[Pelo que soube, pelo menos, antes de fechar as portas da aeronave, não
mandou uma banana para todos
nós. Talvez mentalmente]
Empresários que por décadas vivem na semi-marginalidade, notórios
corruptores, talvez os maiores corruptores que já atuaram no Brasil –
provavelmente superam a Odebrecht -, responsáveis por obtenções e facilidades
de toda ordem perante políticos e autoridades, reconhecendo o risco de prisão
porque havia a ameaçá-los a Operação Lava-Jato, resolvem se resguardar.
E, nesse passo, se apresentam à Procuradoria Geral da República e
iniciam um processo de delação premiada. Munem-se de um gravador e saem pelos
gabinetes oficiais forçando, com um diálogo espúrio, a confissão mesmo que
indireta dos incautos habituados com sua presença e suas propinas em larga
escala.
Na gravação dos marginais da JBS há duas situações distintas, uma
surpresa e postura imperdoável de condescendência e tolerância:
A surpresa: Aécio Neves, que descarou-se
com a impertinência de pedidos de propinas, desta vez de R$2 milhões que,
recheado de impropérios de habituais de botequins obscuros, pelo que, tudo
indica, acabará com a sua carreira política. Nas eleições presidenciais causara
espécie já não vencer no seu próprio estado, apesar da propaganda que fizera de
realizações por lá.
Um sintoma pouco considerado.
Que perca o mandado de senador e que volte para Minas (ou Rio)
porque se revelara nesses episódios deprimentes, desavergonhados. E que
responda criminalmente na Justiça pela prática de corrupção passiva, seja no
STF, seja na Justiça Comum, de preferência, na iminência da perda do mandato.
[Pelo sim, pelo não, aguardo ansioso a defesa e as provas de Aécio de que o valor "negociado" fora um empréstimo... Logo a quem fora pedir um "empréstimo"!]
[Pelo sim, pelo não, aguardo ansioso a defesa e as provas de Aécio de que o valor "negociado" fora um empréstimo... Logo a quem fora pedir um "empréstimo"!]
A condescendência: Michel Temer, que recebeu na
calada da noite, um desses marginais em cuja gravação se constata uma “conversa
mole” inacreditável, que o presidente ia engolindo como moço ingênuo, mas na
testa do empresário corruptor, estava escrito que poderia haver algo mais do
que queixas e insinuações contra o seu novel governo.
E Temer caiu na arapuca. Deu corda e disse o que não precisava ou
o que não deveria, ainda que fosse nada mais do que tolerância à presença do falastrão.
A crise se instalou e nem poderia ser diferente pelos ânimos
exaltados e pelo relativo sucesso que vinha seu governo alcançando, de modo
gradual, humilhando sua antecessora impedida e o seu partido.
Bem, o país hoje está assim, Temer será certamente investigado – a
gravação deverá ser confirmada -, há notícias de pedidos de impeachment (OAB),
eleições indiretas, ameaças de que o país pode entrar em novo período de
paralisação e de embates políticos severos.
Agora a indefinição volta a reinar e nesse quadro, a presença do
PT e de Lula cujas acusações são sempre mentirosas contra ele ou ao seu
partido...verdades só as acusações aos adversários. Constitui-se, pois, num
grupo desmoralizado que iniciou esse vício jamais vista de corrupção. Mas,
mesmo assim, retrógrados, estão ávidos para retornar ao passado que se pensava
constituir-se num episódio triste da historia.
E os brasileiros desempregados aos milhares? Certamente que a fila
aumentará. Ora, os brasileiros...
Os empresários marginais, corruptores de quase dois mil políticos,
de quase todos os partidos foram recebidos pelo ministro Fachin no STF, para
homologar a delação, saem numa boa, há informações seguras de que venderam
ações estáveis da empresa na véspera da divulgação da gravação sabendo que elas
cairiam no mercado no dia seguinte e compraram milhões de dólares na baixa,
para negociar a moeda na alta.
E com todos os seus privilégios obtidos com a delação, com a aquiescência e aplausos da PGR e do
STF, nada de prisão, deixam esses marginais o país constrangido e sem saber
qual será o rumo político-econômico nos próximos dias pelos efeitos do
escândalo, embarcam num avião luxuoso da empresa que comandam e por ela
corrompem, viajam aos Estados Unidos com toda a família, levando todos os
lucros das falcatruas que praticaram e oficialmente toleradas.
Esses são os brasileiros da empresa de boi, os heróis das
instituições.
Pelo que soube, pelo
menos, antes de fechar as portas da aeronave, não mandou uma banana para
todos nós. Talvez mentalmente.
Constrangimentos e dor moral pelo atual estágio de degradação
política e institucional.
País triste, infeliz.
Virou mesmo terra de ninguém, Milton. Quem é capaz de resgatar, não sei.
ResponderExcluirMILTON MARTINS
ResponderExcluirA coisa está ruim em Brasília NESTE 24.05.17 e eu volto a insistir na "banana" dos friboi ao povo brasileiro. Lembrando: prestigiado por Janot e recebidos pelo Fachin.estão livres nos USA assistindo na TV a trapalhada que ajudaram a construir. Marginais sem limites e nem um diazinho de prisão. É muita moleza para uma delação. E o Aécio se defendendo - precisando fazê-lo - afirmando que discutia um empréstimo com o marginais. Sem moleza ô meu. Os fribois são "pia de água benta fétida", suja a testa. Moleza só para os marginais delatores, patrocinados pela PGR e STF.