No “Jornal do Advogado” (OAB-SP) de
agosto último, o historiador Boris Fausto, entrevistado, ao se referir ao
melhor método eleitoral no Brasil, afirma que o modelo que mais o encanta seria
o distrital misto mas ressalva que, sobretudo, “é preciso trabalhar consciência política. Mas, também não é uma
panaceia. Há países onde as pessoas são educadas, ou relativamente e olha o que
aconteceu nos Estados Unidos: elegeram o Donald Trump.”
Sim, temos no mundo, realmente, um
falastrão que se comunica pelo twitter, por esse meio se defende, ataca e
assaca aleivosias.
O sujeito é contraditório com pose de
dono da verdade temperado com ares de arrogância.
Até agora não demonstrou que pretende
inovar métodos americanos. Sua obsessão em todos esses meses de mandato é a de desconstruir
o que Barack Obama construiu com dificuldades imensas porque governou com a
oposição republicana majoritária e, nessa linha retrógrada de Trump, contraria o próprio
pensamento mundial esclarecido.
E o pior é que, nessa torrente
insensata, a extrema direita, inclusive por aqui, defende tudo o que ele diz e
faz.
Mas, tem levado seus tombos: por não
adesão de parte de seu próprio partido, não conseguiu derrubar o “obamacare” até porque
não propusera algo que o substituísse. A postura quixotesca dos muros na
fronteira com o México continua “pendente” por falta de orçamento. E quem disse que o México pagaria a obra?
E por aí vai.
Mas, a despeito dos ataques da natureza contra o seu país muito mais nestes tempos, ele rejeita as mudanças climáticas
porque a adesão ao Acordo Climático de Paris de 2015 seria prejudicial aos interesses econômicos dos Estados Unidos.
Claro que Obama pelos Estados Unidos
fizera a adesão ao acordo que contém
medidas urgentes num planeta em que aumenta a desertificação, desregulação
das chuvas, as catástrofes climáticas se intensificando, aumento comprovado da
temperatura mundial...
Mas, para Trump, obcecado, defende um
“novo acordo” porque esse de Paris além de eventualmente prejudicar a economia
americana fora firmado pelo seu antecessor que demonstrara, nessa matéria, sensibilidade
incomum considerando a linguagem do dinheiro que predomina em seu país.
Obama não pensara só no presente, mas
o que poderão enfrentar as futuras gerações neste planeta sendo violentamente depredado.
Agora, como que voltando aos tempos
das locomotivas movidas a carvão, qual a nova do Trump?
Ele já fala em revogar plano de Obama
de forçar que as usinas elétricas movidas a carvão reduzam suas emissões de
poluentes em 32% até 2030.
Essa proposição parece ser totalmente
factível porque essa indústria que
utiliza o carvão teria tempo de repensar métodos, melhorar filtros e tudo o
mais como um compromisso global.
Mas, não, Trump tem compromissos
políticos com essa indústria, como tem com a indústria de armas.
Quanto a estas, num país que conta
com estados cujos amantes de armas andam com elas na cintura, como no “velho
oeste”, causadora de tragédias provocadas por tresloucados portando-as de todos os calibres, todos choram os mortos às dezenas
alvejados com frequência até por metralhadoras para no dia seguinte, após o
enterro, nada ser feito.
Trata-se da cultura americana
arraigada do “bang-bang”.
Obama tentou uma campanha de redução
do consumo armado, mas aí chegou o Trump.
Se todos, então, perguntam sobre este
país infeliz que é o Brasil, “que país é
este?”, eu me dou o direito de perguntar “que país são esses Estados Unidos?”
No “Estado” de 11.10.2017:
“Na opinião do historiador Julian
Zelizer, da Universidade de Princeton, o choque entre Trump e (Bob) Corker vai
além das divergências entre presidente e partido: “Corker está questionando
publicamente se ele é qualificado para ser presidente, do ponto de vista
emocional e mental." Isso é diferente do que vimos antes.”
Nessa preocupação do senador,
inclui-se a ameaça de saque de armas letais por Trump que seriam utilizadas
numa 3ª guerra mundial.
Se nada de grave ocorrer, quem sabe
até o final do mandato (?) Trump acorde e assuma presidência com efetividade,
com uma visão planetária, ambiental, e não olhando apenas para o seu quintal e
seus interesses ou os interesses dos seus cabos eleitorais milionários sem
consciência que se voltam apenas para lucro imediato.
O futuro? A nós pertence.
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