sábado, 3 de abril de 2010

MARINA SILVA NO PV

06/09/2009


O PV se fortalece com a chegada de Marina Silva. Se candidata à presidência da República as questões ambientais serão colocadas no debate político no nível que merecem

A idéia de um partido verde nestes tempos de devastação ambiental implacável e do aquecimento global ameaçador nasceu na perspectiva de conscientizar dos riscos de tais atos vandálicos e até mesmo combatê-los com políticas e campanhas próprias.

O embrião deu-se na Austrália, a partir de ações de ecologistas em demandas específicas naquele país, na década de 70. A partir daí a idéia viajou para a Nova Zelândia e depois para a Europa, onde a se firmou a possibilidade de instituição de um “partido verde”.

Nesse continente, os “verdes” se consolidaram como partido político nos anos 80, o que permitiu a participação de seus membros em vários governos.

No parlamento europeu, com representantes de 27 países, os “verdes” detêm 55 cadeiras das 736 existentes.

O parlamento europeu tem como atribuições entre outros exercer no continente controle no sobre múltiplipas atividades que vão da questão ambiental, aos direitos dos consumidores, transportes, igualdade de oportunidades, políticas comerciais.

Mas, recebe críticas pelas muitas recomendações que faz e as poucas resoluções que delas decorrem. Também pelo custo de sua manutenção e pelo número de parlamentares (o Brasil, país pobre, com 1/3 da população dos países membros europeus, suporta entre deputados e senadores, 594 parlamentares – o que revela a nossa distorção).

O Partido Verde hoje está presente em mais de uma centena de países.

No Brasil, sua origem, segundo o próprio PV daqui, foi assim:

“O Partido Verde veio a ser criado em 1986 no Rio de Janeiro. Um grupo composto por escritores, jornalistas, ecologistas, artistas e também por ex-exilados políticos começou a dar forma ao PV. Participaram nesse grupo Alfredo Sirkis, Herbert Daniel, Guido Gelli, Lucélia Santos e Fernando Gabeira, entre outros.” (Portal do PV)

Sem muita repercussão, salvo de manifestações isoladas de membros mais destacados, o PV sempre esteve aliado preferentemente ao PT.

Mas, o PT no governo deixou de ser o PT com propostas “verdes”. O seu pragmatismo espúrio, o levou ao mensalão, à demagogia e à distorção política inconsequente, como se deu recentemente no “caso Sarney”. O PT é hoje um partido caricato se voltarmos às suas origens, pior que o PMDB que é apenas um partido sem rosto.

Na questão ambiental, enquanto mantinha Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente, o chefe maior do PT, o Lula, como presidente da República, no exterior fazia demagogia ambiental tendo como aval a presença da ministra, benquista no exterior pela sua luta destemida nessa área e pela sua origem humilde. Aqui, a realidade era outra, dando o governo pouca importância à devastação que se processava (e se processa) na Amazônia

Por esse motivo e pela oposição que enfrentava no próprio governo ao não aprovar projetos com impacto ambiental negativo, resolveu sair do Ministério. Manteve sua dignidade e suas convicções.

Volta ela agora, filiada ao Partido Verde, com a perspectiva de se candidatar à presidência da República.

Pode nem ganhar, mas terá o PT uma adversária forte se desvendar ela alguns dos episódios que a levaram a deixar o governo.

Sua presença na disputa eleitoral, certamente que valorizará o debate ambiental, porque os demais candidatos para se contraporem, haverão que se posicionar sobre suas propostas. Até mesmo a ambígua Dilma Rousseff – ainda que para ela seja uma tarefa mais difícil.

Da mesma forma, amplificar-se-á o debate sobre o petróleo na região do denominado “pré-sal” que os especialistas mais otimistas preveem seus resultados iniciais para, no mínimo, daqui a uma década.

Assim, esse verdadeiro carnaval com o pré-sal promovido por Lula é prematuro, pois, e politiqueiro, sobretudo, que tem por objetivo tentar incrementar a campanha de sua candidata, como um suposto êxito de seu governo.

Sobre o pré-sal Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente assim se referiu:

“(...)

Os poços de pré-sal emitem mais gás carbônico do que os que estão em exploração atualmente. Então precisamos ter tecnologia de reinjeção do gás nos poços, captura e estocagem do carbono lá embaixo. A Petrobras pesquisa isso há nove anos”. (Jornal "O Estado de São Paulo" de 06.09.09)

E qual o resultado da pesquisa da Petrobras? Não disse.

Como se vê, não se trata apenas de pesquisa para reduzir o dano ambiental no caso do pré-sal. É algo beirando o milagre tecnológico.

Que venha Marina Silva para suscitar esse debate. Bem-vindo.

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