21/04/2009
Posicionamentos anteriores, nesta página, já expus minha indignação com o Congresso Nacional, com o descaramento da maioria, um bando de aproveitadores que já esbarra a marginalidade, um exemplo para os golpistas cá embaixo, pés de chinelo: “Se esses caras podem, nós podemos. Exploremos os bingos, as máquinas caça-níqueis que é bem melhor do que trabalhar. Fraudemos as concorrências públicas dobrando ou triplicando os preços dos produtos e serviços e, claro, distribuindo propinas a rodo, etc., etc.”
Brasileiro é mal informado. Obriga-se a assistir ao Jornal Nacional da Rede Globo, entre duas novelas, e lá está o apresentador com cara de bom menino que não opina, que se limita casualmente a expressões faciais como se isso pudesse significar alguma coisa inteligente, um mínimo de indignação pública. Age tal qual um “simpson” como ele próprio já qualificou os seus milhões de telespectadores.
Na ideia tresloucada do senador Cristovam Buarque, de aumentar o número de deputados seu comentário com aquela expressão conformista fora: “E já são 513 deputados...” Nada a comentar...
O Jornal Nacional que renuncia a uma postura mais incisiva no sentido de formar a opinião pública pela audiência que obtém entre novelas, representa o estado de ânimo do próprio brasileiro que se indigna apenas no balcão da padaria, no trabalho, na feira, faz caretas e do baixa calão, mas não mexe uma palha para demonstrar publicamente sua repulsa ao que se passa em Brasília.
Quando clamo por manifestações públicas, não estou incentivando o golpe com o fechamento do Congresso Nacional mesmo com sua utilidade política duvidosa nestes tempos negros. Sou obrigado a proclamar: “ruim com ele, pior sem ele”. Penso num futuro em que ele assuma um mínimo de dignidade.
Falo, pois, de moralização que pode ser obtida com movimentos do tipo “diretas já” e mesmo o “basta” que predominou entre os jovens, decisivo para a queda de Collor.
Já que o voto não resolve sua moralização que saia o povo às ruas para forçá-la, para sacudir a Instituição, para exigir respeito, para estancar o vilipêndio porque ele, nós, com a carga tributária escorchante sustentamos essa máquina insaciável e imoral.
Com o escândalo do mês de abril que a imprensa revela sobre a distribuição das passagens pelos congressistas o que dizer?
Esse pessoal não quer abrir mão de nada. Se não usada a “quota de passagem que lhe é supostamente devida”, beneficiem-se a família, os amigos, as namoradas. Que sejam viagens internacionais, que sejam recantos exóticos. pouco importa.
Perdeu-se a vergonha de vez.
Esses abusos, uma afronta ao povo brasileiro, não podem continuar.
Penalizo-me em ver políticos do tamanho de Sarney e Temer - que também se valeu das sobras de quotas de passagens para passeios com seus familiares – do PMDB, um partidinho sem rosto, comandando as duas casas legislativas. Até quando sobreviverão?
Já disse que esses deputados e senadores precisam de tutela. E tutela é o povo nas ruas protestando, exigindo respeito.
Pois bem, estamos nos últimos dias da entrega da declaração do imposto de renda de 2009.
Angustiados com o que pagaremos ao fisco com a aplicação de tabela exorbitante – a restituição significa apenas que houve apropriação em excesso na fonte, nada a comemorar - vêm à mente essas figuras, esses parlamentares que desprezam seus eleitores e o País.
Com que esforço empobrecer pelas regras do imposto de renda tendo a espreita esses políticos aproveitadores!
Não, não estamos lidando com o leão, mas com hienas que se saciam dos restos.
Não sou respeitado, logo não consigo conter a adjetivação. Por isso, paro por aqui para não piorar as coisas.
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