domingo, 4 de abril de 2010

QUE SERRA SE ESPELHE EM OBAMA

24/03/2010

A campanha presidencial será árdua. A vitória será alcançada por Serra, se demonstrar interesse. Barack Obama demonstrou esse interesse elegendo-se mesmo com todos os obstáculos. Conseguiu agora o plano de saúde numa árdua campanha. Que Serra nele se inspire.

É emblemática a vitória de Barack Obama, conseguindo há pouco no Congresso Americano a aprovação de seu plano nacional de saúde para garantir assistência médica à classe média baixa e às camadas mais pobres subsidiada pelo orçamento do Governo. Uma espécie de SUS que beneficiará cerca de 32 milhões de americanos sem plano de saúde e por mais deformado que seja será melhor do que temos por aqui, embora estados de lá já avisam que recorrerão à Justiça americana para obter a inconstitucionalidade da lei porque afetaria a sua autonomia.

Desde a campanha presidencial, demonstrara Obama a vontade de vencer, tendo contra si grandes obstáculos: sua origem humilde, sua juventude e sua mestiçagem.

Com todos esses elementos adversos venceu as eleições.

Já presidente, mesmo com a desgastante decisão de destinar bilhões de dólares aos bancos para que não quebrassem como recurso para evitar que a crise econômica atingisse níveis inimagináveis o que lhe valeu a perda da popularidade, em nenhum momento perdeu a fleuma, porém, mantendo suas posições.

Com Hilary Clinton, os Estados Unidos (ou hoje a maioria de sua população), não sabem o que têm em mãos. O melhor destes tempos.

Obama materializou a vontade de vencer, pois. Foi determinado nos seus objetivos.

Transponho essa situação para a campanha que se desencadeará para a presidência da República aqui no Brasil.

Serra está saindo da toca, de modo bastante tímido e se anuncia candidato. Notícias dão conta de que tudo o que vem inaugurando no estado de São Paulo, está sendo filmado para guarnecer a sua campanha eleitoral.

Completou ele neste mês 68 anos. Se de um lado a idade pode significar alguma desmotivação pelo que se obrigará a enfrentar – uma campanha árdua e longa - por outro lhe acrescenta um currículo apreciável de feitos realizados no decorrer de toda sua vida política, como senador, ministro da saúde, prefeito de São Paulo e governador do estado.

Do jeito que promete se desenvolver a campanha, o apoio de Lula à Dilma, mesmo com todos os equívocos do governo petista que muitos não querem enxergar, o empenho do principal candidato da oposição hoje haverá que ser pela vitória e nada mais.

Serra deverá se mirar em Obama, exemplo de determinação e de superação dos obstáculos como arduamente conseguiu.

Se o discurso for conformado, o lugar comum, sem entusiasmo, Serra será derrotado.

Só espero que esse aparente desinteresse em se lançar candidato não contamine a campanha.

Há um filme americano que sempre me ocorre em momentos destes. É de 1999, “Destinos Cruzados”, com Harrison Ford e Kristin Scott Thomas. A personagem da atriz representava uma senadora em campanha de reeleição.

O trauma da viuvez de ambos, porque os respectivos cônjuges, amantes, morreram num desastre de avião, os aproximou.

A candidata não se empenhou como deveria na campanha.

Ao ser questionada sobre o significado da perda da reeleição ao senado, "a perda do emprego", respondeu simplesmente que provavelmente o eleitor tivesse percebido que ela não fazia muita questão ou não queria vencer. E voltou para casa. Viúva.

Esse elemento de ficção, pelo que se desenha na campanha é até uma advertência.

Acho que tenho sido até repetitivo.

É que minha esperança e meu desejo é que acabe o governo Lula e que essa turma de petistas e pelegos equivocados – para ficar no menos - saiam de cena.

O Brasil precisa que isso aconteça.

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