Não considero as divergências quanto ao
aquecimento climático como “debate” propriamente dito, mas o fortalecimento de
conhecimentos que atestam a gravidade da degradação ambiental.
Registrei no meu artigo “Vete, Dilma, vete (O Código Florestal)” a
repercussão relativa que se dera com a “retratação” que fizera o suposto “guru
dos ambientalistas”, o cientista britânico James Lovelock que previra situações
climáticas catastróficas, apocalíptica por conta do aquecimento global porque
nos últimos 20 anos nada do que dissera aconteceu.
Para relembrar o que dissera o cientista ao rever sua teoria:
“O problema é que não sabemos o que o clima está fazendo, embora achássemos que sabíamos 20 anos atrás. Isso levou à publicação de alguns livros alarmistas, inclusive o meu.”
E mais:
“O clima continua fazendo os seus truques de sempre. Não tem nada de muito emocionante acontecendo agora. Deveríamos estar a meio caminho de fritarmos, mas não é isso o que está acontecendo.”
Para relembrar o que dissera o cientista ao rever sua teoria:
“O problema é que não sabemos o que o clima está fazendo, embora achássemos que sabíamos 20 anos atrás. Isso levou à publicação de alguns livros alarmistas, inclusive o meu.”
E mais:
“O clima continua fazendo os seus truques de sempre. Não tem nada de muito emocionante acontecendo agora. Deveríamos estar a meio caminho de fritarmos, mas não é isso o que está acontecendo.”
Com essa revisão assumida pelo cientista, nessa esteira,
foram chamados a opinar cientistas ou climatologistas que desdenham do
aquecimento global, pelo que, de regra, classificam esses estudos como
alarmistas não sendo necessária a “descarbonização” do planeta e que o clima
esfriará até 2030. Que não faltará água, porque o planeta é composto de 70%
dela. Esse alarmismo todo, então, poderia ser uma estratégia da ONU que
aspiraria controlar o planeta a partir dos níveis de emissões de poluentes de cada
país. O “grande irmão” da poluição...que me parecera uma bobagem tamanha. E
isso deixei registrado no meu artigo “O
aquecimento do clima, sim é não...”.
Tal a forma dessa abordagem que até mesma apelara para
verdadeiros cientistas que saíssem a público para rebater essa teoria que no
seu bojo, ainda que sem essa intenção, tinha, como tem, forte apelo predatório.
Ora, se nada de anormal ou significativo vem ocorrendo no clima, é sinal de
que, por exemplo, a Amazônia – que tem influência sobre as chuvas no continente
- pode ser exterminada porque até agora mesmo com a devastação que se processa,
mantém o planeta hígido.
Não demoraria muito, e o professor José Goldemberg exporia sua opinião em artigo no jornal “O Estado de São Paulo” de 20.08.2012.
Não demoraria muito, e o professor José Goldemberg exporia sua opinião em artigo no jornal “O Estado de São Paulo” de 20.08.2012.
Disse
ele:
“Há incertezas nas previsões científicas, mas com o passar do
tempo elas estão cada vez mais confiáveis e precisas. Por exemplo, James
Lovelock, ídolo dos ambientalistas por suas ideias sobre a “hipótese de Gaia” –
que considera a Terra toda com características de um ser vivo -, não questiona
a realidade do aquecimento global como resultado da ação do homem, mas sim a
necessidade de mais pesquisas sobre a terra.
É contra essas evidências que se manifestam os “céticos”, cuja
motivação não é clara. Alguns o fazem para atrair a atenção do público e outros
podem estar sendo estimulados pelas indústrias que serão prejudicadas caso seja
limitado o uso de combustíveis fósseis, que tem sido proposto por vários
países.
Esses “céticos” não adotam o método científico ao fazerem as suas
críticas. Eles simplesmente emitem opiniões e previsões esdrúxulas, como a de
que a Terra estaria passando por um processo de resfriamento, em lugar de se
aquecer num futuro que eles não especificam. Cartomantes podem fazer isso, mas
não cientistas.” (1)
Como
defensor ambiental por observação e convicção muito me conforta as opiniões do
professor José Goldemberg porque são as minhas opiniões.
Aliás,
talvez por ter me fixado no seu texto é que, para minha surpresa, me vali também
da cartomancia no meu artigo “Código Florestal: vitória da inconsequência”. No
meu inconformismo e tristeza com o descaso que ocorre em relação ao meio
ambiente escrevera e, creio, nem bem compreendido:
“Vejam só, nestes últimos anos o clima está
“estável”, não há aquecimento climático como apregoam alguns desavisados como
se ledores de cartas fossem, “donos da verdade”. Ora, as secas e as devastações
no mundo também pelas chuvas intensas se devem à essa “estabilidade”. “Nunca
faltará água”, afirmam esses cartomantes, mas aqui no Brasil, milhares de
concidadãos matam a sede no que resta de açudes, no barro e se movimentam nos
próprios esgotos que produzem.”
Houve,
um efetivo alvoroço à revisão em suas teorias, anunciada pelo cientista britânico James Lovelock.
Todavia,
passa ao largo um outro “revisionista”, mas até então um cético no que se
refere ao aquecimento global.
De
artigo de Marcelo Gleiser:
“Richard Muller, um cientista da Universidade da Califórnia em
Berkeley, conhecido por seu antagonismo ao aquecimento global, não só virou a
casaca como deduziu, a partir de uma reanálise de dados de sua pesquisa e da de
outros grupos, que os culpados somos nós.”
E
prossegue:
“Muller argumenta que dados coletados de estações que monitoram
mudanças de temperatura pelo planeta o forçaram a concluir que “a temperatura
média do planeta subiu 1,39°C nos últimos 250 anos e que 0,84°C de aumento
aconteceu nos últimos 50 anos. Ademais, é muito provável que todo esse aumento
tenha resultado da emissão por humanos de gases-estufa.” (2)
Richard
Muller, pela mudança de posição anunciada, também vem sendo questionado no seu
país.
Não
considero essas divergências como “debate” propriamente dito, mas o
fortalecimento de conhecimentos que atestam a gravidade do aquecimento global e
da degradação ambiental que muitos e muitos insistem em ignorar ou simplesmente
se omitem porque seus efeitos graves eclodirão num futuro não tão distante. Nas
próximas futuras gerações. Por ora, estamos tendo os primeiros sintomas.
Referências:
(1)
“Mudanças climáticas e os céticos” de José Goldemberg, professor emérito e
ex-Reitor da USP, ex-secretário do Meio Ambiente do Governo Federal e do Estado
de São Paulo
(2)
“Antigo cético do clima ‘vira a casaca’ e aquece discussões sobre as mudanças
climáticas na Terra” artigo de Marcelo
Gleiser, professor de física teórica no Dartmouth College em Hanover (EUA). Fonte:
“Folhapress” transcrito pelo Jornal de Piracicaba de 06.09.2012.
Meus
artigos mencionados no texto e publicados neste portal:
“Vete, Dilma, vete (O Código Florestal)” de 06.05.2012
“O aquecimento do clima, sim é não...” de 02.07.2012.
“Código
Florestal: vitória da inconsequência” de 02.09.2012
Meu caro amigo, como se dizia no sertão, "segura na cagaia que a coisa 'tá feia"... os sintomas são, mais que isso, tétricos! Não é que não possam ver: não querem...
ResponderExcluirForte abraço.