE DISSE!)

As “guerras americanas” a partir da década de 60. Vietnã, Iraque e Afeganistão. O custo astronômico das guerras. A crise americana e a projeção econômica da China no mundo.


A cultura americana há muito apresenta forte influência espalhada pelo mundo com seus filmes, com seus hábitos e modo de viver.

A maior economia do mundo, que tudo podia e conquistava, o país (a “América”, como se autodenomina) teve após o fim da 2ª guerra uma preocupação permanente: contrapor-se ao poderio soviético, governado com mãos de ferro e assassinas de Stalin e preservar a democracia entre os seus aliados eventualmente ameaçados.

Por conta dessa preocupação, há quem afirme que os Estados Unidos, que adquiriria “dívida universal” impagável, para demonstrar o seu poderio bélico – e não só colocar o Japão de joelhos - lançou em agosto de 1945, duas bombas atômicas, uma em Hiroshima e outra em Nagasaki. Não fez por menos: duas cidades reduzidas a cinzas com milhares de inocentes mortos

Em plena “guerra fria”, para garantir a democracia no Vietnã, os Estados Unidos envolveram-se na guerra contra o Vietnã do Norte. Nesse conflito, o Vietnã do Norte contou com o apoio material e bélico não só da então União Soviética como da China.

No caso da China então, atrasada, entrara em colapso com a ascensão de Mao Tsé-Tung. Fracassados os seus projetos econômicos resultando em milhares de chineses mortos pela fome, seguiu-se a “revolução cultural” que foi o berço do “exército vermelho” que perseguiu com violência aos “reacionários”, aos “inimigos do povo” e aos opositores num processo de violência interna inimaginável. Com a tolerância de Mao.

A China naqueles tempos de atraso não preocupava como preocupava a União Soviética.

Os Estados Unidos “perderam” a guerra no Vietnã. O balanço dela resultou num passivo de milhões de dólares despejados nos campos vietnamitas, milhares de jovens americanos mutilados, outros com distúrbios psicológicos graves e mortos.

Mas, os Estados Unidos, até mesmo protegendo os soldados que sobreviveram ao Vietnã garantiram-lhes empregos pela denominada “ação afirmativa”, superando o revés até porque naqueles tempos, sua economia exultava. Mas, a dor pelos mortos, os resquícios psicológicos perduraram por décadas depois do encerramento do conflito em 1975.

A guerra contra o Iraque em 1990, quando o país de Saddam Hussein invadiu o Kuwait foi rápida. Derrotadas as forças iraquianas rapidamente, não houvera a inversão de grandes somas pelos Estados Unidos e aliados.

Mas, aí, fervilhando um caldeirão de contrariedades e invejas ao modo de vida americano em alguns setores muçulmanos radicais, meio que de surpresa vieram os ataques no 11/09/2001 – o serviço secreto americano não considerara sérios os sinais de que a Al Qaeda atacaria os Estados Unidos no seu território -, dois aviões se chocaram contra as torres do World Trade Center (Nova York) e contra o Pentágono – aqui há uma “teoria da conspiração”: onde os destroços do avião? - e um outro avião derrubado seguia para Washington possivelmente para ser lançado sobre a “Casa Branca” ou sobre o Capitólio.

A história se esclarecia: os atos terroristas foram engendrados pela rede terrorista Al Qaeda, comandada por Osama Bin Laden.

Para os Estados Unidos uma humilhação sem precedentes. Afinal, os terroristas muçulmanos foram treinados nos Estados Unidos e os aviões foram sequestrados de aeroportos nos Estados Unidos...

A reação dos Estados Unidos de George Bush não demoraria: invasão ao Iraque – que estaria construindo armas nucleares, versão nunca provada - e ao Afeganistão para derrubar o Taliban, grupo islâmico radical, retrógrado, que assumira o poder e que daria guarida aos terroristas que atacaram os Estados Unidos.

Essas invasões já duram dez anos e se fala que o custo dessas guerras que não parecem ter solução vitoriosa já chega a US$1 trilhão.

Enquanto os Estados Unidos gastam essa “montanha de dólares” o país enfrenta recessão grave desde 2008 com a crise das hipotecas imobiliárias que levou bancos à falência, crise que se espalhou pelo mundo.

E não bastassem esses percalços todos, setores do congresso americano, radicais do Partido Republicano e alguns membros do próprio Partido Democrático, têm dificultado as ações do presidente Barack Obama. Esses republicamos não aceitam Obama e para que não se reeleja apelam para tudo, rejeitam suas proposições, de modo a prolongar a crise até 2012, ano das eleições americanas.

Fora a Rússia da disputa, a China, gigantesca, 1,3 bilhão de habitantes, praticando uma política capitalista mas mantendo regime político fechado avança pelo mundo, sem olhar quem e se preocupar como, empurra seus produtos a preços em alguns casos sem concorrência, ocupando espaços não só nos Estados Unidos, mas aqui mesmo, no Brasil, com sua prática de dumping.

Com todos esses problemas que enfrenta, sem solução em curto prazo, parece, os Estados Unidos se enfraquecem. Vão perdendo aquela hegemonia que por décadas (ainda) influencia o mundo. A China um tanto fora dessas pressões ocidentais, sem guerras para suportar, avança agressiva com seus múltiplos produtos.

Os ataques terroristas tiveram, pois, um segundo efeito danoso aos Estados Unidos que talvez nem esperassem seus executores chegassem a tanto.

Como se comportarão os Estados Unidos ao acordar para o avanço da economia chinesa no mundo, para preservar sua hegemonia?

As respostas seguramente virão.

Nova York

Embora encontre muitas reentrâncias importantes em São Paulo mesmo com seu gigantismo sufocante, não consigo esconder meu apreço por Nova York. Visitei-a já por duas vezes, infelizmente por pouco tempo pelo que não pude ver com detalhes suas reentrâncias. Guardo comigo a empolgação de uma cidade “universal” que contém um rebrilho que a diferencia de qualquer outra, sendo “única”.

Por isso também para mim foram traumáticos os ataques que sofreu em 11.09.2001 e que, pela reação do governo americano em seguida, é uma das causas das dificuldades por que passa o grande país nestes tempos..

Essas feridas cicatrizarão quando os Estados Unidos resolverem as guerras no Iraque e no Afeganistão. Elas são a mágua que permanece intacta do 11/09.



Foto: Nova York com as torres gêmeas que seriam derrubadas pelo ato terrorista

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