Quantas
vezes já me referi a isso: estava na fábrica da Chrysler Santo André – depois adquirida
pela VW – nas greves de 1978, 1979 e 1980 movimentos que guindaram Lula a
elevado patamar político.
Ele era o
líder sindical autêntico
Em 1989,
conversando com um velho representante de relações trabalhistas americano
revelei a minha absoluta descrença de que Lula um dia poderia chegar à
Presidência da República.
Mas, o
americano discordou do meu ceticismo. O que sabia ele sobre essa possibilidade?
Talvez
soubesse que nos bastidores militares, se Lula um dia vencesse, ele assumiria.
Já me referi
muitas vezes ao pensamento de Ernesto Geisel por ocasião das greves de 1978 em
São Bernardo do Campo.
Veja uma
síntese desse posicionamento no meu artigo neste blog:
Naqueles
idos, principalmente nas greves de 1979 quando Lula foi preso a solidariedade dirigida
ao líder sindical era notória tanto em círculos políticos como empresariais
(estes agindo nos bastidores tentando sua libertação e a sua volta ao
sindicato). Na de 1980 a mesma postura.
O prefeito
de São Bernardo do Campo de então, Antônio Tito Costa deu todo o apoio politico
e logístico possível ao líder Lula. Há esta foto memorável – quão difícil me
foi resgatá-la! – da Folha de São Paulo de 1º de maio de 1979, na qual aparecem
lado a lado, Vinicius de Moraes, Tito Costa e Lula, na missa daquela dia, sob a
sombra de uma cruz.
Eu mesmo por
conhecer as origens, sua autenticidade e luta nos meus artigos passados fui
bastante condescende com Lula já na Presidência.
Folha do ABC de 26.07.2003:
“Entre nós, a democracia
reconquistada a duras penas pós 64 está consolidada.
E Lula com seus discursos, queiram ou
não, vem emocionado às pessoas mais simples. Nos contatos que tenho feito aqui
ou acolá, raramente há críticas, apenas apontamentos de erros, como esse de
colocar o boné do MST, pelo momento em que tal gesto ocorreu.”
Folha do ABC de 15.05.2004:
Nessa linha, critica até mesmo o “plano
real” que foi decisivo para o combate à inflação. Mas, afinal, toda sua política
econômica austera criticada veementemente por alas de seu próprio partido, não
tem entre outros, exatamente, o objetivo de manter o poder de compra do real,
com o controle da inflação?
Eu gosto dos discursos simples,
sinceros e otimistas de Lula...”
Mas, sempre o mas...
Já começara
então os atos de corrupção envolvendo sobretudo o PT, seus principais
dirigentes que se apossaram da Petrobras – já nem falo do “mensalão” – e por
conta de seus altos contratos, de valores elevados, começou a ser explorada de
modo sempre mais abusado e descontrolado. A instituição aberta da propina.
Perderam
esses dirigentes a noção de valores e do como desviá-los dos cofres da empresa.
Não se contentavam com valores em reais já elevados, mas em dólares, com contas
na Suíça e onde mais pudessem.
E queiram ou
não, queira ou não Lula ou a Dilma – essa figura singular e incompetente –
fazendo vistas grossas, avalizaram até pela omissão a essas falcatruas
inomináveis.
Foi
adquirida a Usina de Pasadena, numa canetada. Não se cogitou, pelo que se
constatou, de que negócio tão ruim, incerto nas cláusulas, poderia trazer
prejuízos à Petrobras como se deu.
E há os que
defendem esse “negócio” como se refere o ex-presidente Sergio Gabrielli que
esteve na empresa exercendo função muitíssimo acima de seu nível de incompetência.
E Lula nada sabia,
a culpa e dos “companheiros” e Dilma a tudo conformava.
Vieram as
eleições e Dilma teve a desfaçatez de anunciar a redução do preço da energia
elétrica que causaria pouco tempo depois um rombo nas contas públicas.
Hoje, a Petrobras está desmoralizada,
é o pivô da operação “lava jato”, a inflação sobe, as taxas de energia sobem
sem que Dilma venha a público explicar o que mudou desde antes das eleições, os
combustíveis sobem, a inflação sobe, o desemprego sobe e sobe o desavergonhamento
dela e do seu partido.
Insiste no
seu discurso mole, muitas vezes sem sentido ou equivocado e sem expressão
porque nada do que fala acontece.
Disse dia
desses o ministro Jacques Wagner que a política econômica é ditada por ela. O
novo ministro da fazenda será aquele que dirá “amém” aos seus desmandos e à sua
incompetência.
Seria melhor
que ela saísse, que renunciasse ou até remotamente pelo impedimento e Lula saísse
de cena para usufruir de sua fortuna no apartamento no Guarujá ou onde fosse.
Seria melhor
para o Brasil se assim fosse.
Ah, sim,
lembram-se do que disse do prefeito Tito Costa, jurista, especialista em
Direito Eleitoral que protegia Lula ao lado de Vinicius de Moraes em 1979?
Em
entrevista ao “Jornal do Advogado” de novembro de 2011:
P. Quando
o senhor declara que o ex-presidente Lula perdeu a oportunidade histórica de
ser o verdadeiro líder do país, a que o senhor se refere?
Tito Costa: Estou
me referindo à grande chance que ele teve como líder inconteste do PT. Ele
poderia ter aproveitado essa oportunidade para se fixar num linha reta de
comportamento de governo e se tornar o operário estadista, mas ele perdeu essa
oportunidade. Lula desviou-se do caminho que propusera quando criou o PT e trouxe
toda essa bagunça que aí está e ficou no meio do vendaval. Acho que será difícil
o Lula recuperar a confiança da população”.
O ex-prefeito
continua condescendente com Lula. Com efeito, certamente que quando disse “toda
essa bagunça que aí está”, penso eu, queria se referir a toda essa corrupção
que aí está.
Dirão os
petistas e os que apoiam isso tudo por mais graves que sejam os fatos e as revelações
que se sucedem, escudados em subterfúgios, casos menores que desviam do cerne
da “bagunça”, que ele também virou “coxinha”.
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