Emenda ao
Código Florestal transformará em pastos, estradas ou roças os rios
intermitentes que secam por períodos no ano. Desastre ambiental anunciado num
alto nível de degradação. Inclui Notas Curtas.
Há implacável
degradação ambiental no Brasil.
Nestes dias,
tem se ressaltado a diminuição do desmatamento na Amazônia e a consequente diminuição
das emanações de CO2,
O INPE –
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em estudo próprio informa que a diminuição
do desmatamento amazônico resultou na redução desses gases em 57%. Mas, essa
constatação não incentiva qualquer comemoração porque o desmatamento em várias
frentes prossegue implacável com efeitos ambientais devastadores, inclusive
emissão de CO2 em excesso. (1)
Nesta época
de seca, tema recorrente todo ano, são imensos os focos de queimadas claro que
não por combustão espontânea mas por ação irresponsável ou criminosa de
predadores e de agricultores gananciosos.
O mesmo
INPE, por seu pesquisador que acompanha as queimadas:
“Para o pesquisador do INPE
Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento de queimadas, há três fatores
que levam ao aumento dos focos de incêndio: o clima seco, a expansão
agropecuária e a fiscalização deficiente. Ele avalia que várias regiões do
Brasil estão passando por falta de chuva, o que influencia no aumento das
queimadas.”
(2)
No que concerne à
ação predatória de agricultores, há explicações de que mais predam recentemente
porque esperam ser anistiados com a resolução final do Código Florestal ainda
no Congresso.
Por conta desses
desastres é catastrófica a falta d’água no N./NE., a sede para homens e
animais se tornou realidade brutal num país ainda com grande mananciais. Mas, é
sempre bom lembrar que essas áreas semi-desertas são resultado de atos
predatórios do passado, não havendo perspectiva futura de melhora. E hoje,
essencialmente, por falta de políticas que apresentem soluções sérias para
minimizar o sacrifício anual impreterível daquelas pessoas infelizes. (2)
A tendência é o agravamento desse quadro amargo,
de sede, incentivando aquela população tão sacrificada a abandonar suas
propriedades e sua cultura de subsistência, deslocando-se para regiões onde
passam sobreviver, ainda que precariamente, mas não mais preocupada com a sede
e com a seca inclemente.
Mas, é no Congresso
Nacional que, menos que insensatez, mas a estupidez se materializa nesses
embates entre o grupo ruralista e o grupo ecologista em torno das discussões do
Código Florestal.
Aqueles pensam
somente no presente, no vil metal, na pose de “celeiro do mundo”, mesmo com essa
secura toda aumentando ano após ano no país.
Mas, a bancada
ruralista, nas disputas que se dá na comissão do especial que examina a Medida
Provisória do Código Florestal, aprovou uma emenda simplesmente inacreditável: os
rios intermitentes – assim considerados aqueles que durante um período do ano
secam – poderão ser convertidos em estradas, roças e pasto.
Claro que à primeira
vista o tema pode ser considerado irrelevante.
Mas, não é assim. Segundo
o Ministério do Meio Ambiente, 80% dos rios do Piauí são intermitentes e no
Distrito Federal, 70%.
O senador Jorge Viana
(PT-AC) que considerou “a mais desastrosa votação já feita contra rios e águas
brasileiras em todos os tempos” esclarecera que “os rios intermitentes é que
mandam a água para os perenes. Sem eles, todas as bacias hidrológicas ficarão
comprometidas”.
Essa proposição é de
autoria do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) cujo objetivo será a de dar “maior
clareza à lei e buscar um tratamento isonômico com os olhos d’água perenes”.
(3)
A notícia tem esse
teor, pelo que engrandece a estupidez da emenda aprovada.
Como suportar essa
irresponsabilidade no silêncio, na omissão nacional?
Toda essa predação e
o avanço das queimadas, além dos prejuízos humanos praticamente irreversíveis, dá-se
o extermínio da fauna e da flora do modo mais cruel, porque desrespeitadas como
elementos descartáveis. (4)
Clamo, sim, num deserto
iminente, em (de) formação.
NOTAS CURTAS.
“Julgamento do “mensalão” não
vai dar em nada”:
Aporto em São Paulo para
expediente numa “descentralização” do Tribunal de Justiça, na altura do n° 850
da Brig. Luiz Antonio.
Entro num taxi. No
dia anterior fora o auge das defesas dos réus do “mensalão”. Deu-se o seguinte
diálogo:
- Esse “mensalão” não
vai dar em nada, puxa conversa o taxista.
- Não sei. Será complicado
“não dar em nada”. Em todo caso, vamos esperar...
- Esses caras do
PT...
- E o Lula recebeu
alta e não vai nos deixar em paz.
- Ele se tratou no
Sírio-Libanês
- Você queria que ele
fosse ao SUS, como sugeriu um atriz da Globo?
· Indagação que nunca cala (só
sussurrada, normalmente):
Do advogado Délio
Lins e Silva, de Antonio Lamas denunciado no “mensalão":
“Por que Lula não foi
denunciado? O fato é que não tem nenhum depoimento dizendo que Lamas sabia. Mas
o fato é que tem um depoimento dizendo ‘o senhor (Lula) sabia’”. (5)
· “Frente fria”
“Frente fria: O
ministro Aldo Rabelo chega hoje cedo de volta a Londres. A previsão é do Escritório
Britânico de Metereologia.” (6)
Percebe-se em comentários
dispersos, qualificativos diversos ao ministro Aldo Rebelo, especialmente de ‘esquisito’.
Realmente ele flutua
aqui e ali não muito, nem pouco, numa linha média mui discreta. Talvez seja notado
porque fora predador implacável como relator do novo Código Florestal. Seria
bom se, quando voltasse ao Brasil, trouxesse a frente fria britânica despejando
chuva no N./NE.
· R$3,99
Compro uma
quinquilharia por R$3,99. Dou R$4,00 e exijo o troco de R$0,01. A vendedora
perplexa ri imaginando que faço piada. Insisto. Ela não tem R$0,01. Dá-me
R$0,10. E eu pergunto:
- Tem cabimento esse
negócio de R$X,99? Quem se engana com isso?
Ela me responde de
pronto:
- A Casas Bahia vende
televisão por R$999,99.
Embolsei meus R$0,10.
· “Humorista”
Vejo fotos de Rafinha
Bastos, mui badalado pela mídia, com aquele jeito arrogante do tipo: “eu grito
e arrebento”. Humorista? Prefiro o Calvin, o “recruta zero”. Eu, hem!
· Mediocridades
Essas “músicas” que
fazem sucesso até no exterior, “se te pego”, “eu quero Tchu...”
Calo-me diante dessas
“preciosidades” musicais tal o sucesso.
Recolho-me na minha
mediocridade por não entender essas...coisas (epa!).
LEGENDAS:
(1) Jornal “O Estado de
São Paulo” de 11.08.2012
(2) Portal “G1
Natureza” de 11.08.2012
(3) Jornal “O Estado
de São Paulo” de 09.08.2012
(4) V. meu artigo “Queima
de cana: uma decisão “ecológica” de 21.07.2012
(5) Idem de
11.08.2012
(6) Idem de 10.08.2012, coluna "Tutty Humor" (Tutty Vasques)
Nenhum comentário:
Postar um comentário