segunda-feira, 26 de julho de 2010

“GUERRA” DE PESQUISAS: Vox Populi x Datafolha



A escolha improvisada do vice de Serra. Vice não precisa se comportar “discretamente” e ser omisso, mas não pode partir para exacerbações. A divergência das pesquisas entre o Vox Populi e Datafolha. Os números, porém, parecem indicar alguma vantagem a Dilma.

Foto: “Cara de presidente”?


Não posso esconder, mesmo que quisesse, por tudo o que já escrevi, o posicionamento que tenho adotado entre os dois principais candidatos presidenciais.

Se defendo renovação de princípios e costumes, se defendo revisão na política externa e faço oposição, entre outros aos métodos do MST, não posso apoiar nada que venha do PT.

Mas, não posso deixar de anotar fatos novos envolvendo os dois principais candidatos.

Penso que José Serra perdeu muito com a busca do seu vice, desde sempre o preferido, Aécio Neves, parece até ter pensado em aceitar o posto num dado momento, mas no fundo estava preocupado com o seu futuro político.

E se Serra não vencesse, considerando o prestígio de Lula? Seriam quatro anos de ostracismo? Pode ter se perguntado Aécio.

Superado esse impasse que se prolongou demais, eis que, por pressão do DEM (“Democratas”) saiu da cartola um nome sem projeção nacional, Índio da Costa, deputado no Rio de Janeiro escolhido por pressão, exatamente, do citado DEM.

Ora, suas declarações polêmicas sobre as relações PT-FARC, não creio ajudem a campanha de Serra, se não a prejudicarem. Não se exige de um vice, “discrição” (low profile) como se posiciona Michel Temer, sem nenhuma surpresa partindo de onde parte, porque se trata de deputado que representa a ala mais adesista do PMDB.

A participação do vice é necessária para mostrar a cara e as idéias, até porque - e parece que o PSDB, por conta da pressão do DEM esqueceu - que numa vitória, em todos os impedimentos do presidente, quem assume é o vice. Presidente não está fadado à imortalidade.

No decorrer da campanha que mal teve início, esses perfis serão melhor identificados.

Durante a campanha, dão conta as notícias, Lula será o “apresentador” de sua candidata.

E esperem muita emoção de Lula na campanha se consideradas as lágrimas vertidas numa entrevista recente à TV Record, ao falar do empréstimo de R$200 milhões obtido no BNDES pela Cooperativa dos Catadores de Papel (SP) e o relato que fez do orgulho dos moradores de rua em estarem no Palácio do Governo. (1)

Nesse clima de campanha iniciada, mas sem ainda os debates e os programas de televisão, as pesquisas de dois institutos começam a apresentar divergências de resultado, de modo bem acentuado.

O Vox Populi/Jornal da Band/ IG na sexta-feira (dia 23/07) apresentou Dilma Rousseff com 41% das intenções de voto contra 33% para Serra. No sábado, o Datafolha/Jornal Folha/Rede Globo, embora com apenas 1% a mais – dentro na margem de erro que é de 3% - deu a Serra 37%, contra 36% a Dilma.

O Instituto Datafolha tem um currículo forte de acertos e adquiriu credibilidade. Mas, esse aspecto não autoriza desmerecer o Vox Populi.

O que me parece, do modo mais imparcial possível, é que a “gangorra” está pesando mais para o lado de Dilma.

E os dois institutos como que se estranhando, para desempatar a divergência de seus números, esperam os resultados do IBOPE que deve ser divulgado entre quinta e sexta-feira (dias 29/30-07). Na pesquisa anterior, o IBOPE confirmou os números do Datafolha.

Não podendo negar o peso maior de Dilma com o apoio ostensivo de Lula (vejam-se as multas aplicadas pela Justiça Eleitoral pela propaganda antecipada) e o que advirá no decorrer da campanha, só nos debates e nos programas na televisão é que Serra poderá reverter esse quadro mas sem esperar grandes viradas.

A missão é árdua, muito árdua.


Referência:
(1) Entrevista à jornalista Adriana Araujo

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