1. AJUSTE FISCAL [DILMA E
EDUARDO CUNHA]
A presidente
Dilma, não é novidade para ninguém, está politicamente fragilizada, não se sabe
até quando aguentará a pressão política, de sua rejeição pública e pelo que
ainda advirá com julgamentos no TCU e das próprias denúncias que se sucedem na operação
“lava jato”.
A isso se some
o aumento da inflação, o desemprego...
Sua
fragilidade é manifesta a ponto de não vetar proposta faraônica, que seria uma
parceria público-privada de construção de anexos na Câmara Federal, incluindo
um “shopping” para dar mais conforto aos 513 deputados. Em plena discussão do ajuste fiscal, claro que
não quis ela contrariar o presidente da Câmara Eduardo Cunha que lhe faz
oposição aberta e a contraria sempre que oportunidade surja.
Esse projeto é vergonhoso para o país!
Aliás, em
termos de ajuste fiscal, quem está suportando tudo o que dele de negativo decorre
são os trabalhadores assalariados. O número de ministros continua mantido em 39
e assim permanece porque, no nível de fragilidade da presidente, não quer melindrar
supostos aliados, todos ávidos por cargos e “boquinhas”, principalmente o PMDB.
Em termos de ajuste fiscal, qual a contribuição do Congresso Nacional nesse
projeto? Do Poder Judiciário?
Até agora,
esses poderes não renunciaram a nada
e nada anunciaram.
Silêncio, Ora, tem quem pague por todas essas exorbitâncias, mordomias e abusos: nós, o povo.
Quanto já disse que este país não
aguenta uma Câmara com 513 deputados, tantos mercenários, proporcionalmente suportando maior número
que o Congresso Americano, num país em torno de 100 milhões de habitantes a
mais que o Brasil.
2. APOSENTADORIAS COM O MESMO
REAJUSTE DO SALÁRIO MÍNIMO
E há os que
criticam essa medida recém-aprovada pelo Senado. A presidente deve vetar a
proposição. Ajuste fiscal somente para o povão, incluindo os aposentados.
Para o meio
político esse tipo de assunto é quirera.
3. “O PT ENTORTOU O ESTADO”
Esse é o
título de artigo de Suely Caldas no Estadão de 05 de julho último.
Vou
transcrever alguns trechos da articulista que sustenta outros aspectos das
imensas dificuldades por que passa a Petrobrás e os equívocos políticos indo
além. Vamos lá:
“A decadência da indústria naval é
emblemática de um modelo de política industrial que os governos do PT
ressuscitaram dos tempos da ditadura militar, em que Estado e empresas estatais
são usados – para atos de força e autoritarismo – para atender a desejos
políticos equivocados (por vezes megalômanos) de quem está no poder. A parcela
maior da falência fiscal que o Brasil vive hoje decorre justamente de erros –
grandes e menores – cometidos por Lula e Dilma, ao desperdiçarem dinheiro
público em projetos que não se sustentam sem a muleta do Estado.”
E prossegue a articulista:
“No caso da indústria naval, além de
obrigarem a Petrobrás a comprar aqui navios e plataformas pelo dobro do preço
dos produtos importados, eles impuseram à força uma política de conteúdo local
que custa muito caro à estatal e ao País. É a repetição do erro dos governos
militares, que deram vida aos estaleiros no ventre dos cofres públicos e
decretaram sua morte quando o dinheiro secou.”
Refere-se
também aos projetos superdimensionados como 800 aeroportos e 6 milhões de
moradias, 6 mil creches, 100 mil bolsas de estudo, 20% de desconto na conta de
luz...
“A hora do anúncio é apoteose numérica. Mas a
da entrega é uma decepção: aeroportos, nenhum novo, o desconto na conta de luz
virou aumento de 60%...
E por aí
vai. O texto original é longo, mas eu registro esses trechos como parte de diagnósticos
que explicam as moléstias políticas e morais que atacam o país.
4. JOSÉ DIRCEU, UM ZUMBI POLÍTICO
José Dirceu
está receoso de nova prisão por denúncias no “lava jato”. Não o tripudio, sou contemporâneo
dele na PUC. Mas, hoje, envelhecido pelos efeitos do cárcere, abandonado pelo
partido, por Lula, tornou-se espécie de zumbi político. Certamente que Cuba não
seria o melhor refúgio já que o país dos Castros está ansioso
pela chegada dos Estados Unidos. Talvez a Venezuela, nesse estágio com Maduro
que sustenta espécie de encarnação do regime cubano de outros tempos.
O que terá
ainda que responder o José Dirceu?
5. MAIORIDADE PENAL
Não vou
discutir o mérito da dupla votação da redução da maioridade penal, patrocinada
pelo presidente da Câmara. Apenas registro que houve deputados que mudaram o
voto, os “arrependidos” que de uma hora para outra, ouviram o “clamor das ruas”.
Pensei muito
sobre essa tremenda polêmica e conclui que o item educação não resolverá a
índole criminosa de muitos jovens que se envolvem em graves delitos, de arrepiar.
Então, em
vez de 16 anos para mudar a maioridade penal, defendi sempre que a idade fosse
um número impar, 17 anos e, depois de alguns anos de experiência [cinco anos?],
quem sabe com a melhoria da educação, fosse avaliada a mudança: ficaria nos 17
anos ou recuaria para 16 anos.
6. CARLOS LACERDA E O PRAZER DE
GOVERNAR
Com a
mudança da capital para Brasília, Carlos Lacerda foi eleito governador do então
Estado da Guanabara (1960/1965); em seu mandato, realizou profundas modificações e obras importantes que
deram condições de vida á população carioca, à mobilidade, à educação, um conjunto
de realizações fundamentais.
Eis o que
ele disse sobre o prazer de governar, desprezando a “clientela, no sentido de dar emprego em troca do voto ou dar voto em
troca de emprego.”
E mais disse o
polêmico e saudoso político:
"O mais era realmente uma prebenda [nesse sentido, tarefa trabalhosa], mas nós nos sentíamos tão realizados! Dava
um sentimento de felicidade tão grande, que um dia sem trabalho – e não me
lembro de um só dia sem trabalho em todo esse tempo – seria um dia monótono, um
dia longo demais e de certo modo melancólico pela sensação de tempo perdido. De
maneira que, se alguma vez eu tiver que relatar mais longamente esse período do
governo, gostaria de deixar essa ideia de que o poder bem exercido é
extremamente gratificante. Quando digo bem exercido quero dizer com o sentido
de servir, com o sentido de doação, de uma entrega absoluta ao dever. (...) É
uma espécie de alegria permanente, mesmo nas horas de indignação” (“Carlos
Lacerda – Depoimento” – Ed. Nova Fronteira).
Que
diferença destes tempos! Que diferença!
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