Tenho por hábito, aos
domingos caminhar pelo Parque da Rua do Porto – Piracicaba. Do outro lado da
avenida, a Rua do Porto, ponto turístico - gastronômico e à direita o rio Piracicaba.
O Rio mostra suas
entranhas, as pedras fazem seu fundo à mostra, o que eu jamais vira em 30 anos
morando em Piracicaba.
Chego numa espécie de
ancoradouro que, no passado recente no final do cimentado a água do rio por ali
se limitava. Houve, bom que se lembre, há alguns anos enchentes de grande monta
avançando sobre a rua do Porto metros acima causando grandes prejuízos aos comerciantes
e sobre o Parque com aquela lama malcheirosa desanimando ou impedindo os caminhantes de fim
de semana.
Mas, desta vez a água
fétida está a cerca de 30 metros daquele ancoradouro. Vou a pé até as águas que
restam. Um senhor idoso com 75 anos de idade, piracicabano, estacionou seu
carro ali. Foi categórico: nunca em sua vida vira crise igual a esta no Rio,
orgulho da cidade. Aqui à direita uma
poça de água parada "podre", certamente que um criadouro privilegiado de mosquitos
da dengue. E os agentes de saúde esta semana estiveram no meu bairro a procura
de latinhas e vasos com água armazenada, possíveis criadores do mosquito...
Do ponto de vista
político, houve é há críticas ao Governador Geraldo Alckmin porque não teria
investido o suficiente em novos reservatórios ou alternativas criativas para geração
de água para o grande Estado de São Paulo e sua capital, a cidade mais
importante do país.
Nesta época de campanha, ele deve ser reeleito. E espero que seja.
Nesta época de campanha, ele deve ser reeleito. E espero que seja.
Essa crise da água
haverá que ser, em seu novo mandato, um alerta, um desafio.
Ora, a chuva
é a dádiva dos céus que enchem os reservatórios, avolumam os rios e tudo o
mais.
E a chuva não veio e há
meses se ora por ela.
Até que ponto, com tanta
devastação e desvios ambientais que se assistem, as chuvas futuras encherão os
reservatórios e em que limite suportarão o volume de água para abastecer a
região metropolitana de São Paulo com destaque para a capital?
São Paulo é uma cidade
que não para realmente de crescer. E isso não se constitui numa frase de
orgulho para este 'antigo' paulistano.
É que, com tantos
edifícios sendo construídos, exigindo água potável em grandes volumes e
tratamento de esgoto correspondente, qual e quando será o próximo colapso?
Há, então, posta, uma advertência no ar.
Há, então, posta, uma advertência no ar.
Quais medidas serão
necessárias daqui para o futuro?
Quaisquer que sejam os investimentos serão imensos.
Incluo a potabilidade do
Rio Tietê em toda sua extensão.
Por outra, tomo como exemplo – porque há outros - a imensa usina de dessalinização de Israel. A tecnologia avançada lá está. Mas, o que realmente me desanima um pouco é que ela é movida por combustíveis fósseis, no caso o gás natural.
Por outra, tomo como exemplo – porque há outros - a imensa usina de dessalinização de Israel. A tecnologia avançada lá está. Mas, o que realmente me desanima um pouco é que ela é movida por combustíveis fósseis, no caso o gás natural.
De natural, então, não
há nada. Mas, a água potável que produz é elemento essencial para a vida.
Por aqui, exatamente pelos
reservatórios vazios, as usinas termoelétricas são movidas a diesel. Quer coisa
pior?
O discurso da oposição contra a falta d´água em São Paulo pode até ter alguma relevância porque até hoje só se acreditava na constância da chuva abundante que a tudo movia.
O discurso da oposição contra a falta d´água em São Paulo pode até ter alguma relevância porque até hoje só se acreditava na constância da chuva abundante que a tudo movia.
Mas, como disse, há posta
uma advertência nessa crise grave.
E ela é assim tão
expressiva que a hidrovia Tietê – Paraná está praticamente paralisada desde
fevereiro, impedindo o transporte de grãos, causando grandes prejuízos aos
produtores e à população porque o transporte por caminhões afeta o preço.
Fala-se em 2,5 milhões de toneladas
de grãos que deixaram de ser transportadas por esse meio, pelo que exigem o
concurso de 45 mil carretas nesse período já longo de estiagem que circulam
pelas estradas de São Paulo e no caso das exportações da soja, até o porto de
Santos, principal escoadouro desse grão.
Os jornais relatam crise dentro de agências do Governo Federal. A ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários acusou a ANA – Agência Nacional de Águas de ter sido omissa em garantir o uso da água para diferentes propósitos como abastecimento (primeiramente para consumo humano e animal), geração de energia e transporte de carga. Haveria, então, até agora, o prevalência da produção de energia sobre todo o resto.
Um desvio de
prioridades.
As coisas estão mal
aparadas como se vê. “Casa onde não tem
água, todo mundo reclama e ninguém tem razão.”
Se as chuvas em profusão
não vierem logo as coisas ficarão mais complicadas, algo como menos energia e
mais bebedouros.
E mais conflitos oficiais.
Fotos
(1) Rua do Porto numa segunda-feira. Nos fins de semana ela se torna movimentada com turistas e locais apreciando os pratos oferecidos pelos vários restaurantes.
(2) Rua do Porto alegada.
(3) Imagem do Rio Piracicaba neste mês de agosto de 2014.
(1) Rua do Porto numa segunda-feira. Nos fins de semana ela se torna movimentada com turistas e locais apreciando os pratos oferecidos pelos vários restaurantes.
(2) Rua do Porto alegada.
(3) Imagem do Rio Piracicaba neste mês de agosto de 2014.
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